quinta-feira, 29 de março de 2012

Sobre o partir e o se partir



" É de fato raro
 que alguém parta amigavelmente,
 porque se partisse amigavelmente,
 não partiria."
 Marcel Proust ( 1871-1922),
 Em busca do tempo perdido 

Por que é tão difícil sair da vida de alguém? Tenho pensado nisso. Naquele momento decisivo em que você segura a maçaneta da porta, esperando mentalmente que alguém a impeça e peça que fique, por que você ficaria. Mas só há o silêncio. e então você sabe (sabe mesmo!) que bastaria olhar para trás... Mas acaba seguindo em frente.
Por que apesar de toda dor de ter que recomeçar, partir é algo libertador, mesmo que aquela que você foi acabe se destruindo no processo, e os renascimentos são sempre os mais difíceis.
Partir é tentar deixar tudo para trás, mas o pior de tudo é que sempre acabamos levando algo: aquela frase mal colocada, o que poderia ter sido diferente, e um coração livre ou machucado.
Eu tenho pensado em tudo isso, por que sempre que tento lembrar, quase sempre  eu estava do outro lado da porta, e precisava pedir para alguém ficar, até que cansei disso. O que tem que ser nosso, não se vai. Certa vez ouvi uma frase que dizia "que o mesmo destino que leva o que amamos, trás o que podemos amar, pois aquilo que é verdadeiramente nosso não se vai para sempre. "
Se foi preciso partir, é melhor que parta. É melhor que se torne lembrança ou esquecimento. E hoje então, talvez eu só deva virar a maçaneta e fugir de tudo, sem olhar para trás.
Partir e deixar todos estes pedaços tão meus e tão errados pelo caminho.

Lorem Krsna

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