terça-feira, 25 de março de 2014

Scarf

"E de repente, de uma noite para o dia, seus interesses mudam...
Mudam as músicas do celular...
O livro da cabeceira...
Você deixe de acompanhar aquela série, e algumas coisas perdem a importância...
Certas coisas que se preocupavam, você não sabe mais o porquê...
E então, repara a mudança dos anos que antes não viu... Que o tempo passa, que as horas voam, que nada espera...
Hoje eu acordei assim. Até gostando mais do que via no espelho. Até sem entender por que não estava dormindo se tinha sono...
A vida é curta demais para não se fazer o que gosta, para colocar as pessoas sempre a frente de você, sem nunca se dar uma chance..
O tempo é breve para se sofrer por antecedência... Eu sei disso, sempre soube, e ainda assim vou cometendo os erros comuns: sofrer por passado, presente e futuro, sendo que só por um posso tomar providências...
Colocar o cachecol, passar o batom e se preparar para a vida. Falar as palavras complicadas e grandes como se fosse música. Não sofrer pela saudade, mas aceitar que tudo na vida é saudade...
Acho que acordei meio assim. Meio como se ouvisse aquele "click"e tudo se iluminasse. Até aproveitei a chuva na volta pra casa, andando pelas ruas e cantando, coisa que há muito não fazia. 
Eu estou no grande feriado da minha vida. Um momento ou outro, vou ter que voltar a realidade, ao que me espera. As responsabilidades, e a me preparar para algumas quedas. Porém, sofrer só por pensar nisso, é tolice demais...Fingir que está 100% com a cara deprimida... Tanta coisa boba que a gente faz nessa vida!
Vou mesmo rir de mim, de mim de ontem. Gosto mais da "eu" de hoje."
Lorem Krsna

sábado, 22 de março de 2014

Rompendo a casca



"Eu vivo me criando e recriando. Me destruindo no processo de crescer a cada instante. Meses em dias, anos em meses. Um dia - e eu sei que esse dia logo chega - finalmente rompo a casca de meu mundo e irei nascer, destruindo minha zona de conforto. Talvez esteja fazendo isso agora, sem ao menos perceber. Um dia então acordo e vejo que estou por minha conta e risco, que há muito ultrapassei certas linhas que me impediam. Sei que minha mente ainda está cheia de barreiras por ruir. Ainda tenho mesmo que destruir minha casca em pedaços. Mas de longe percebo, que pouco a pouco, as vezes mais rápido ou mais devagar, elas vão caindo, ruindo. Cada vez eu percebo que ando lidando com coisas, que há poucos meses nunca acreditei que lidaria. Tendo que aguentar o tranco, que soltar a mão e achar o caminho de volta sem desvios, ou além dos desvios.
Cada vez mais eu sei quem eu sou, ou quem eu não sou. Eu cresci anos em pouco tempo. Eu perdi e ganhei o inimaginável no processo, e muito ainda está por vir. Tudo agora é um ponto de interrogação gigante, e pela primeira vez, isso não me incomoda de fato. Nem mesmo o medo que tenho de como vou lidar com certas coisas me trás mais tanto desespero. Eu sei que vou dar um jeito. Eu aprendi que eu sempre consigo dar um jeito. Eu colo, conserto ou jogo fora, mas eu sempre consigo encontrar uma maneira de chegar a meu equilíbrio depois de cada tempestade, fases ruins, dias ruins e semanas ruins, de uma vida que não é ruim de fato. Hoje eu sei, que tudo irá dar certo, só amo um bom drama. Eu vou sempre me estressar, mas isso passa. Hoje eu sei que eu sempre acho o caminho de volta. 
Talvez, por isso, estou cada dia quebrando, pouco a pouco, até romper de vez a minha casca. Já dizia Hermann Hesse, que para renascer, como um pássaro, você tem que destruir sua casca, você tem que destruir seu mundo, o que você foi, para o que você irá se tornar.
Eu perdi, há muito, meu medo disso."

Lorem Krsna

Anjo Sonhador

quarta-feira, 12 de março de 2014

Fale comigo


Algumas pessoas calam a voz e gritam pelos olhos. São os olhos sempre que as entregam. Os sorrisos idiotas que só tocam a boca mas não escondem o vazio.
Eu sou capaz de ver sua tristeza. Nossos métodos não são diferentes. 
Eu sou capaz de entender o que você pensa. De ver o que pode se tornar. Eu vejo muitas coisas boas. Um dia, a casca rompe e você explode para um novo mundo.
A minha não rompeu ainda. Nem a sua.
Espera a água se acalmar. Essa turbulência passa. As coisas sempre parecem estar erradas antes de darem certo. As pessoas sempre surgem e se vão, até chegar as que ficam. Uma hora é brisa, uma hora é furacão. E assim vamos seguindo a vida.
A dor que não é sentida ainda é dor. E isso é humano demais para não ser nada. Para fingir que não somos bichos, somos bobos e somos gente. Para fingir que está tudo bem, que somos de ferro quando somos de plástico. Quando o impacto constante te faz resistente ou te faz frágil. Que uma hora as coisas entram na linha. Que não adianta jogar nada para cima se temos que recolher depois. Já passou essa fase. E que as coisas invariavelmente vão chegar a algum equilíbrio. Que vão chegar a algum lugar para fazer sentido. 
E você sabe bem, que a minha insônia não é culpa do café. 
E eu sei bem que você sente tudo de uma vez e explode. E eu sinto tudo de uma vez e engulo. 
Xingue, fale, ria ou chore. Apaixone, desapaixone quantas vezes quiser, quantas vezes for. Triste da pessoa que não sabe o que é isso. Grite, esperneie, gargalhe. Seja dramático. Sinta! Uma hora você se encontra. Uma hora vai fazer sentido, ou deixar de ter importância. Apenas não balance os ombros ou guarde esse silêncio. 
É o silêncio. O silêncio sempre me preocupa.

Lorem Krsna



domingo, 9 de março de 2014

Cicatriz



Cicatrizes são um preço que se paga por viver. Todo mundo que VIVEU, se arriscou, amou alguém... Todo mundo que já deu seu grito de liberdade. Todos, todos tem uma ou outra cicatriz. Algumas, não se pode ver na pele, é dentro, intrínseca, por vezes visível através dos olhos em alguns momentos.
Cicatrizes nem sempre são ruins. Elas muitas vezes simbolizam a dor que passou, do que um dia foi uma ferida aberta, sangrante. Elas mostram nossa capacidade mais importante: seguir em frente.
Chuck Palahniuk disse uma vez "Não quero morrer sem nenhuma cicatriz". 
Ter uma cicatriz, é um certificado que já doeu, e que a dor não é para sempre. Que um dia ela ameniza, que um dia ela se torna lembrança. E que essa lembrança da dor, nos faz forte, nos ensina. Pode nos tornar melhores. Assim como a pele em uma cicatriz se torna mais resistente após o processo, nos tornamos também. Mais duros, mas também mais cientes.
Mais cientes que não somos de ferro. Não somos intocáveis. Que podemos chorar uma noite inteira. Que as pessoas são frágeis. Que tudo tem um preço. E que a dor, é dor não importa quem atinja. Nos tornamos cientes que não existem armaduras que nos protejam de certos danos, ou inércia que nos prenda em uma bolha. Pois até não fazer alguma coisa, deixa uma cicatriz: a da omissão. Do arrependimento.
Sim, viver é um processo de se ferir, se curar, seguir em frente. Assim mesmo. Cheio de cicatrizes no caminho.

Lorem Krsna

Anjo Sonhador

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