Eu atravessei a ponte, fui para outro lado, ou ainda estou indo. Foi meio aos tropeços, sabendo que era uma viagem de um caminho só. As cordas de suporte para evitar uma possível queda já eram, as cortaram há quase dois anos atrás. Quando chegar ao outro lado, ainda posso olhar para trás, dar uma olhada meio saudosista para o lado de lá, mas não tem como voltar.
É uma ponte meio bamba, tem umas tábuas podres. Prefiro nem olhar para baixo, melhor ir andando em frente. Não posso nem fechar os olhos, seria disperdício da paisagem. Ninguém pode vir comigo, essa ponte não suporta duas pessoas. É uma viagem solo, rumo ao desconhecido.
Como será do outro lado dessa ponte?
Já vejo alguns contornos ao longe. Às vezes eu gosto disso, por outras odeio, mas já não tem volta.
Quando se escolhe caminhar pela ponte, eu você empaca e não sai do lugar, ou se arrisca e vai andando.
Eu preferi arriscar.
Lorem Krsna