quarta-feira, 26 de maio de 2010

Irritações


O que mais me irrita...
é quando confundem meu silêncio com tristeza, e quando estou mesmo triste ninguém acha-se capaz de notar.
O que mais me irrita...
são falsas promessas, falsas esperanças, e sempre dizerem que tudo vai ficar bem, mas não fazer nada e somente esperar um milagre surgir no ar.
O que mais me irrita... 
É me subestimarem achando que são capazes de me conhecer melhor do que eu mesma posso me conhecer.
O que mais me irrita... 
É por não verem lágrimas crêem que não sou capaz de sentir, e de sofrer.
O que mais me irrita... 
É ver as palavras que  disse transformadas em armadilhas, que usam para tentar me enclausurar.
O que mais me irrita... 
São meias palavras, e maus entendidos, meios-termos para me complicar.
O que mais me irrita... 
É quando me elogiam pelas coisas erradas, e mesmo assim acham que tenho a obrigação de me sentir feliz e satisfeita com tudo
O que mais me irrita... 
É disserem que tenho respostas para tudo, mas não perceberem que são eles que inventam perguntas para qualquer coisinha no mundo.
O que mais me irrita... 
É crêem que tenho a obrigação de estar sempre sorrindo, bonita e de bem com o mundo mesmo quando meu próprio universo esta a desabar.
O que mais me irrita... 
São os ratos covardes que se acham no direito de saltar do navio e depois me condenar,
O que mais me irrita... 
É a hipocrisia daqueles que me abraçam e depois vem me apunhalar.
O que mais me irrita... 
É acharem que sempre tenho que fazer tudo certo
O que mais me irrita... 
É as vezes me achar a palhaça do universo.
O que mais me irrita... 
É sempre tentarem traduzir meus menores pensamentos
E quando não conseguem me julgarem a estranha do momento.
O que mais me irrita... 
São os amigos que sempre querem mostrar somente o pior em mim.
E começar algo e ter que desistir antes do fim.
O que mais me irrita... 
É quando tentam invadir meu espaço e mundo
O que mais me irrita... 
É quando pensam que não sou capaz quando não sei de tudo.
O que mais me irrita... 
É quando chove e tenho que cedo acordar,
O que mais me irrita... 
É quando a música que ouvi, não sei mais parar de cantar.
O que mais me irrita... 
É não conseguir que entendam o que sinto
Não verem que sou humana
choro, brinco e minto.
Que as vezes o mais divertido é o que julgam errado.
E que não consigo me arrepender de nenhuma besteira do passado.
O que mais me irrita... 
É a forma fútil como alguns falam das coisas importantes,
E pensar que a gentileza é uma caridade, um instante.
O que mais me irrita... 
São as coisas que acontecem comigo a todo tempo.
Mas só quero esquecer de tudo isso,
e buscar ser feliz nesse momento!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Nada...


Não há nada....

Essa voz não é minha
esses olhos perdidos não pertencem a mim.
Estou bem,
verdade
não há nada...
Esse rosto molhado
não é meu.
Sou a forte.
Invencivel...
Aquela que não se machuca.
Não há nada...
Gosto de me sentir só.
E nem mesmo essa dor
gritante
me incomoda mais.
Estou entorpecida.
Meu silêncio não é tristeza,
apenas não há mais nada a dizer.
É verdade...
Não há nada...
Dor, sorrisos e palavras.
Não há nada!

Desabafo


Pergunto o que foi feito de mim,
em que lugar obscuro escondo quem eu era.
As vezes me parece que sou feita apenas de aparências de sorrisos,
e que minha verdadeira alegria fugiu de mim. 
Falo para não ter que suportar mais o silêncio,
e canto para ter certeza de que ainda tenho voz. 
Mas não choro,
e não possuo mais a alegria boba 
daqueles que riem sem saber o porquê.
Quero saber onde escondi aquele pedaço que está faltando em mim.
Não gosto de meus fragmentos que sobraram.
O que restou senão palavras mortas? 
Questões mal resolvidas e dúvidas idiotas?
O que restou senão esse maldito silêncio entre antigos amigos?
Não gosto de precisar de ninguém...
Não quero a ideia de que você é com uma droga para mim.
Não choro
Não lamento
e só fico só a escutar esse silêncio.
Não sei os meus erros
se já foram tantos.
E meus sentimentos de navalha agora me ferem 
e no entanto
sangro sem dor.
Só quero desabafar...mas não sei quem poderá me ouvir
Sinto algo que não sei dizer o que é
e não sei admitir que sou idiota com sentimentos.
Mas todos na rua parecem saber
e eu me sinto a estúpida do universo.
A única que não sabe colocar para sair aquela frase
que me parece tão boba...
Só sei que você é  como uma droga para mim,
e agora minha necessidade está passando e eu não quero isso.
Suas palavras começam a sumir
e é como se não nos conhecêssemos mais.
Estranhos...
E eu mesmo me perdi em tudo isso
aquela que eu era some.
E eu não sei quem é essa que vejo no espelho
e não sei se ela é boa ou ruim.
Não sei se ela sabe ou não sorrir
das piadas mais bobas que eu adorava .
Só sei que ela está esquecendo daquela que fui, 
e de tudo que eu tive.
E não sei mais o que fazer.
Para saber onde sempre erro,
onde machuco sem pensar.
E acabo me despedaçando sem volta.
Lorem K

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Soneto da desilusão.


O vento toca a canção desconhecida,
e soa no relógio a hora marcada.
As folhas são impiedosamente varridas
e as palavras ecoam e perdem-se no nada.

Não houve nenhuma noite como essa na vida!
E me vejo como uma mera ilusão transformada.
Sou o tudo e o nada, e eternamente perdida,
E como as folhas sou arrastada...

Me torno ora a razão esquecida,
ora a mera emoção distorcida
que corre morre maltratada.

E eu acabo no vazio de que fiz a vida,
sozinha, em meio a palavras desconhecidas
e como as folhas, despedaçada.
Lorem Krsna



quinta-feira, 20 de maio de 2010

Pigmaleão

Não entendo nada sobre ideais de amor.
É sério, não é que não me creia romântica, acredito sim que trago em mim um certo romantismo. Mas não entendo sobre ideais de amor, ou simplesmente idealizar aquele a quem queremos amar, por que quando somos pegos por essa rede pode tudo ir por água baixo.O amor é um sentimento contaraditório e por vezes traiçoeiro, pois  nos atrai por aquilo que mais queremos nos afastar.
 Quem nunca se sentiu apaixonada por aquele que achava odiar? 
Ou tentando construir alguém ideal ficou só?
Estamos sempre tentando ser pigmaleão, construindo nossa Galatéia, sem lembrar que essa história não teve um bom final. Não há sentido em apaixonar-se por uma miragem, uma ilusão...Pois ela não passa disso, de uma ilusão.
E quando ainda tentamos transformar a pessoa amada naquilo que queremos, nos deparamos com o fracasso. Pessoas não são massa de modelar em nossas mãos, e se tentamos tanto mudar elas, é por que não as amamos de verdade. ou tentamos nos enganar. As pessoas tem sentimentos como os nossos, defeitos e falhas, e cai por baixo outro ideal romântico de que o amor é cego. O amor não é cego, o amor aceita. 
Também não há essa ideia de que ninguém é mais belo do que o ser amado, mas sim que ele possuia a maior beleza para nós. Há sim pessoas mais belas do que ele, mas não ninguém mais especial pra nossa vida no momento.
O ser humano é cheio de defeitos, e por baixo de primeio encantamento, podemos ver claramente. Não há perfeição em ninguém, o que torna tudo muito melhor. Não há ideais do amor que superem o próprio sentimento, e nem sei se existe realmente o amor que dure pra sempre, acho que existe o respeito, existe a aceitação o desejo de querer melhorar juntos, sem forçar as pessoas a serem oque ela não são, e o que queremos que elas se tornem.
Se não estamos felizes de verdade, é por que fomos pegos na ilusão de Pigmaleão, e o final infeliz pode se tornar inevitável.
Aceitar é o primeiro caminho, tentar melhorar juntos respeitando o individuo é o segundo.
O amor é um sentimento de aceitação, e não de veneração.


Lorem Krsna

terça-feira, 18 de maio de 2010

A Carta


Eu sabia que estava sonhando, por que aquele lugar era familiar de meus antigos sonhos.
Lá estava a rua escura, de calçamento úmido de exalava um cheiro horrível de mofo e lixo. Era um bairro pobre de alguma cidade antiga, onde os postes de luz ainda levavam características próprias dos séculos passados: Todos eram iluminados por lampiões a óleo, que deixavam o ambiente com um ar tenebroso e triste. Porém eu não estava com medo, e tão pouco hesitava pois sabia que sonhava e que a qualquer hora despertaria, e essa consciência estranha de sonhar nunca havia me tomado antes.
Eu segui por entre a rua escura, e olhava no meu relógio de pulso estranhamente antigo onde passava da uma da manhã. Aliás, as minhas roupas pesadas também me eram estranhas, e eu carregava na mão uma carta que deveria entregar e não sabia ao certo a quem.
Caminhei até ficar em frente a uma casa velha, se assemelhando a um cortiço. Reconheci aquele lugar também de um sonho antigo e absurdo que me perseguira por anos , e que agora, apesar do tempo me retornava com nitidez. Mas diferente do outro sonho em que acordava antes de poder entrar na casa velha, dessa vez consegui entrar ao empurrar a porta levemente. Ela estava destrancada, e de dentro da casa fluiu um mau cheiro e uma onda de murmúrios.
A casa por dentro era clara, cheia de lampiões acesos por todas as paredes cobertas por um papel de parede desbotado. Chão de madeira estalava a meus pés, e eu segui o barulho de vozes até um saguão velho. Logo que entrei no recinto, notei a pequena roda de pessoas que conversavam assustadas e olhavam para cima da escada de madeira podre que seguia. Havia, dentre outros que pareciam borrados a mim, uma menina de cabelos ruivos que se encolhia nos braços de uma mulher morena que chorava. Ninguém parecia me notar, e só ao tentar falar com elas e perguntar o que ocorria, notei que ninguém se quer me enxergava ali. Eu era apenas uma telespectadora. Meu trabalho ali, de algum modo era assistir apenas.
E então o barulho que vinha da escada se intensificou, e começou a se aproximar. Era um grito pavoroso que arrepiou minha espinha. Então alguém ao meu lado fez o sinal da cruz e murmurou: “Vem a bruxa.”
A mulher morena lançou um olhar horrível em direção a voz, enquanto tampava os ouvidos da menina.
E então eu a vi.
Ela descia as escadas, segura entre os braços de dois homens enquanto esperneava e gritava coisas sem sentido. Seus cabelos desgrenhados eram de um negro, que se apagava em alguns pontos pelos cabelos grisalhos. Seus olhos eram fundos e vidrados,e a boca parecia uma linha dura na face.
As pessoas se afastavam da escada enquanto ela era levada a força para fora pelos homens.
A menina gritou ao vê-la, mas não era de medo. Queria correr até ela mas foi segura pela morena que lhe acalentou.
A mulher que era levada olhou para a menina, e seus olhos vidrados eram assustadores. De repente ela se soltou dos homens e os derrubou, sua força era absurda na situação.
Ela correu em direção a menina. E meu coração pareceu parar quando ela olhou em minha direção,e por um momento pensei que ela estivesse me vendo. Porém, ela passou por mim sem tocar-me
”Segurem a louca!”
“Não deixem que ela se aproxime! Segurem a louca! Pare ela! Está em surto!”
Os gritos pareciam se misturar enquanto a mulher arrancava algo do pescoço e jogava em direção a menina, ao mesmo tempo em que a seguravam e levava porta a fora em meio a gritos.
Eu fiquei parada, tremendo.
Vi a menina se soltar da mulher morena e pegar do chão o objeto que ela jogara e apertá-lo contra o peito.
Era um cordão de prata com uma pedra roxa no meio.
“Ana Beth”
A morena sussurrou para ela enquanto os outros ao redor pareciam sumir para mim, como se o sono estivesse acabando.
“Ana Beth, não chore...”
De repente meus olhos caíram no papel amassado em minha mão.
Estava escrito:
Para Ana Beth
E eu acordei
No meu quarto. E não estava sobressaltada como em outras noites, mas o sonho não me deixou mais dormir, e tão pouco retornou.
O rosto da mulher não me saia da mente, e então peguei grafite e papel e tentei tira-lo de lá a força.
Consegui, mas restou em mim a estranha sensação de que faltava algo. Algo que não cumprira.E a madrugada seguiu, enquanto eu me perguntava o que havia na carta.
A carta que nunca entregaria. 



Desenho da mulher dita louca feito por mim na noite de 17 de abril de 2010.
(grafite sobre papel)
Lorem Krsna

sábado, 8 de maio de 2010

Pedaços de sentimentos


Gira os sonhos sobre os meus pensamentos
Na fuga louca de minha racional consciência...
Perco o controle, fujo dos sentimentos
que acabam por me arrebatar com violência.

Não creio na minha dor, mas ela em mim acredita.
Não quero perder o que trago em meu peito.
Pareço feita de palavras não ditas
que se rasgam no meu sonho desfeito...

E o acorde que soa não é mais que um gemido,
que ecoa no tão fundo silêncio...
E meu pensamento vaga perdido
voando acima de meu consentimento.

E quando essa dor não for mais que vaga calma,
Terei a resposta em meu pensamento,
pois de tudo sobrou apenas minha ferida alma,
nos pedaços de meus sentimentos.


Lorem Krsna

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Só algumas vezes na vida


Algumas vezes na vida você finalmente para para pensar no que realmente você quer. Se dá conta que nem tudo acontece como se planeja, e que na maioria das vezes nem mesmo planejamos nada, e tudo rola sem que percebamos. Algumas vezes na vida, nos damos conta que costumamos jogar a culpa de nossos fracassos no destino, ou as nossas tristezas são sempre culpa de outros. E é então que percebemos que nossas vidas não estão mais em nossas mãos, por que simplesmente as colocamos no controle de outras pessoas, assim a culpa nunca será nossa. Algumas vezes na vida você percebe que o Príncipe Encantado não vem, mas que a bruxa com certeza anda solta. Que ser chamada de boazinha não é legal, e que antes você mesmo não se deu conta. Você percebe também que a alegria é relativa, e nem sempre é contagiante, mas que não é justo descontar sua raiva em ninguém, só por que você não está feliz, o mundo não vai parar de girar! Algumas vezes na vida, você entende que em um segundo você pode fazer algo de que se arrependerá pra sempre, e que a felicidade demora pra ser conquistada, e pode ser destruída em um mero instante, por isso devemos segurar cada bom momento, e cada bom amigo. Algumas vezes na vida você descobre pessoas por quem você seria capaz de matar e morrer, quem com um único sorriso de alegria pode iluminar seu mundo, e a felicidade dessas pessoas está acima da sua própria, mas quando elas estão infelizes, seu mundo inteiro chora com elas. Pessoas por quem você entregaria a vida de bom grado, mesmo sem perceber... Algumas vezes na vida, você começa a entender, mesmo sem querer, que a vida pode ser levada como um passo de dança, onde você comanda, mesmo sem saber dançar. Você então percebe, que mesmo sendo só um pequeno ponto no universo, pode sim buscar fazer a diferença em seu próprio mundo, no comando de sua própria dança, a procura das respostas que rodam seu minimo universo pessoal.

Lorem Krsna

terça-feira, 4 de maio de 2010


Não é como se eu tivesse mudado realmente, mas sim como se finalmente eu pudesse me conhecer.
Lorem k


Sou matéria,
pensamento,
razão e sonho
fundidos em um receptáculo que chamam de gente!
Mais uma louca em um mundo de loucos,
tentando compreender um ser contraditório
que habita minha mente,
e a quam chamo de eu!
(lorem k)
Sou aquilo que sou, e aquilo que sonho ser. Gosto de acordar todos os dias e agradecer a oportunidade de ter mais uma chance para recuperar cada segundo perdido em desânimo e descrença em mim mesma. Uma chance para recomeçar. Só o que quero é beber a vida sem medo. Agradeço por ter uma família linda e muita sorte(apesar das trapalhadas rs). Aprendi que o mais fácil é sonhar, o trabalho está em transformar o sonho em meta, e a meta em realidade. Aprendi que há pessoas mais fortes que minhas vontades, mas que desistir não é uma opção pra mim. Sou teimosa, turrona, atrapalhada...mas não temo meus defeitos, pois isso é a pior atitude. So quero melhorar. E vou. Posso ser mais do que um peão no jogo universal...mas continuo a atravessar esse tabuleiro em busca do destino que me espera do outro lado.Melhor, construindo meu caminho em meio a casa dos grandes. Sem jogar sujo, sem passar por cima de ninguém, pois foi isso que aprendi.Sei também a diferença entre humildade e humilhação. Entre amor e admiração. Entre viver e sobreviver...só quero meu lugar ao sol. Quero correr e lutar em direção sonho que desenhei, mesmo com meu caminho cheio de pedras e bifurcações. Foco! Uma razão para mim, pois o resto é conosco.
(Lorem K)

Vasculhe

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