Nesses dias resolvi reduzir meu consumo de café. Sendo um dos meus poucos vícios, não é uma coisa tão fácil. Re-li um antigo trabalho que fiz sobre as vantagens e desvantagens da cafeína, procurei pesquisas sobre a influência no manchamento dentário. Minha ansiedade me fez decidir, de 5 a seis xícaras por dia, duas ou três. Tarefa mais complicada do que se parece. Mas foi graças a essa nova meta que tive aquela epifania.
Gosto daquele café forte, sem açúcar. Gosto do sabor na língua, puro. Mas o que realmente amo no café, é o cheiro. Aquele cheiro que trás a realização prévia, da imagem e lembrança do sabor, antes de experimentá-lo realmente. Sou viciada no cheiro do café. E não é por que ele me deixa alerta, ativa. O que me atrai no café, como um canto da sereia, são as lembranças desse cheiro. Se eu fechar os olhos, volto para casa, para meus sete ou oito anos, para manhãs de chuva e aquele aroma no ar. Volto para as discussões ao redor da mesa do café, e de vir em casa lanchar no intervalo da escola. E para as tardes, de chegar da praia, e ter o café e o bolo na mesa, e todo mundo enrolado na sala para assistir a velha sessão da tarde.
O café para mim, é minha máquina do tempo. É minha passagem para casa, não importando em que lugar do mundo me encontre. No camping, em um hostel em alguma ilha por ai, em uma lanchonete beira-de-estrada. O café me trás essa ilusão de lar, por segundos.
Pois é, péssimo pensamento para se ter quando estou tentando reduzir o consumo.
Lorem Krsna
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