terça-feira, 1 de março de 2011

Meu temor absoluto...

Só possuo um único medo, e é o da perda. É algo entranhado em cada parte minha, sufocando-me em graus diferentes, mas todos igualmente perigosos.
E se analisarmos bem, esse viria a ser o temor supremo da humanidade, e seu freio social.
Tememos ficar sozinhos, ou seja, perder a companhia das pessoas que nos são caras seja em circunstâncias temporárias ou definitivas, e é este medo que nos freia na hora de as magoarmos ou pô-las em perigo.
Há o medo de perdermos a confiança e admiração dos que nos cercam, ou mesmo o status social, e então nos pomos a conservar e alimentar esta confiança por meio de atos que condizem com atitudes que nos preservem desta perda. Atos estes nem sempre os melhores, mas que conservem ao menos temporiaramente a sensação de poder.
Há o temor de nos machucarmos, em qualquer estância. Ou seja, perder a integridade física, a paz, e a visão que possuímos de nosso corpo. Este temor nos faz nos abstermos de atos perigosos demais.
Há o medo da depressão, e este é interessante, pois muitos acreditam que é perder a confiança em si mesmo, e assim na sociedade, porém outros dizem que perde-se a confiança na sociedade, e após em nós mesmos. Mas de um modo ou outro, envolve perdas.
E há os que temam a Deus, ou seja, perder o seu lugar de paz no paraíso, e este medo faz com que moderemos ou vetemos atos que possam vir a ser julgados contra nós.
Por fim, o temor da morte, perder a vida e a certeza que julgamos possuir a nos deparar com o desconhecido. E todos buscam em vão evitar a única certeza que possuímos.
E estes são somente alguns dos temores que envolvem perdas, pois se bem vermos, nos depararemos com este simples e impactante fato: A perda é o temor que liga a todos, seja de uma pessoa, um sentimento caro, a identidade ou bem físico.
Vemos então, como em tudo que nos rege como homens, o singular toque de egoísmo: Evitamos a perda, para unicamente nos auto-preservar.
Evitar nos machucarmos.
Eu, por exemplo, tenho um temor desde criança e que me persegue: Ficar só no mundo. Às vezes este medo é tão sutil, que está escondido em cada ato meu, por menor que este seja. Invisível, mas presente.
E por que este medo?
Pensei nisso, e ao fazer uma auto-analise cheguei à conclusão de que perder os que realmente me importam, seria na verdade como perder parte de mim, minha identidade, pois em parte são minhas relações que a compõem. Qualquer elo rompido então seria como uma perturbação desta identidade, e logo em meu eu, acabaria por perder a mim mesma como sou agora.
E após um tempo, acabei por perceber que este temor da perda vem me prejudicando mais do quê o necessário. Para evitar perder, e assim evitar a desfragmentação de meu eu, acabo por lograr inconscientemente relacionamentos antes que se estabeleça, pois novamente consciente ou inconscientemente ante venho à futura perda ao romper este possível elo, e assim a contenho, contornando-a acabando com algo antes mesmo que se inicie.  É algo perigosamente sutil, ou abertamente obvio em algumas situações, mas é como aquele velho ditado: "Gato escaldado tem medo de água fria"
O gato teme machucar-se novamente.
Eu temo o relacionamento, a futura perda.
Pessimista? Bom, não tenho um histórico muito feliz para comparações e riscos...
Fico então eu com o temor absoluto, lutando contra minhas grades invisíveis e não palpáveis. Fico eu, a tentar não lograr relacionamentos ao invés de estabelecer relações meramente superficiais.
Fico eu, por enquanto a só, frente a frente com o temor que a seu modo acaba por mover a humanidade.

Lorem Krsna

Um comentário:

  1. O medo também nos impulsiona a seguir(não o excessivo é claro, pq aí pode se transformar em uma psicopatologia..etc...), mais esse de nos fazer recuar um pouco é normal, um dia o ser humano aprenderá a dominar melhor a aceitação da perda...ou melhor...das erdas necessárias...
    lindas como sempre cada palavra sua poetisa predileta da mana...**
    sei que vai ficar com vergonha mais "ô toisa totosa da irmã mais velha"...!!!

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