Talvez eu já soubesse desde o início que tudo não passava de um sonho.
Algo estranho por si, já que esta consciência tantas vezes nos falta nestas situações estranhas.
Uma casinha pequenina, no topo de uma encosta íngreme. Me vi olhando para uma cerca velha e um tanto caída que dava entrada à estrada de terra ladeada de flores meio secas e grama amarelada, que levava até a casa que avistava tão pequena lá de baixo. Não sei como cheguei até aquele ponto, outro indício dos sonhos, que é sabido que nunca sabemos como chegamos aquelas situações em que nos encontramos.
Abri o portão enferrujado e entrei, subindo enquanto observava a terra morta ao redor de tudo. Havia árvores, mas as folhas amareladas estavam caindo em tudo: grama, estrada de pedra e em mim enquanto passava.
O vento soprava frio, outonal.
Subi até alcançar a varanda, velha e maltratada. Havia um pequeno jardim destruído pelo descuido e tudo demonstrava um terrível abandono.
Bati palmas e ninguém respondeu, mas havia um som ritmado lá dentro, que não conseguia identificar. Dei a volta na casa, tentando enxergar pelas janelas de vidros empoeiradas, mas não via nada. Só ouvia aquele barulho intrigante.
E então o som ficou mais nítido, se transformou em música. Uma música em violino, que mais parecia vinda não só da casa, mas de todos os lugares ao redor, como trazida pelo vento.
Fechei os olhos sentindo a música me invadir e aquele som me trouxe uma sensação triste... Muito triste. Quando percebi já chorava.
O som cessou repentinamente e a porta da casa abriu com força, o vento invadindo forte tudo lá dentro.
Acordei.
Me sentindo só e vazia, como se houvesse um buraco profundo em mim, com o vento a passar por ele.
Lorem krsna
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Dúvidas? Indagações? Palpites? Ideias? Epifanias?
Só para comentar mesmo?
Tudo bem!
A vontade!
Aberta a opiniões.
A agradeço a sua visita ao anjo sonhador.
Espero que volte sempre que quiser, serás bem-vindo.