Me irrito comigo mesma. Com frequência. Por coisas
estúpidas que falei, ou coisas necessárias que tinha que falar. E por colocar
minha vida, o que eu quero, o que eu desejo, em segundo plano por terceiros, só
para depois guardar rancor de tantas coisas que não fiz.
Me irrito por observar tanto e deixar de viver, e
pela mania de tentar fazer as coisas certas, sem saber para quem são certas, se
para mim, ou para as pessoas. Me irrito por meus pensamentos conturbados, minha
paixões injustificadas, e por não enxergar as coisas boas a não ser quando
estão quase no fim, apreciando o sabor do sorvete só quando ele está acabando e
não tem mais onde comprar. Eu queria sentir o gostinho do que é ser plena por
mais tempo, sem coisas que pesam, daquilo que não fiz e não disse.
Tudo isso me irrita. As conversas inteiras que
imagino sem falar nada. A incapacidade que eu tenho de falar com os olhos ou
gestos, de pedir ajuda, de dar a cara a tapa, de dizer quando estou feliz ou
triste, ou quando as coisas ficam ruins demais, ou mesmo quando a felicidade me
toma. Só engulo, misturo e me embriago com tudo isso.
Lorem Krsna
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