“– Você gosta de
vaga-lumes? –perguntou ao menino quando ele voltou do gramado. Na luz do poste
viu o rosto afogueado, os olhos de gato brilhando.
- Aham! – falou
com um balanço entusiasmado.
Bagunçou o
cabelo vermelho do irmão, e os dois ficaram olhando por um tempo a dança
brilhante pela praça vazia. Então seu pensamento começou a afundar aos poucos.
Olhou pra baixo e viu que os olhos de Dan também estavam caídos em alguma
melancolia dos sete anos.
- O que foi?
- Papai disse
que eles morrem cedo. É tão triste, eles são tão brilhantes.
“Vida curta.” Aquilo
lhe lembrava da conversa de Samanta, sobre mariposas. Olhou o pequeno
apreensivo.
- Mesmo que a
vida deles seja curta Dan, é cheia de luz. Você não acha triste uma vida no
escuro, mesmo longa?
O menino
ponderou, olhando para cima com a boca aberta. E então finalmente abriu um
sorriso.
- Mamãe era como
um vaga-lume.
Não pode não
rir. Mesmo que ainda sentisse aquela pontada fina incomodando lá dentro. Olhou
a dança na grama. Dan era sábio para uma criança. Elizabeth havia tido uma vida
cheia de luz, brilho. Era iluminada. E tão breve...
- Acho que sim –
sussurrou
E como resposta
uma revoada brilhante brilhou mais forte. Talvez já alguns estivessem se
apagando, mas no meio de tanta luz, nem dava pra ver. E era como se ouvisse as
palavras: “Você nota melhor a luz no escuro Santiago. Mas também fica cego
quando ela se apaga.”
__ Lorem Krsna
Santiago & Samanta
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