segunda-feira, 12 de setembro de 2016
Nada nos prende.
Um dia eu saio da sua vida.
Assim mesmo, sem aviso. Vejo a porta aberta, vou saindo. Não importa a hora da madrugada, o clima, ou o filme em cartaz.
Não grito, não me desespero.
Nem choro.
Chorar é complicado pra mim. Minha emoção não transborda pelos olhos, transborda pelos dedos.
Um dia, eu apenas deixo de atender as ligações, de mandar mensagens.
Aos poucos você vai esquecendo meu rosto, meu gosto. Minha voz.
Vai ser sem explicações longas, não preciso delas.
Você não precisa delas também.
Você nem vai perceber quando as pequenas trincas, quebraram o vidro inteiro.
Quando se dê conta, só vão haver pedaços.
Eu não fico por pedaços.
Um dia você vai entender que as pequenas coisas valiam bem mais, no bem e no mal dos detalhes.
E que haviam tantos detalhes, que só de longe fariam sentido.
É preciso partir, é preciso voar, do chão não se vê o quadro que se forma quando todas as coisas se juntam.
Um quadro belo, ou um caos.
Não nos arrastaremos juntos, quando o chão não nos cabe.
Quando nada nos acrescenta.
Não há mais nada a ser ensinado e aprendido.
Quando o peito aperta, mas do que o sorriso surge. Ai eu sei que é hora de ir.
Por nós, e mais por mim. É em mim mesma que penso, não minto sobre isso.
Melancolia e infelicidade são coisas diferentes.
Minha melancolia nunca se vai, mas não vim nessa vida para ser infeliz.
Não preciso da tristeza, não me agarro a ela.
Se puder, fujo dela.
Vou embora dela.
Você era minha tristeza.
E eu era a sua.
Por isso me vou.
E quem sabe nesse vazio que era a sua tristeza e a minha juntas, não surge um espaço para se construir.
Varra os pedaços para fora.
Abra as portas e as janelas.
Abra as asas.
Nada nos prende mais aqui.
Lorem Krsna
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