sábado, 11 de junho de 2011

Código de conduta

Até onde um homem pode ir em busca de justiça, sem se corromper?  Até quando a sua história  justifica seus atos, ou seus fins justificam seus meios?
Estas e outras ideias são tratadas em código de conduta, um filme que mostra os dois lados da moeda no falho sistema judiciário, e sobre um homem que tenta, diante do corrupto sistema judicial fazer a sua justiça com as próprias mãos passando por cima de tudo. 
Não são raros no cinema e literatura histórias de pessoas que diante de falhas nas leis, buscaram fazer eles mesmos as próprias leis a seus modos. No livro o conde de monte cristo, de Alexandre Dumas, o personagem principal, forçado a viver 19 anos aprisionado inocentemente, foge e vinga-se daqueles que buscaram seu mal e responsáveis por sua infelicidade. No quadrinho o justiceiro, um homem que tem toda a família assasinada planeja e executa a ruína daqueles que provocaram a sua própria. No filme a vingança de Logan, um menino que presencia a morte dos pais e irmã, cresce com uma ideia: destruir o mandante do crime. Ele o faz. No livro Senhora, de José de Alencar, a personagem busca a vingança do homem que a abandonou por um casamento vantajoso, comprando-o e o fazendo objeto de constantes e cruéis humilhações. A lista é longa!
No entanto, nenhum livro ou filme a que tenha usurfruido, mostrou de maneira tão realista este sentimento que existe antes mesmo da descoberta do fogo:  a vingança.
Um personagem que trata de maneira brilhante, a ponte entre o bem e o mal, de maneira, que entre os dois personagens principais, Clyde e Nick, não enxerguei a relação de protagonista e antagonista. Apenas dois homens que erram (e muito!), em prol daquilo que acreditam ser o certo.

O filme
Clyde(Gerard Butler) é um pai que testemunha o assasinato da esposa e da filha, e também a liberdade de um dos assasinos pelas mão do promotor de justiça Nick(Jamie Foxx), que faz um acordo justificando que um pouco de justiça era melhor do quê nenhuma, em vista da grande possibilidade do assasino ganhar o processo por falta de provas.
Anos depois, o assasino é torturado e morto (um doce para quem adivinhar de quem foi o ato!) .
Clyde é preso, mas não há provas contra ele, e então começa um jogo de gato e rato. Clyde, um homem completamente brilhante e decidido a provar as falhas da justiça, sem importar-se com os meios, ou a quem machucar, contanto que prove a existência de  sistema judicial corrupto. Do outro lado está Nick, um ambicioso promotor, tentando  antever os passos de uma mente além da compreensão de qualquer um, passando por cima de tudo e de todos.
Como impedir Clyde, se ele já está na cadeia, e sempre um passo à frente de todos?
Em diversas cenas,  você se vê tentado a julgar o comportamento de ambos os personagens.
Mas então vem aquela perguntinha danada: E se fosse eu? O que eu faria?
Um acordo com um bandido? Passaria por cima de todos para provar a minha verdade? E quantas vidas valeriam minha verdade?
Qual a intensidade da dor de Clyde, e de seu desejo de provar a todos que as leis são só papel?
Clyde, de dentro da cadeia, vai executando uma a uma as pessoas que acredita estarem envolvidas com o sistema corrupto, deixando apenas Nick, como uma testemunha de uma batalha.
Você começa a imaginar então Clyde como um enxadrista, e as pessoas como peças neste jogo que ele comanda a seu modo, pois como diz mesmo um personagem "Se clyde quer você morto, você está morto, ao menos que o mate antes."
Dois homens, duas verdades e uma luta de inteligência.
Código de conduta foi lançado  em 06 de novembro de 2009, dirigido por Frank Darabont ('O Nevoeiro') e tendo como roteirista  Kurt Wimmer ('Thomas Crown: A Arte do Crime').
E o final, vou confessar que não gostei tanto, mas enfim, é um ótimo filme, e quem quiser conferir, eu recomendo.
De que lado você ficará?






Lorem Krsna

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