“Nós nascemos para dizer adeus, mas nunca aprendemos como.”
Em um momento abrupto de clareza, um dia eu disse essa frase para uma pessoa querida que havia perdido algo precioso, sem saber que um tempo depois estaria me despedindo dela também. Eu não havia aprendido a dizer adeus também, e não acho que um dia eu vá.
O tempo é a grandeza física mais traiçoeira que existe.
Eu olho para os cabelos brancos surgindo na cabeça das pessoas que mais amo e penso que debaixo de tudo isso (dos sorrisos, das risadas, dos ‘eu te amos’ e ‘chegou bem em casa’) estão as células com seu telômeros, se encurtando a cada reprodução.
A areia está caindo na ampulheta, sem que eu possa segurá-la (e ainda assim eu quero, quero os guardar aqui comigo, os esconder do tempo. Reverter os cabelos brancos e as rugas de cada um deles, ignorando que a cada dia vejo no espelho uma pessoa mais estranha.).
E enquanto isso o tempo passa e passa (e não cura, só passa).
Nós nascemos para dizer um adeus, sempre que dizemos um olá.
É o preço de amar as pessoas.
Lorem K Morais