Foi há alguns anos atrás, e eu acabara de receber uma enquete, daquelas que alguém "rodava" na sala de aula um caderno de perguntas sobre aquilo que você não deveria contar, e muitas vezes não era mesmo da conta de ninguém. Uma maneira da turma se conhecer (em verdade, de ter assunto para fofoca uns dos outros), mas enfim, recebi o tal caderno no intervalo.
Óbvio que li as respostas alheias, e ri muito. Alguns respondiam somente para avacalhar, e as perguntas em si não ajudavam.
Mas fui respondendo.
Nome, idade, sexo (um engraçadinho respondeu: faço sim), prato predileto (os fundos,rs), quem você levaria para uma ilha deserta? (uma geladeira cheia de coca-cola e muita rufles), sonho, já beijou alguém ( sem comentários ¬¬) e por aí vai...
E então veio aquela pergunta, a última a que me demorei.
- O que você faria se descobrisse que iria morrer amanhã vítima de uma doença misteriosa?
Passei o olhar pelas respostas dos demais, e entre muitos "não sei" algumas merecem nota.
A óbvia: Choraria muito
A ousada: Perderia a virgindade
A rebelde: Fugiria com o meu namorado para o show do RBD no rio de Janeiro, então dormiria na praia e esperaria.
O prático: Escreveria meu testamento, tudo para o meu cachorro.
O suicida: me mataria hoje!
O guloso: Comeria muito.
A tocante: Pediria a Deus para viver um pouco mais.
Eu pensei. E pensei mesmo. O que eu faria? Passaria mais tempo com os que me eram caros? Me aventuraria a realizar feitos antes desejados? Buscaria uma maneira de fazer algo por que ser lembrada?
Veria o sol nascer... Diria as pessoas importantes para mim o que elas representam para a minha vida...
Tudo isso passou por minha mente.
O que eu diria a meus pais? A meus irmãos?
Comecei a pensar em tudo o que deixaria para trás. Havia tanto o que eu desejava fazer ainda! Reparar certas tolices...
Desejaria que o tempo voltasse, para que andasse mais leve, sem uma mochila sempre cheia de desculpas e um para-quedas.
E eu pudesse fazer algo de útil para alguém...
"Não, eu não quero morrer ainda!" Comecei a me apavorar mesmo.
Olhei para o caderno a espera de resposta.
"O tempo não pode voltar...'
Então me apeguei a única resposta de uma teimosa irremediável. Risquei as palavras e ri satisfeita.
- Não acreditaria. Pediria novos exames.
Lorem Krsna
quinta-feira, 30 de junho de 2011
O mistério do lobo parte II - A procissão
Me vi em meio à multidão que caminhava. Minha confusão ao olhar ao redor me fez tropeçar e quase ser jogada aos pés dos que não parecia enxergar-me ali. Endireitei-me a custo e fui impelida pelo fluxo a caminhar à frente.
Ao meu lado, uma senhora de cabelos brancos inflamou o peito em uma cantoria agourenta, seguida pelos demais em um coro triste que me deixou arrepiada.
-Segura a mão de Deus e vai...
- Quem morreu? - Perguntei hesitante. Ela sequer me olhou - Senhora?
Mais três tentativas até notar que ninguém me ouvia. Ninguém enxergava-me. Mera espectadora era eu ali.
Procurei ao redor quem levara-me até aquele lugar confuso: o lobo cinzento que acordara-me na campina. Não o vi em lugar algum, e na verdade mal podia procurá-lo em meio aquela multidão. Seja quem for que morrera, era obviamente muito popular.
Segui a multidão, em um misto de curiosidade e apreensão.
Chegamos com custo ao cemitério. Segui o fluxo e entrei, ficando afastada durante toda a cerimônia que se seguiu, observando ao longe.
Vi descerem o caixão, e a multidão aos poucos se dispersar. Ao fim, só restara no local eu e a garota do rosto encoberto que observava a lápide recente na terra ainda úmida. Ela apertava com força uma rosa nas mãos, que sangravam nos espinhos. Senti-me intrusa ao observar uma dor alheia, em uma história que não pertencia-me.
E de repente não sei de onde eles surgiram. O rapaz estranho estava ao lado dela, a falar algo que ela ignorava ainda de olhos fixos.
E o lobo cinzento, ao meu lado, surgindo do nada a recostar seu dorso na lateral de meu corpo sentado em uma lápide ao longe do casal.
Ele encarou-me enigmático.
- Oi amigo - alisei seu dorso sem medo e ele cheirou meus dedos. - Por que queria que eu visse isto hã?
Olhamos a cena na lápide, e aos poucos uma compreensão me abateu.
- O enterro... Era dele não é?
O lobo ganiu baixinho, e aquilo não pareceu tão absurdo quanto deveria ser.
O rapaz nos encarou, me olhando de um jeito transtornado. A moça então virou-se diante de um longo uivo de meu amigo, e finalmente vi seu rosto.
No mesmo momento cai da lápide.
Eu a conhecia!
Acordei com um grito reprimido na garganta. Fazia frio e ainda assim suava muito. Uma grande tristeza e confusão me abateu. Corri e escrevi o sonho, esperando que este desfecho não seja um presságio infeliz.
Só um sonho.
Só um sonho.
Lorem Krsna
terça-feira, 28 de junho de 2011
O mistério do lobo
Acordei com o barulho das passadas ritmadas no cascalho, e a cantoria ainda ao longe.
Abri meus olhos e o sol que penetrava por entre as folhas cegou-me por um breve instante. Senti algo úmido passar sobre meus dedos e puxei a mão com susto levantando-me de supetão. Reprimi um grito de susto na garganta ao ver a criatura que lambera minha mão: um lobo.
Um grande lobo cinzento que encarava-me com um olhar enigmático e estranhamente... Humano. Ele ganiu e deu meia volta, chamando-me em direção as passadas cada vez mais próximas. Com a mente confusa, caminhei em seu encalço e então cheguei a uma estrada me vendo em meio a uma grande procissão.
Eram dezenas de pessoas, vestidas de preto a cantarem. O lobo caminhou por entre elas surpreendentemente sem ser notado, e pensava sobre isso até notar que tão pouco era vista também. Estava lá como mera espectadora de algo que ainda não entendia ao certo.
O lobo uivou em coro ao canto, e olhei o caixão levado a frente, notando uma garota de rosto coberto que chorava copiosamente. A dor dela parecia ecoar em algo dentro de mim, e sem suportar olhar por muito tempo procurei novamente o lobo por entre a multidão que passava, e então o vi ao lado de um rapaz que punha a mão em seu dorso da outra extremidade da estrada, igualmente a mim na margem, ele passou o olhar da garota que outrora eu também observava e encarou-me em um instante de confusão. Seu olhar era estranho... De um modo que não conseguia entender.
O lobo cinzento uivou longamente, e a procissão passava sem parecer notar a nós três.
No terceiro uivo do lobo, um grito ecoou da garota à frente...
Continua...
Lorem Krsna
quinta-feira, 23 de junho de 2011
A menina que roubava livros
Quando a morte conta uma história, você para para ouvir.
Por três vezes a morte encontrou Liesel Meminger, e nas três ela escapou.
Este é o tema central de o livro a menina que roubava livros, de Markus Zusak.
A história da menina Liesel Meminger, vivendo em plena segunda Guerra mundial, entre conceitos tortos e uma realidade de um mundo que cai em uma das batalhas mais sangrentas da história.
O livro é narrado por uma personagem não muito convencional e muito sincera: a morte.
Apesar do tema um tanto sombrio, o livro tem seus momentos hilários, graças em muita parte a nossa narradora sarcástica e RUDY STEINER, o melhor amigo e eterno apaixonado por Liesel, e as peripécias de ambos nos furtos de livros.
Liesel dá um conceito novo a frase tudo por um livro, com certeza!
É um livro para rir até cair da cadeira, se revoltar, e acreditem, chorar (e como eu chorei!).
Mas principalmente para pensar (e muito!) sobre quantas vezes a humanidade pode cair e se erguer. Sobre quanto poder um homem carrega nas palavras, e sobre o que estas palavras podem fazer na vida das pessoas. Seja causar uma guerra, ou salvar uma menina de uma realidade sufocante, de perdas e perigo. Fala sobre como encontrar um cantinho de luz em toda a escuridão que nos rodeia.
A menina que roubava livros é um livro marcante, daqueles que você começa a ler e não para até saber o final.
E depois vem a conclusão, fazendo minhas as palavras da morte:
"Os seres humanos me assombram."
Lorem Krsna
Catálogo de erros
Eu canto desafinada, a canção que não me cabe, com a voz alterada.
E pode ter certeza, que falo muitas coisas certas, na hora totalmente errada.
Sou teimosa, questionadora e desconfiada.
E para completar o pacote, venha e note: sou mesmo desastrada.
Pois bem, pode me chamar de lunática, desajustada.
Prefiro escrever minhas loucuras, a ficar bem comportada.
E se minha canção desconexa não lhe agrada,
Saiba que no chuveiro, dou um show meu camarada!
Posso não ser a mais querida... a mais desejada.
Mas quando entro quebrando tudo, sou com certeza a mais notada...
Jogo meu catálogo de erros logo na chegada.
Se vier então a ser amada, vai ser pelo o que sou, e como sou...
Por que sou? Isso já faz parte da charada.
Só não diga depois: "Outra pessoa enganada."
Lorem Krsna
O desejo de fugir
Além de mim mesma encontro esta ausência que sempre senti, sem saber o porquê. Encontro um rosto que sempre busquei e que há tanto perdi.
E tanto perdi!
Perdi quem me amou e quem achou que gostava de mim. Perdi aquilo que fui e o que guardava dentro de mim. Me parti tantas vezes, que nem sei se ainda resta algo intacto aqui.
E hoje em dia, me tornei tão covarde, que só sei mesmo fugir.
Me tornei mestre mesmo em partir para longe do risco da mágoa. E nem sei se isso no fim das contas me faz feliz!
Às vezes, e tantas vezes, imagino que alguém me espera quando chegar em casa. Que alguém vai ligar para dar um "boa-noite" e um "vejo você amanhã". E penso se trocaria este prazer por todos os riscos, mas a resposta não vem.
Eu acho que não sei mais o que pensar. Eu só sei mesmo fugir, enquanto tudo vai perdendo a graça de ser e só resta o vazio. Não fica nenhum sorriso mais caloroso, só fica a vontade de ficar sozinha cobrindo tudo.
Lorem Krsna
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Anjo sonhador de cara nova.
Quem visita o blog anjo sonhador com certeza notou a mudança no layout da página. Pois bem, esta mudança se deu por dois fatores em especial:
1. Recebi algumas dicas sobre a dificuldade de leitura devido a cor da página, sendo escura, então mudei a cor para facilitar a visualização.
2. Sou muito inquieta, mudanças são constantes em minha vida. Não curto rotina (hehe).
E o momento não foi a toa não. Logo depois do eclipse, olha aí. Anjo sonhador também é supertição! (kkkk).
E as férias (ufa!), o que é igual a tempo para por a mão na massa em velhos projetos guardados na gaveta. (O lado ruim é que aproveitava-me da internet da faculdade, então não estranhem se eu passar um tempo sem postar, e depois postar muita coisa de uma vez só. Não é lotérica não, mas é acumulativo.)
As fotos.
As fotos do plano de fundo, além de algumas imagens minhas (minhas favoritas, hehe) foquei principalmente em coisas que eu gosto, e que são assunto no blog. Como autores favoritos (Clarice Lispector, Shakespeare, Hermam Hesse dentre outros), música , filmes, personagens e sentimentos dos mais variados. Surgiu de tudo isso um painel, e o interessante é que originalmente fiz este painel não para o blog, mas em uma brincadeira com um amigo pela internet sobre gostos que nos definem e falam muito sobre nós. Gostei tanto do painel que busquei um lugar especial para ele aquí no anjo sonhador.
Opinião
Já recebi umas opiniões bem bacanas quanto a mudança, mas preciso saber a opinião de mais leitores, já que esta mudança foi em boa parte para vocês, então gente, manda aí!
Agradeço muito!
Atenciosamente.
Lorem Krsna
sexta-feira, 17 de junho de 2011
E esse tal de amor...
"Há várias formas de amar uma pessoa, e erra quem diz que um homem e uma mulher não podem se amar como amigos. O amor não tem explicação do que por ser ou surgir, ou da forma que nos abate. O amor tão pouco se classifica" " L.K
"(...) E ele apenas chega, e nos toma. E sempre está lá, aparente eu escondido... mas sempre lá, sem que a gente saiba o porquê dele existir dentro de nós. " L.K
"Uma pessoa pode ainda ser infeliz, embora amada por muitos, não sendo o amor mais importante de alguém ." L.K
Lorem Krsna
"(...) E ele apenas chega, e nos toma. E sempre está lá, aparente eu escondido... mas sempre lá, sem que a gente saiba o porquê dele existir dentro de nós. " L.K
"Uma pessoa pode ainda ser infeliz, embora amada por muitos, não sendo o amor mais importante de alguém ." L.K
Lorem Krsna
E essa tal de amizade...
" Ora bem, neste carrossel louco de emoções, agradeço por ter estes loucos ao meu lado, pois prefiro que festejemos juntos a loucura, do quê viver sozinha nesta tola e chata sanidade."
Lorem Krsna
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Semeador de ideias
Uma espada enferrujada, um cavalo magro, e uma ideia que perece aos poucos. Tantas vezes é isso que resta de um idealista, de um sonhador.Mas, sei lá. Pode ser que afinal os dragões não sejam moinhos de vento.Loucos, foram assim tachados tantos que mudaram a história. Tolos e sonhadores, a procurar suas Dulcinéias. A ver gigantes onde ninguém mais parecia enxergar. Tudo na vida nasceu de uma ideia, de um sonho. Tudo que um dia existiu foi imaginado. O que seria então de nós sem a capacidade de sonhar, e assim, de criar?Um cavalo troncho, uma lança enferrujada e uma ideia morta e de repente tudo parece perdido. Às vezes é assim que me sinto, e, no entanto, há uma terra em um dia chegará e não tardará a primavera, e poderei enterrar minha ideia morta em terra fértil, onde florescerão outras tantas ideias da que pelo caminho pereceu.E isso é ser um sonhador, ser um semeador de ideias.Lorem Krsna
terça-feira, 14 de junho de 2011
E depois da festa...
Eu acho que crescemos...
Crescemos tanto que não cabemos mais no mundo que haviamos construído por nós dois, e para nós dois. Não cabemos mais nas roupas antigas, nos gestos antigos, e nem no coração um do outro.
Nossa vida foi uma grande festa quando estávamos juntos, mas no fim, todos sumiram e só restou a bagunça para trás, e ninguém para recolher os cacos, limpar o chão das palavras de mágoas...
O clube já fechou, as portas estão tão bem trancadas que ninguém consegue mais uma chave. E lá dentro há somente as mesas viradas, o cheiro de mofo e as lembranças do que um dia foi algo bem proximo da felicidade.
Hoje, é só o fim da festa. O cansaço de tudo, e sensação de que algo falta, e de muitos erros que só queremos esquecer.
Lorem Krsna
Crescemos tanto que não cabemos mais no mundo que haviamos construído por nós dois, e para nós dois. Não cabemos mais nas roupas antigas, nos gestos antigos, e nem no coração um do outro.
Nossa vida foi uma grande festa quando estávamos juntos, mas no fim, todos sumiram e só restou a bagunça para trás, e ninguém para recolher os cacos, limpar o chão das palavras de mágoas...
O clube já fechou, as portas estão tão bem trancadas que ninguém consegue mais uma chave. E lá dentro há somente as mesas viradas, o cheiro de mofo e as lembranças do que um dia foi algo bem proximo da felicidade.
Hoje, é só o fim da festa. O cansaço de tudo, e sensação de que algo falta, e de muitos erros que só queremos esquecer.
Lorem Krsna
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Na poeira triste daquele violão... Finda a canção girassol.
Hoje eu perdi o meu melhor amigo. Meu companheiro das melhores e piores horas. Meu ouvinte mais compreensivo e fiel.
Ele este por tantos anos, sempre perto quando eu precisava, e quando ele talvez mais precisou, eu não estava lá. Não havia ninguém ao seu lado para lhe fazer um carinho se quer.
Hoje tudo ficou mais triste. O pôr-do-sol na praia não vai ter a mesma cor, a música girassol jamais soará como um dia foi. Tudo o que lhe representa a presença e amizade repousará dormente em saudade, e na certeza de que tudo mudou.
O violão permanecerá em um canto poeirento... sem graça. Não haverá mais a presença no portão a me esperar, a pedir um abraço destrambelhado, uma carona a surfar no carro, em ar e aventura até a garagem.
É amigo, as brincadeiras e traquinagens terão um gosto mais amargo... e a saudade vai doer, por que nada será como outrora sem você por perto.
Se sempre que eu chegar, o portão estará vazio...
E sempre que eu me for, não terá ninguém a me seguir pelas esquinas...
Quando alguém tocar o violão na tua varanda (pois sempre foi tua) , invocará em vão a tua presença, e terá somente a lembrança fiel do teu andar desengoçado... de teus dias pensativos a analisar tudo em silêncio, com certeza a rir de humanos tão tolos e inconstantes.
Meu menino do girassol amarelo...
Me perdoe por tê-lo abandonado amiguinho, logo você, o que era o único que eu podia contar quando estava triste... que eu sabia que estaria perto.
Meu amiguinho de quatro patas! Você fará mesmo falta rapaz. Minha vida (e a dos que te conheceram e amaram) não será a mesma a partir de hoje, e não é exagero. Agora sabemos que tudo mudou de verdade...
Sinto não estar por perto quando se foi.
Adeus Tirolêz.
Adeus meu cãozinho amigo.
Lorem Krsna.
Ele este por tantos anos, sempre perto quando eu precisava, e quando ele talvez mais precisou, eu não estava lá. Não havia ninguém ao seu lado para lhe fazer um carinho se quer.
Hoje tudo ficou mais triste. O pôr-do-sol na praia não vai ter a mesma cor, a música girassol jamais soará como um dia foi. Tudo o que lhe representa a presença e amizade repousará dormente em saudade, e na certeza de que tudo mudou.
O violão permanecerá em um canto poeirento... sem graça. Não haverá mais a presença no portão a me esperar, a pedir um abraço destrambelhado, uma carona a surfar no carro, em ar e aventura até a garagem.
É amigo, as brincadeiras e traquinagens terão um gosto mais amargo... e a saudade vai doer, por que nada será como outrora sem você por perto.
Se sempre que eu chegar, o portão estará vazio...
E sempre que eu me for, não terá ninguém a me seguir pelas esquinas...
Quando alguém tocar o violão na tua varanda (pois sempre foi tua) , invocará em vão a tua presença, e terá somente a lembrança fiel do teu andar desengoçado... de teus dias pensativos a analisar tudo em silêncio, com certeza a rir de humanos tão tolos e inconstantes.
Meu menino do girassol amarelo...
Me perdoe por tê-lo abandonado amiguinho, logo você, o que era o único que eu podia contar quando estava triste... que eu sabia que estaria perto.
Meu amiguinho de quatro patas! Você fará mesmo falta rapaz. Minha vida (e a dos que te conheceram e amaram) não será a mesma a partir de hoje, e não é exagero. Agora sabemos que tudo mudou de verdade...
Sinto não estar por perto quando se foi.
Adeus Tirolêz.
Adeus meu cãozinho amigo.
Lorem Krsna.
Palavras e melodias
Gosto de me perder na multidão
De ficar sozinha, com meus pensamentos.
Como pétalas de flores que flutuam ao vento,
palavras, são melodias de meu coração.
Por vezes, sou uma canção,
Que falta ainda ser completada,
Por vezes tão simplória, e tão errada...
vibrando nas cordas desta solidão.
Lorem Krsna
De ficar sozinha, com meus pensamentos.
Como pétalas de flores que flutuam ao vento,
palavras, são melodias de meu coração.
Por vezes, sou uma canção,
Que falta ainda ser completada,
Por vezes tão simplória, e tão errada...
vibrando nas cordas desta solidão.
Lorem Krsna
sábado, 11 de junho de 2011
Código de conduta
Até onde um homem pode ir em busca de justiça, sem se corromper? Até quando a sua história justifica seus atos, ou seus fins justificam seus meios?
Estas e outras ideias são tratadas em código de conduta, um filme que mostra os dois lados da moeda no falho sistema judiciário, e sobre um homem que tenta, diante do corrupto sistema judicial fazer a sua justiça com as próprias mãos passando por cima de tudo.
Não são raros no cinema e literatura histórias de pessoas que diante de falhas nas leis, buscaram fazer eles mesmos as próprias leis a seus modos. No livro o conde de monte cristo, de Alexandre Dumas, o personagem principal, forçado a viver 19 anos aprisionado inocentemente, foge e vinga-se daqueles que buscaram seu mal e responsáveis por sua infelicidade. No quadrinho o justiceiro, um homem que tem toda a família assasinada planeja e executa a ruína daqueles que provocaram a sua própria. No filme a vingança de Logan, um menino que presencia a morte dos pais e irmã, cresce com uma ideia: destruir o mandante do crime. Ele o faz. No livro Senhora, de José de Alencar, a personagem busca a vingança do homem que a abandonou por um casamento vantajoso, comprando-o e o fazendo objeto de constantes e cruéis humilhações. A lista é longa!
No entanto, nenhum livro ou filme a que tenha usurfruido, mostrou de maneira tão realista este sentimento que existe antes mesmo da descoberta do fogo: a vingança.
Um personagem que trata de maneira brilhante, a ponte entre o bem e o mal, de maneira, que entre os dois personagens principais, Clyde e Nick, não enxerguei a relação de protagonista e antagonista. Apenas dois homens que erram (e muito!), em prol daquilo que acreditam ser o certo.
O filme
Clyde(Gerard Butler) é um pai que testemunha o assasinato da esposa e da filha, e também a liberdade de um dos assasinos pelas mão do promotor de justiça Nick(Jamie Foxx), que faz um acordo justificando que um pouco de justiça era melhor do quê nenhuma, em vista da grande possibilidade do assasino ganhar o processo por falta de provas.
Anos depois, o assasino é torturado e morto (um doce para quem adivinhar de quem foi o ato!) .
Clyde é preso, mas não há provas contra ele, e então começa um jogo de gato e rato. Clyde, um homem completamente brilhante e decidido a provar as falhas da justiça, sem importar-se com os meios, ou a quem machucar, contanto que prove a existência de sistema judicial corrupto. Do outro lado está Nick, um ambicioso promotor, tentando antever os passos de uma mente além da compreensão de qualquer um, passando por cima de tudo e de todos.
Como impedir Clyde, se ele já está na cadeia, e sempre um passo à frente de todos?
Em diversas cenas, você se vê tentado a julgar o comportamento de ambos os personagens.
Mas então vem aquela perguntinha danada: E se fosse eu? O que eu faria?
Um acordo com um bandido? Passaria por cima de todos para provar a minha verdade? E quantas vidas valeriam minha verdade?
Qual a intensidade da dor de Clyde, e de seu desejo de provar a todos que as leis são só papel?
Clyde, de dentro da cadeia, vai executando uma a uma as pessoas que acredita estarem envolvidas com o sistema corrupto, deixando apenas Nick, como uma testemunha de uma batalha.
Você começa a imaginar então Clyde como um enxadrista, e as pessoas como peças neste jogo que ele comanda a seu modo, pois como diz mesmo um personagem "Se clyde quer você morto, você está morto, ao menos que o mate antes."
Dois homens, duas verdades e uma luta de inteligência.
Código de conduta foi lançado em 06 de novembro de 2009, dirigido por Frank Darabont ('O Nevoeiro') e tendo como roteirista Kurt Wimmer ('Thomas Crown: A Arte do Crime').
E o final, vou confessar que não gostei tanto, mas enfim, é um ótimo filme, e quem quiser conferir, eu recomendo.
De que lado você ficará?
Lorem Krsna
Estas e outras ideias são tratadas em código de conduta, um filme que mostra os dois lados da moeda no falho sistema judiciário, e sobre um homem que tenta, diante do corrupto sistema judicial fazer a sua justiça com as próprias mãos passando por cima de tudo.
Não são raros no cinema e literatura histórias de pessoas que diante de falhas nas leis, buscaram fazer eles mesmos as próprias leis a seus modos. No livro o conde de monte cristo, de Alexandre Dumas, o personagem principal, forçado a viver 19 anos aprisionado inocentemente, foge e vinga-se daqueles que buscaram seu mal e responsáveis por sua infelicidade. No quadrinho o justiceiro, um homem que tem toda a família assasinada planeja e executa a ruína daqueles que provocaram a sua própria. No filme a vingança de Logan, um menino que presencia a morte dos pais e irmã, cresce com uma ideia: destruir o mandante do crime. Ele o faz. No livro Senhora, de José de Alencar, a personagem busca a vingança do homem que a abandonou por um casamento vantajoso, comprando-o e o fazendo objeto de constantes e cruéis humilhações. A lista é longa!
No entanto, nenhum livro ou filme a que tenha usurfruido, mostrou de maneira tão realista este sentimento que existe antes mesmo da descoberta do fogo: a vingança.
Um personagem que trata de maneira brilhante, a ponte entre o bem e o mal, de maneira, que entre os dois personagens principais, Clyde e Nick, não enxerguei a relação de protagonista e antagonista. Apenas dois homens que erram (e muito!), em prol daquilo que acreditam ser o certo.
O filme
Clyde(Gerard Butler) é um pai que testemunha o assasinato da esposa e da filha, e também a liberdade de um dos assasinos pelas mão do promotor de justiça Nick(Jamie Foxx), que faz um acordo justificando que um pouco de justiça era melhor do quê nenhuma, em vista da grande possibilidade do assasino ganhar o processo por falta de provas.
Anos depois, o assasino é torturado e morto (um doce para quem adivinhar de quem foi o ato!) .
Clyde é preso, mas não há provas contra ele, e então começa um jogo de gato e rato. Clyde, um homem completamente brilhante e decidido a provar as falhas da justiça, sem importar-se com os meios, ou a quem machucar, contanto que prove a existência de sistema judicial corrupto. Do outro lado está Nick, um ambicioso promotor, tentando antever os passos de uma mente além da compreensão de qualquer um, passando por cima de tudo e de todos.
Como impedir Clyde, se ele já está na cadeia, e sempre um passo à frente de todos?
Em diversas cenas, você se vê tentado a julgar o comportamento de ambos os personagens.
Mas então vem aquela perguntinha danada: E se fosse eu? O que eu faria?
Um acordo com um bandido? Passaria por cima de todos para provar a minha verdade? E quantas vidas valeriam minha verdade?
Qual a intensidade da dor de Clyde, e de seu desejo de provar a todos que as leis são só papel?
Clyde, de dentro da cadeia, vai executando uma a uma as pessoas que acredita estarem envolvidas com o sistema corrupto, deixando apenas Nick, como uma testemunha de uma batalha.
Você começa a imaginar então Clyde como um enxadrista, e as pessoas como peças neste jogo que ele comanda a seu modo, pois como diz mesmo um personagem "Se clyde quer você morto, você está morto, ao menos que o mate antes."
Dois homens, duas verdades e uma luta de inteligência.
Código de conduta foi lançado em 06 de novembro de 2009, dirigido por Frank Darabont ('O Nevoeiro') e tendo como roteirista Kurt Wimmer ('Thomas Crown: A Arte do Crime').
E o final, vou confessar que não gostei tanto, mas enfim, é um ótimo filme, e quem quiser conferir, eu recomendo.
De que lado você ficará?
Lorem Krsna
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Estranhos Conhecidos
Vou sentido tua falta, e tantas vezes, no entanto, só esta saudade me basta.
Não somos mais os mesmos, tanta coisa aconteceu, que se um dia tudo o mais nos bastasse, e esta barreira entre nós fosse ao chão, não saberia o que dizer, o que falar. Um dia, aqueles que fomos foram amigos, ou muito mais do quê amigos, mas aqueles que hoje somos não passam de estranhos.
É engraçado, a vida as vezes é uma tragédia cômica. Eu já li tanto, assisti há tantos filmes, vi algumas peças, e todas elas falavam de sentimentos que eu acreditava que entendia, mas no fim, quando tudo passou para o palco da vida e vi que não entendia mesmo nada, e pior, não conseguia lidar com coisas que me achava mestra no alto de minha prepotência, que mede muito mais do quê a minha pouca estatura.
Fomos arrogantes. Eu fui orgulhosa e tão fria, que hoje tão pouco me reconheço mais. E nossa teimosia se igualou, uma guerra de gigantes em que ninguém cedeu, e a corda machucou a ambos.
E hoje eu te vejo, e não sei mais o que dizer. Um prazer em rever, ou em conhecer.
Do que eu era não tenho mais nem o endereço, só um nome. Mas o que é um nome, em razão desta (como diz a música) metamorfose ambulante?
Sim, eu te vejo. Eu sempre te vi, e eu sempre lembrei de você, apesar deste orgulho em que tropeço há todo tempo.
Eu sentia a tua falta, agora eu sei, que sentia a falta de quem você foi.
Por quê de quem eu fui, quero mesmo é distância.
Lorem Krsna
Não somos mais os mesmos, tanta coisa aconteceu, que se um dia tudo o mais nos bastasse, e esta barreira entre nós fosse ao chão, não saberia o que dizer, o que falar. Um dia, aqueles que fomos foram amigos, ou muito mais do quê amigos, mas aqueles que hoje somos não passam de estranhos.
É engraçado, a vida as vezes é uma tragédia cômica. Eu já li tanto, assisti há tantos filmes, vi algumas peças, e todas elas falavam de sentimentos que eu acreditava que entendia, mas no fim, quando tudo passou para o palco da vida e vi que não entendia mesmo nada, e pior, não conseguia lidar com coisas que me achava mestra no alto de minha prepotência, que mede muito mais do quê a minha pouca estatura.
Fomos arrogantes. Eu fui orgulhosa e tão fria, que hoje tão pouco me reconheço mais. E nossa teimosia se igualou, uma guerra de gigantes em que ninguém cedeu, e a corda machucou a ambos.
E hoje eu te vejo, e não sei mais o que dizer. Um prazer em rever, ou em conhecer.
Do que eu era não tenho mais nem o endereço, só um nome. Mas o que é um nome, em razão desta (como diz a música) metamorfose ambulante?
Sim, eu te vejo. Eu sempre te vi, e eu sempre lembrei de você, apesar deste orgulho em que tropeço há todo tempo.
Eu sentia a tua falta, agora eu sei, que sentia a falta de quem você foi.
Por quê de quem eu fui, quero mesmo é distância.
Lorem Krsna
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Deixar acontecer
As vezes eu fico aqui pensando, em tudo e em nada que me cerca.
Minha mente rodopia em meio a paragens distantes. Se abre, vai além e se liberta.
E eu tenho, cá comigo esta pretensão, de conseguir domar meus pensamentos. E eu me jogo na razão, afogando a emoção que explode cá dentro...
As vezes, o meu tão pouco se converte em nada. E este nada, uma nuvem em um céu azul, flutua na imensidão. Um pensamento leve, e tão distante! Um pensamento só, carregado de ilusão.
Minha sorte, não tem norte, não tem endereço. A ideia só flutua, se bifurca em algum lugar. Ela espera, sorrateira em teu berço, esperando a brecha para se libertar.
As vezes, o muito não somente me basta. E o talvez me parte em pedaços que não podem se encaixar. O teu se, junto ao meu nos aprisionam, em covardias educadas, que teimam em nos separar.
Um pensamento. Um pensamento me condena.
Um pensamento quer me dominar.
E eu só penso se vou me deixar levar.
lorem krsna
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Quase afogamento
A primeira vez que me afoguei eu tinha (se não me engano!) por volta de oito anos. Eu lembro da sensação estranha. Primeiro dos meus pés não tocarem o chão, e então de não conseguir alcançar a superfície. A água parecia uma colcha sobre mim. Eu abri a boca para falar, pedir ajuda, e não saia nada, só bolhas. Comecei a me debater, e então não sabia mais ao certo onde era a superfície e o fundo. Os pulmões começaram a arder, a vista a ficar turva e então veio a estranha letárgia. Eu parei de me debater, e meu corpo parecia ficar pesado. Meus olhos foram fechando e minha mente começou a nublar, provavelmente pela falta oxigenação no cérebro, e então...
Alguém me puxou para fora da água e o ar entrou nos meus pulmões, queimando tudo.
Da segunda vez, eu já era mais velha, e foi mais... complicado.
A maré estava muito cheia, agitada, e quando eu notei a correnteza havia me levado para muito longe da margem. Tentei vizualizar alguém, alguma das pessoas que estava comigo na praia, mas as ondas estavam muito fortes, e sempre me jogavam mais e mais para o fundo tanto mais eu tentava ficar na superfície. Eu girava na água, tentando nadar para a margem, mas em dado momento não sabia mais para qual direção deveria ir. E quanto mais as ondas vinham, tinha mais dificuldade de emergir. Logo notei que quando tentava ir a superfície, na verdade nadava para o fundo.
E então, diferentemente da primeira vez, milhares de pensamentos me vieram a cabeça... Sabe aquela história da sua vida passar na sua frente em um piscar de olhos? É verdade. E achei minha vida muito... chata. eu tinha muito o que fazer ainda!
E então, nesse instante uma onda me jogou para algo sólido, bati minhas costas com força e gritei de dor dentro de água turva.
Um barco, ancorado.
Me agarrei a madeira escorregadia e me impulsionei para dentro. Cai no banco vazio, agradecida por minha sorte e me recuperei. Meu corpo doia, e parecia de repente exausta. Demorou muito para me sentar e olhar ao redor. Não estava tão longe da margem. As ondas estavam se acalmando e notei que minha irmã me chamava ao longe. Acenei, aliviada por ela não ter percebido nada. Claro que nunca admiti isso a ninguém (Eis agora minha confissão escrita!), quando fiquei melhor, pulei na água, desta vez mais calma, e nadei de volta a praia (eu nado muito mal minha gente, mais ainda nado alguma coisa viu?). Findada a minha experiência de quase-afogamento.
Agora, por que eu narrei estes dois fatos?
Eu precisava lembrar, que realmente apesar de por tantas vezes reclamar tanto da vida eu tenho (e muita!) sorte.
Lorem Krsna
Alguém me puxou para fora da água e o ar entrou nos meus pulmões, queimando tudo.
Da segunda vez, eu já era mais velha, e foi mais... complicado.
A maré estava muito cheia, agitada, e quando eu notei a correnteza havia me levado para muito longe da margem. Tentei vizualizar alguém, alguma das pessoas que estava comigo na praia, mas as ondas estavam muito fortes, e sempre me jogavam mais e mais para o fundo tanto mais eu tentava ficar na superfície. Eu girava na água, tentando nadar para a margem, mas em dado momento não sabia mais para qual direção deveria ir. E quanto mais as ondas vinham, tinha mais dificuldade de emergir. Logo notei que quando tentava ir a superfície, na verdade nadava para o fundo.
E então, diferentemente da primeira vez, milhares de pensamentos me vieram a cabeça... Sabe aquela história da sua vida passar na sua frente em um piscar de olhos? É verdade. E achei minha vida muito... chata. eu tinha muito o que fazer ainda!
E então, nesse instante uma onda me jogou para algo sólido, bati minhas costas com força e gritei de dor dentro de água turva.
Um barco, ancorado.
Me agarrei a madeira escorregadia e me impulsionei para dentro. Cai no banco vazio, agradecida por minha sorte e me recuperei. Meu corpo doia, e parecia de repente exausta. Demorou muito para me sentar e olhar ao redor. Não estava tão longe da margem. As ondas estavam se acalmando e notei que minha irmã me chamava ao longe. Acenei, aliviada por ela não ter percebido nada. Claro que nunca admiti isso a ninguém (Eis agora minha confissão escrita!), quando fiquei melhor, pulei na água, desta vez mais calma, e nadei de volta a praia (eu nado muito mal minha gente, mais ainda nado alguma coisa viu?). Findada a minha experiência de quase-afogamento.
Agora, por que eu narrei estes dois fatos?
Eu precisava lembrar, que realmente apesar de por tantas vezes reclamar tanto da vida eu tenho (e muita!) sorte.
Lorem Krsna
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Quero Flores
"Não quero mais manhãs nebulosas
Nem noites frias e mudas.
Não quero dor, medo
Nem escuridâo em minha rua,
Nas esquinas, em cada bairro
Quero flores a encantar..."
Nem noites frias e mudas.
Não quero dor, medo
Nem escuridâo em minha rua,
Nas esquinas, em cada bairro
Quero flores a encantar..."
Lorem Krsna
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Os últimos românticos
Onde andarão os românticos de outras épocas? Aqueles que se encantavam com um simples tocar de dedos, um olhar esperado. Um sorriso tímido?
Por tantas vezes ultimamente tenho ouvido frases como "'peguei' três na noite passada", "Deu mole, 'peguei' ". E eu fico pensando cá com os meus botões, se ainda poderão existir pessoas que busquem qualidade, e não quantidade. Uma pessoa pode se sentir satisfeita por uma noite, sendo desejada por muitos, mas nunca será feliz não sendo o único desejo, ou ouso dizer amor de alguém.
Cercados de pessoas, podemos nos sentir sozinhos. Não consigo me imaginar saindo na noite, beijando vários desconhecidos, e ao voltar para casa não ter ninguém para ligar na alta madrugada para dizer um "boa noite" e "te amo, te vejo amanhã."
Onde estarão os ultimos românticos a moda antiga, aqueles que mandam flores e palavras, ao invês de exibirem um carro do ano para conquistar alguém? Os que são capazes de ser tão grandes em atitudes tão pequenas?
Aqueles capazes de gostar "da rosa", e não de um jardim inteiro...
Quero me sentir amada, e não ser apenas mais um número em uma lista infindável. Não tenho a pretenção, de que aquele que eu amo, me ame da mesma forma, mas quero ter a certeza, de que em algum momento fui importante e insubstituível. Quero ter a certeza de que sou capaz de despertar algo além de um desejo momentâneo, de alguns beijos em uma noite, e nada mais.
E eu sei que sou capaz sim. Eu não preciso sair saltitando por um jardim inteiro, sabendo que o que busco está em uma única flor. Sou bem mais do quê isso. Se for para acontecer, é por quê há algo além de um desejo, de uma atração.
É por quê há algo além de uma simples noite.
É, me pergunto então, se os ultimos românticos ainda estão por aí, pelas esquinas, jogados nesta época maluca, tão deslocados quanto eu me encontro agora.
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