sábado, 31 de dezembro de 2011

Adeus ano velho...



Nada de erros repetidos em 2012! Vamos ser criativos e cometer novos erros, ao invês de ficar se repetindo... Brincadeirinha!
Bem pessoal, o que posso falar? O que espero em 2012?
Bom, não vou esperar nada. Vou mesmo é correr atrás. E ver as supresas que  a vida vai colocar na minha frente. 2011 foi repleto destas surpresas, pessoas novas, sentimentos novos, revoltas novas.
O Brasil passou da Inglaterra.
Mas ainda existem milhares de brasileiros penando com fome, com injustiça.
Ainda vai existir corrupção em 2012, claro. Coisas velhas, os tais erros repetidos...
Mas enfim, a gente sempre quer que tudo melhore no fim das coisas.
Então muita paz para que todos mantenham alguma sanidade.







Veja também: Feliz ano antigo

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Mutável - O passado é passado




Ao som de Angel de Kate Voegele

A vida me ensinou que ninguém é capaz de gostar só disso ou só daquilo. Agir só de uma maneira, gostar somente de um jeito, e ser sempre até mesmo aquela mesma pessoa.
Ninguém é 100% isso ou aquilo. Todo mundo tem o seu ponto contraditório, a hora em que não se entende.
Tudo e todos têm seus dois lados. Suas fases e suas faces.
Não posso dizer que fui sempre assim, e pior, que serei sempre assim. Não vou gostar sempre do que gostava, curtir o que curtia, acreditar no que acreditava.
Vemos tudo diferente, às vezes em questão de minutos, segundos. Tudo muda.
As vezes a gente então precisa deixar o passado para trás e seguir na mudança sem se prender a algo que já foi, a coisas que findaram, a sentimentos que mudaram. Por que não somos mais os mesmos.

Lorem Krsna

     
                   

"Vou ali ser feliz e já volto."



A vida é uma festa.
E se a música muda você só tem duas escolhas: seguir o novo ritmo ou sair da pista.
Eu escolhi seguir. Já dizia o grande Caio Fernando de Abreu "Vou ali ser feliz e já volto."
Para isso eu quero viver. Pàra dançar novos ritmos, para tentar ser feliz.
Não vou deixar mais minha felicidade depender de ninguém além de mim mesma.

Lorem Krsna

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Andando em circulos


O que tenho feito é andado em circulos procurando uma verdade que escondi. 
E agora a tenho de volta, tudo o que quero é enterrá-la, longe do confronto da ilusão.
Mas a ilusão também já era. E a verdade queima em minhas mãos sem que eu saiba o que fazer.
Lorem Krsna

Só lamento

 
"A coisa que eu mais odeio no mundo é falsidade, tipo ficar rindo para quem eu
Não gosto ou dando explicações para as pessoas. Elas que se danem." Renato Russo


Há os que creem que tenho a obrigação de ajudar todo mundo, ser simpática com todo mundo, e rir que nem uma idiota, quando não estou nem um pouco afim. Que esperem sentados, para não criarem bolhas. Não sou anjo, nem santa. Ajudo quem eu posso ajudar, e eu achar que merece. Tem que ter merecimento. Que me chamem de egoísta e extravagante, mas não ajudo quem eu sei que vai prejudicar os outros.
E nestes outros, me incluo. Que deixe bem claro
Existem as pessoas que eu gosto, e por estas eu faço o que eu posso, e às vezes até o que eu não posso quando vejo que vale a pena. E há os que me são indiferentes, que quando eu sei que merecem, também faço. Mas tem aqueles que não me descem, e não faço esforço para esconder. Não preciso dar explicações para tudo o que eu faço na vida!
Não sou mártir, e tenho meu egoísmo às vezes sim. Meus erros são manjados, minhas virtudes são singelas. Quero mesmo é transparência, pois sei que mal viro as costas, só muito sal grosso para espantar tanto mau agouro. Eu sei disso, pois vejo o que dizem das pessoas. Todo mundo tem um pouco de médico e de monstro, Todo mundo tem seu quinhão de falsidade. Ninguém ajuda ninguém de graça. Que seja para se sentir bem, a recompensa, ou esperando aquela dívida que um dia será paga.
Prefiro fazer algo é esconder a mão, do quê ajudar quem eu sei que não merece, só para ter o direito de dizer que alguém me deve alguma coisa.
Se acham ruim? Só lamento. 

Lorem Krsna

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Amizade colorida



Como surge o amor? Quando a pessoa sabe que começou amar alguém de forma diferente do pensava amar? Sempre ouvi aquela frase clichê: o amor pode estar mais perto do que imagina. Para mim isso nunca funcionou (¬¬) Mas eu não sou a questão aqui, e sim um filme que fala justamente sobre quando os sentimentos por alguém começam a mudar sem que vejamos. Este filme é amizade colorida, uma comédia romântica que conta a história de dois amigos, Dylan e Jamie, que fartos de racionamentos falhos e solidão resolvem entrar em um acordo maluco: sexo sem compromisso ou envolvimento emocional. Uma espécie de amizade com bônus.
O problema (problema?) surge pelo fato dos dois realmente darem muito certo juntos. Os dois são pirados, talentosos, e por serem tão amigos, consequentemente conhecem muito bem um ao outro, seus defeitos e decepções. Obviamente eles iriam acabar se apaixonando. E passam o filme inteiro tentando convencer a si mesmos que não estão apaixonados. Bem, o fato é que inicialmente os dois eram mesmo amigos. Nada daquilo de amor a primeira vista. Em algum ponto, no entanto inevitavelmente o sentimento começou a mudar sem que pudessem controlar. E pela teimosia quase perderam um ao outro (quase).
Você pode até dizer que esta história é velha, afinal o que mais existe aí são casos de amigos que se apaixonam: o casamento do meu melhor amigo, o amigo da noiva... Por que falar de filmes somente? Há casos e casos reais.
Certo, existem amigos que são e sempre serão somente amigos. Isto é fato conhecido e confirmado. Eu mesmo já tive uma quedinha por um amigo, mas existem outros que não vejo de outra forma se não na sincera amizade. Amor fraternal.
Mas vamos falar das exceções. Das amizades coloridas por aí. Existem duas opções para uma pessoa que não seja seu irmão, ou que você não veja como irmão que conhece você demais: ou ele foge de você (acontece), ou vocês inevitavelmente se apaixonam. Só uma coisa uni tão bem as pessoas quanto as virtudes: os defeitos. E provavelmente seu amigo conhece mais seus defeitos do quê qualquer um, quem sabe mais do quê a sua família ou seu terapeuta (perdão aos que discordam). Aos amigos de verdade, em quem você confia você acaba se mostrando como é. É quase natural. Os males da intimidade. Você se mostra mais do que se mostraria em muitos relacionamentos. E pode ter certeza de uma coisa: se você esconde quem você é em uma relação, ela não dura, provavelmente. Aqueles casais que se mostram como são ao outro, são os que têm mais chance de durar. Aqueles casais que tem o humor e afinidade de melhores amigos.
Um grande amigo certa vez me disse que existem, na verdade, duas formas de um amor durar: ou você apaixona-se e se torna uma grande amiga (em alguns aspectos ao menos), ou você se torna uma grande amiga e se apaixona.
Talvez então, em essência, isso seja o amor que tantos procuramos: alguém que nos conheça e ainda assim nos aceite. Com quem possamos rir e compartilhar. Falar bobagens sem restrições malucas, com sinceridade às vezes até irritante sem a fantasia de princesa perdida, mas que nos proteja quando a coisa fica feia. Com quem possamos conversar, e que por mais que possamos brigar, não consigamos ficar longe por muito tempo.
E depois vem o resto de saldo.
Todos procuramos, no final das contas, uma amizade com bônus.

Lorem Krsna


sábado, 24 de dezembro de 2011

Doce ou intragável



“Se meus demônios me abandonarem, temo que meus anjos desapareçam também” Rilke

Não sou uma pessoa fácil. Nem mesmo definível. Alguns me consideram doce. Já me chamaram de anjo. Outros me vêm como uma teimosa, intratável, com resposta pra tudo. Incapaz de demonstrar aquilo que sente a quem for.
Se me pergunta quem sou destas, posso dizer que todos podem estar certos. 
Ou errados. 
Por que ser só uma coisa? Não sou uma pessoa boa, não todo o tempo. Mas também não sou totalmente ruim. Tenho meus anjos e meus demônios pessoais, meu inferno e meu paraíso, e necessito de ambos para ser quem eu sou. É assim que me equilibro no fio da navalha.
Faço coisas que as pessoas não acreditam que sou capaz. Que sou eu. Mas sou eu sim. Sou tão capaz de morder quanto de assoprar. De me importar quanto de ignorar. De te amar, quanto de odiar.
Posso ser um poço sem fundo, ou transparente.
Posso ser perigo ou calmaria. Não gosto de nada mais ou menos. Posso te amar por uma vida inteira sem que você tenha ideia, ou fazê-lo saber disso no exato instante. Dependo do dia, de minha estação.
Posso ser tudo isso, ou nada disso. Doce ou intragável. Depende de quem vai engolir ou cuspir.
Lorem Krsna

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A tela em branco

“(...) a vida desperta é
Como um sonho sob controle”
George Santayana


Era sempre o mesmo sonho, durante anos e anos. As circunstâncias mudavam, o cenário e as pessoas, mas no fim era sempre o mesmo.
O nada ao redor, um deserto branco de uma tela não pintada. E eu ali ao meio, sem saber por onde começar. Passei anos sem reparar neste fim, por que quando recordava das guerras noturnas, os meios eram bem mais intensos. Verdadeiras lutas no inconsciente, que não fazia ideia de como começavam, comum a todos os sonhos.
Mas passei a reparar no fim. E os fins, os fins são mesmo sempre iguais, como se caísse em uma porta do subconsciente vazia de ideias e pensamentos. Sem perspectiva. E era quando acordava confusa, sem saber onde estava. Entre sonho e realidade.
E tantas vezes, acordada, me sinto assim.
Há momentos em que perco o rumo e a meada. Planos que beiram o pó, sem fé. Nada a que se agarrar. Nenhuma ideia. Preciso então encontrar os vestígios de algo maior em tudo, e meus medos ficam sem sentido. É como temer o escuro ao redor, e de repente perceber que o escuro a temer é o que está dentro. Uma mão pousa em mim, e apesar de tanta porcaria no mundo, ainda existe algo de bom em algum lugar, talvez tão perto que ninguém perceba. Existem opções.
Há uma razão. Começo a perceber. Uma tela em branco precisa de tinta, de ideias e ações. De um pintor hábil.
Se eu não acreditar que vale a pena tudo o que faço, o que sinto, talvez tudo o que exista em mim se resuma a este nada.
A fé em si mesmo faz coisas incríveis, pois é análoga a fé em algo maior. Te faz pintar um quadro maravilhoso em uma tela pequena.

Lorem Krsna

domingo, 18 de dezembro de 2011

O preço do amanhã



O preço do amanhã conta a história de uma evolução na humanidade, em que por conta de avanços genéticos as pessoas não envelhecem mais após os 25 anos. No entando, só vivem um ano após esta data, a menos que comprem tempo  O tempo se tornou literalmente dinheiro, onde se compra e se gasta. Deste modo, os ricos podem viver eternamente, no entando as outras pessoas morrem em massa.
Todos possuem um relógio biológico estampado no braço, com dígitos que indicam o tempo restante. Ao se comprar o tempo, estes dígitos aumentam, ao se gastar, eles diminuem. Se zerarem, a pessoa morre instataneamente.
O personagem principal é Will Sallas, que após salvar um homem de ter seu tempo roubado, este lhe dá um século (todo o tempo que tinha, ou seja, comete suicídio), o fazendo prometer que o aproveitará melhor do que ele, que já viveu demais. Este tempo se torna uma benção e ao mesmo tempo uma maldição, o colocando no alvo de diversas pessoas, e ainda assim, com um século, ele se vê incapaz de salvar sua mãe. Ascendendo então para uam zona de ricos, lá ele ganha mais mil anos em uma aposta e conhece Sylvia, uma garota rica que nunca precisou se preocupar com nada.
Acusado de ter roubado o tempo que ganhou, ele perde-o e foge com a garota, os dois passam então a roubar o tempo para dá-los nas zonas desfavorecidas, causando um caos no sistema. Deste modo, vivendo litaralmente um dia de cada vez, os dois decidem aproveitar o tempo para fazer algo de significante, diante da injustiça onde alguns poucos vivem eternamente a custa da morte de milhares.
Mas tentar mudar as coisas pode ser algo perigoso, e até mesmo mortal.

Uma ficção com um cunho de realidade, apesar de não tão literalmente, já vivemos em uma época em que tempo se tornou dinheiro. No filme a pessoas matavam uns aos outros para viver, o que não diferente do que acontece já hoje em dia.
O preço do amanhã não é somente uma crítica à desiguldade evidente entre classes, mas uma pergunta. O que fariamos se vivéssemos um dia de cada vez? Nos matariamos por mais tempo? Tentariamos fazer a diferença? Teriamos pressa? provavelmente...
A verdade, é que embora a situação apresentada no filme seja uma ficção, ela faz uma analogia a vida de milhares de pessoas pelo mundo, que vivem cada dia como se fosse o último, seja por que se vem obrigadas a isso, ou por uma opção. Mas na verdade, o nosso relógio realmente não para, e ao contrário do filme, atualmente, não podemos comprar mais tempo ( de forma tão direta pelo menos rs). Cada dia pode realmente ser o ultimo, a diferença é que não temos um relógio no braço para medi-lo. Desperdiçamos nossas vidas, mesmo sabendo que deveriamos sim viver um dia de cada vez, como se fosse o último. Fazendo algo que valha a pena. As pessoas não podem ser eternas, mas suas ideias sim, Seu legado.
O tempo pode não ser mercadoria tão direta como apresentado no filme, mas com certeza, se fosse. a situação não seria diferente do que apresentada.
Hoje se mata por dinheiro, nos matariamos por tempo. Afinal o ser é o ser humano não importa como... Sempre pronto para tirar proveito de qualquer situação.
Agora, reflita: o que faria se tivesse apenas um dia? 24 horas para viver?
E como você sabe se não é essse o exato tempo que possui?
Não importa se tempo é dinheiro, tempo é vida, não deve ser desperdiçado, ou roubado de ninguém, pois há várias maneiras de se roubar o tempo das pessoas. Promessas, violências, perdas...
Viva cada dia como se fosse o último, um dia, você com certeza irá acertar.

Lorem Krsna



quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Feliz ano antigo


"Jamais haverá ano novo se continuar a copiar os erros dos anos velhos."
Luís de Camões

Adoro ano novo. O cheiro de novidade, a esperança de fazer tudo diferente... que praticamente ninguém faz. Por que quase todo mundo, apesar das promessas, acaba mesmo repetindo um monte de erros bestas durante toda a vida, usando como pretexto que vai fazer diferente em um outro ano.
Mas este outro ano nunca vem.
Não basta pular algumas ondas, soltar fogos e dizer que vai ser diferente. Tem que ser. Tem que se tornar uma pessoa diferente. Deixar no mar aquele ser inutil que você foi.
E o que quase ninguém faz é pedir desculpas pelas mancadas que fez, para começar o ano com um saldo limpo pelo menos. Sem pedidos acumulados, mas vão é empurrando tudo com a barriga.
Para quem não faz nada para se tornar melhor, ano novo é uma droga. Só mais uma data em que o trânsito fica um furdunço, e ninguém dorme com a barulheira. Ou então fica em casa assitindo o show da virada, pensando na ressaca do dia primeiro.
É hora de repensar. De saber se quer mudar, fazer melhor, se superar. E se tudo está uma porcaria, tentar melhorar as coisas, dar o seu melhor. Ou então, se não quer fazer nada disso, talvez se enganar, repentindo os mesmos erros manjados.
Sendo o idiota que todo mundo sabe que é, menos você mesmo.

Lorem Krsna

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Não é um jogo


Por que por  mais que  eu queira dizer aquilo que eu sinto sempre acabo falando mesmo outra coisa. E todos de repente se acham no direito de falar aquilo que acham que eu sinto, ou explicar os motivos de tudo o que eu faço. Basta uma palavra que julgam demasiada... De repente, é como se eu fosse incapaz de falar só por falar.
De repente isso tudo não é só um jogo. E eu faço milhões de coisas sem pensar. 

Lorem Krsna 

domingo, 11 de dezembro de 2011

Em paz



Ao som de King of the Earth de John Ongrasik

De repente você já se sentiu estranhamente em paz? Estranhamente digo, pois é aquela paz que vem do nada, apenas daquela tarde, com aquela música inundando a casa vazia. Como se não houvesse nada além daquela sensação queimando dentro de você, te embalando. E de repente não existe nenhuma dor, nenhuma cicatriz. Nenhuma perda.
Só existe aquele instante, como um anjo a por as asas sobre você te isolando de tudo que passou.
Lorem Krsna

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

August Rush - A música está no ar


 

 
“Ouça. Consegue ouvir? A música?
Eu consigo ouví-la em qualquer lugar.
No vento,  no ar, na luz. 
Está ao nosso redor. A gente precisa se abrir.
A gente só precisa ouvir.”
August Rush

Por três vezes eu passei na locadora, vi aquele filme e o ignorei. Foi quando meu irmão ligou para mim de Olinda, o recomendado, que me dei conta que ele estava lá. Fui meio que por curiosidade – filmes sobre música sempre me fascinaram – e não me arrependi nenhum pouco.
Não somente pela trilha sonora, simplesmente INCRÍVEL, mas também pela história, que tinha tudo para ser mais um drama do garoto órfão em busca dos pais, mas que acaba surpreendendo, justamente por aquele toque especial: o amor dos personagens pela música.

 Sinopse

O filme conta a história do menino Evan, interpretado pelo jovem ator Freddie Highmore. Evan é um garoto de onze anos que cresceu em um orfanato possuindo o dom da música, e sonhando conhecer os pais, acredita que é este dom que o levará até eles. E por acreditar nisso, ele foge da casa onde vivi e chega à cidade para encontrá-los. Lá ele acaba encontrando Arthur, um garoto que toca nas ruas e que o leva até Maxwell (Robin Williams), um músico frustrado que ganha dinheiro explorando o talento de crianças de rua. E logo ele descobre o talento extraordinário de Evan, um músico nato. Então ele passa a usá-lo, o dando o nome de August Rush.
Ao mesmo tempo em que é passada a saga de Evan, somos apresentados a real história de seus pais. Sua mãe, uma violoncelista de talento, Lyla Novacek (Keri Russel), que conhece seu pai por uma noite, o guitarrista e cantor Louis Connely (Jonathan Meyers). E aí entra umas das grandes sacadas da história: o acaso. Como representado em uma das mais conhecidas histórias de amor da história, Romeu e Julieta de William Shakespeare, o amor se mostra prejudicado pelas tramas do destino, o sujeito chato que só aparece para atrapalhar tudo.
Lyla e Louis têm o destino contra eles em todos os momentos. Separados após a única noite em que passaram juntos (Aliás tenho que dizer viu, eles eram bem apressadinhos, mal se conheceram e já se agarraram ¬¬) ela se descobre grávida. Seu pai não os quer juntos, para não atrapalhar sua carreira, e tão pouco quer a criança, por isso quando Lyla sofre um acidente e tem a criança, ele a doa dizendo que o bebê nasceu morto.
Casal apressadinho hum hum!


Então ambos permanecem separados por onze anos, e quando Louis vai em busca da amada, ao mesmo tempo Lyla descobre que o filho está vivo e tenta encontrá-lo.
Evan procura os pais, Louis procura Lyla, e Lyla procura Evan.
E todo tempo o destino conspira contra os três, chegando certo trecho da história em que Evan toca com Louis sem que nenhum saiba que são pai e filho.

Louis e Evan se encontram...Tocam juntos sem saber que são pai e filho. Destino filho da mãe!!

Não irei contar como a história finda, mas basta saber que Evan ainda passa por poucas e boas para realizar sem intento, chegando a estudar ainda em uma das melhores escolas de música e reger seu próprio concerto. O talento do garoto impressiona a todos, como se a música estivesse dentro dele, e em tudo o que ele tocasse. Mas tudo o que ele deseja é encontrar os pais.
Mas vamos ao ponto em que pretendo chegar: O que filme quer passar?
Bem, eu sei bem o recado que ele passou para mim, para que você acredite. Acredite naquilo que você quer, mesmo que tudo, até mesmo o acaso, pareça contra você. Se você for forte e capaz, você pode alcançar seu objetivo, se acreditar nele, e principalmente em si mesmo.
Este filme é uma história de buscas, por aquilo que é importante, e principalmente acredito que cada um dos personagens estava também tentando encontrar a si mesmo naquilo (ou naqueles mais exatamente) que buscavam. E para isso utilizaram a música.
Maxwell estava buscando nas pessoas o que perdera nele, as oportunidades que passaram o sucesso que almejou um dia. De todos os personagens, ele, que representa o, vamos dizer “vilão” da história, seja o mais interessantemente humano de todos. Maxwell representa o sonho não realizado, quando você desiste do que procura e finda como um ser frustrado, e principalmente perdido. 
Max e Evan

E o que a música representa em toda a história?
A música funciona como uma válvula de escape, como um meio de se realizar um sonho, como uma linha que une cada personagem da história na trama, e cruza o caminho de todos eles. Ela está em tudo, e em cada um. Evan então seria como aquele que rege o concerto para que a música una as linhas e desembarace a trama. Como a música, ele é o ponto em comum entre todos os personagens, pois passa tocando a vida de cada um. Ele nasceu da música e pela música.
Então, uma história sobre sonhos, buscas, a música, e o que ela representa para cada um. 

O recado está passado e o filme recomendado.

“Nunca desista de sua música. Não importa o que aconteça. Mas quando algo de ruim acontecer com você, é o único lugar para onde pode fugir e esquecer.”
Louis


Bom pessoal, e quem quiser dar uma ouvida no CD da trilha do filme, eis as músicas que recomendo:
  •  Raise It Up (Passa em uma das passagens mais legais do filme, em que Evan procura abrigo e descobre uma igreja. Lá ele encontra um grupo de pessoas cantando esta música, com uma fé impressionante. E estas pessoas o ajudam. Mais uma vez a música parece o guiar em seu caminho, como um anjo.)
 
  • Elgar/Something Inside (Louis e Lyla, a guitarra e o violoncelo combinaram muito, ficou uma canção incrível. A minha favorita na trilha.)
  • This Time (Essa eu tentei tocar :p)
  • La bamba (essa nova versão da música ficou bem divertida no filme. E que voz é aquela do Arthur? AMEI. Tem outra música que ele toca também para Evan quando eles se conhecem, Father. É linda)
E tem a música que o Robin Williams toca na gaita logo quando Lyla e Louis se conhecem.  Faz tipo, você sonhar acordada.
   

Lorem Krsna


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Minha trilha em 2011


Bom, 2011 foi um ano musical, por isso foi bem mais difícil ter que escolher apenas algumas bandas para compor a trilha de minha vida em deste ano. Ouvi ainda todas as bandas do ano passado, que continuam presentes, por isso não as citei novamente.
Mas estas escolhidos foram aquelas que poderiam ser nomeadas de "tampas". Aquelas que algumas de suas músicas eu ouvi repetidamente (e não consegui enjoar).
Outras estão aí, por que algumas canções fizeram parte dos momentos mais importantes para mim neste ano. Aqueles divisores de águas. E então, elas são parte destes momentos.
Aerosmith então, nem se fala. Creio que se me passasem a tarefa difícil de escolher somente uma banda, esta seria a eleita.
Mas como não me passaram este martirio, eis todas as que fizeram parte das trilhas dos momentos 2011, dos mais incríveis, aos mais loucos.
Notando o detalhe crucial, que boa parte destas eu já conhecia, e não as ouvia tanto como agora.


Red hot chili peppers
Aerosmith
Bread
Daughtry
Tommy Emmanuel
Alan Jackson
Dire straites
Faith no more
guns n roses
U2
Beatles
Beirut
The beautiful girls
Belchior
Vitamin String Quartet
Oswaldo Montenegro
Scarcéus
Adriana Calcanhoto
Fagner e Zeca Baleiro
Leoni
Kete Voegele
Emerson Nogueira
O teatro mágico
Cold Play
Switchfoot
Djavan
Celtic Woman
Legião Urbana
Lifehouse
Nickelback



Padrinhos musicais deste ano:
Thomás Freud  (até aí nenhuma novidade)
Natã Cavalcante (sempre trocando figurinhas)
Meu pai (indiretamente ele não sabe o quanto influênciou alguns gostos meus este ano.)

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Young

Sonhar é bom.
Realizar é melhor.
O lado ruim de nós, jovens,
É que sonhamos mais do que realizamos;
Imaginamos mais do que objetivamos.
Nos apaixonamos por quase tudo,
E amamos quase nada. 
(Lorem Krsna)

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A vida é um voo

 
Ouvi há algum tempo uma metáfora bem interessante sobre a vida no seriado Dr. House, em que ela a compara com um avião em pleno voo. Você não gosta da vida, você pula do avião. Você morre.
A vida é mesmo um avião, cheio de turbulências, com destino indefinido, pois nunca se sabe o que vai acontecer ao certo. Você só sabe que está lá, preso nela, com mais milhões de pessoas diferentes, com ideias diferentes sobre aonde tudo isso vai parar. Você pode conviver ou não com estas pessoas, pode gostar delas, odiá-las, ser indiferente, mas isto não muda o fato de que elas estão lá, no mesmo lugar que você. Compartilhando de dores semelhante, e um mesmo escuro de um destino misterioso.
A vida não é fácil, mente quem diz o contrário. E para piorar tudo, as pessoas são complicadas demais, inconstantes demais...
Deve ser isso, somos todos passageiros de voo cheio de escalas, mas que até hoje ninguém sabe aonde começou, ou o que nos espera no fim disso tudo.


Lorem Krsna
 
 

Sai de cima do muro!


"O excesso de tijolos, me fez emudecer ao 
sentir a sombra do muro bater no meu rosto..."
Camila Custódio

"Ficar em cima do muro de uma certa forma é bom, 
pois de lá sempre podemos ver os dois lados"
Felipe Bilharva da Silva

Todos falam em tomar uma atitude. Que é preciso se posicionar, escolher um lado. Não ficar em cima do muro.
Sempre detestei a imparcialidade, aquelas pessoas que não decidem nunca seu lado, que não arriscam. Mas hoje eu seu bem o quanto é difícil fazer uma escolha, por que às vezes na vida chega aquele momento, aquele instante da escolha decisiva. Aquele minuto onde o tempo para e você tem que escolher o que dizer, de que lado ficar. Você não pode silenciar. E dos dois lados existem pessoas que você gosta. E você sabe que alguém tem que se machucar por conta desta decisão. Não é nada fácil quando você sai de fora da tela e entra na história... Mas você tem que decidir, para depois contar o saldo de feridos, e vê se o que você era não acabou caído. Existem lados certos nesta história?
Mas ainda assim prefiro arriscar entre o erro e acerto. E sabendo que um dia (talvez não longe) poderei mesmo me arrepender. Mas se for para chorar por uma decisão, que seja por aquela tomada, e não pela chance que perdi por simplesmente nunca ter tentado.

Lorem Krsna

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Quando tudo acaba


Quando tudo termina é mais fácil dizer que não foi bom. Fica mais fácil apontar culpados imaginários, ou dizer que nunca teria dado certo.
É difícil seguir as placas, quando nossa vontade nos manda ignorar as setas e seguir o caminho que for, longe de tudo quando esse tudo já acabou. 
Por que dentro de nós nunca acaba. 
As cicatrizes são então somente feridas disfarçadas, que mesmo fechadas ainda continuam a doer. São as lembranças que nos machucam. Daquilo que foi, e mais ainda do quê não foi e do que poderia ter sido.
E no fim de tudo, você acaba no fim da noite tão só quanto nunca, por que um dia você esteve acompanhada. Só sentimos falta daquilo que um dia tivemos (ou acreditávamos que tinhamos). Só sentimos falta daquilo que um dia, mesmo que por um mero momento, foi bom e prazeroso.
Quando tudo acaba, a festa finda,  a banda some, a música cessa, tudo se vai e fica só aquele vazio. Daquele tipo que vem depois da algazarra. Aquilo silêncio melancólico que tem em todos os finais.

LoremKrsna





quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Ter e estar


Estar com alguém é complicado. Compartilhar uma vida, não é o mesmo que possuir a outra pessoa, ser dono do seu querer. Não temos pessoas, estamos com elas.
Quando compartilhamos nosssas vidas quase sempre enxergamos no outro aquilo que desejamos enxergar, o que nem sempre condiz com a realidade. Admiramos a pessoas, por vezes a colocamos em pedestais altos demais, e quando a ilusão finda, tudo cai, e se parte: todos se machucam. Todos.
Temo tudo isso. Não quero um dia acordar e descobrir que sou só uma ilusão, o sonho falho de alguém. Quero mais. Quero alguém que me veja como eu sou de verdade, e posso me aceitar ainda assim.
Não quero alguém que viva por mim, mas que esteja comigo e faça assim parte de minha vida e eu da dela. 

Lorem Krsna

Defeitos

" Meus defeitos são concretos demais para que minhas virtudes sejam imaginadas!" ( Lorem Krsna)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O leito

 
Claro escuro claro escuro
CLARO

Meus olhos arderam com a claridade. A boca seca. Um batuque no crânio ritmado. Tinha a sensação de que meu cérebro iria explodir em milhões de pedaços.
Por que estava de ressaca? Não lembrava de ter bebido nada...
Tentei me mover e cada parte de meu corpo se revoltou como tivesse dormido em uma cama de pregos que enfiavam em cada músculo meu. Não era ressaca. Descobri no instante em que pude notar minhas mãos.
Estavam queimadas. E talvez mais diversas partes do meu corpo que não podia ver.
Vi o copo d’água em uma mesinha ao lado da cama e tentei pegá-lo, mas o simples movimento de erguer a mão era doloroso. Em algum momento de meu raciocínio confuso pode notar que estava em um leito. Tentei olhar ao redor, e a dor me fez gemer. Havia lençóis servindo de cortina, e gemidos por toda parte. E passos. E gritos. 
Ergui meu tronco com dificuldade para sentar e alcancei o copo. Bebi com urgência e a água desceu rasgando meu esôfago, como se fosse fogo liquido. Os gritos aumentavam, como se alguém houvesse aumentado o volume de um filme de guerra horrível, mas era ali, e bem real.
Levantei-me com esforço da cama, caindo por duas vezes antes de alcançar uma bengala ao lado da mesinha. Tinha que descobrir o que estava acontecendo.  Descobri o porquê daquela sensação horrível. Eu tinha que procurar alguém ali.
Puxei a cortina com uma mão e ao mesmo tempo em que gritei com a dor na mão enfaixada vi as pessoas ensangüentadas em macas em um corredor macabro. Parecia o resultado de um desastre, de uma guerra! Crianças, mulheres, homens. Mortos, morrendo, gritando, pedindo ajuda. Sem esperança alguma, sem ajuda alguma.
Havia alguém ali que eu precisava encontrar, era quase como um sussurro em meu ouvido me guiando por entre os leitos e macas, até alcançar o lugar exato e puxar a cortina.
Havia alguém na cama. A voz arrastada tossiu um se aproxime e caminhei devagar, arrastando meus passos.
Era um jovem. Estava vestido em uma farda ensangüentada. Um grande buraco em seu abdômen indicava sua morte em eminência.
Sua mão se ergueu com dificuldade e alcançou meu braço me levando até ele com toda a força que lhe restava. Cai sobre a cama, ele apertava meu braço com uma força incomum, como se assim pudesse se agarrar há alguma tábua que o salvasse.
Outro puxão e seu rosto estava a centímetro do meu. Pálido, os lábios sujos de pó e sangue, os olhos brilhavam como se enxergasse algo urgente. Olhos terrivelmente familiares.
Ele respirava com dificuldade. Eu quase não respirava.
Ergueu um pouco o rosto e senti a boca fria e a respiração pesada em meu ouvido.
“Prometa que vai dizer tudo para ele. Faça valer à pena.”
A voz era débil. Ergui o rosto e o encarei.
“Prometa” Repetiu com dificuldade. Um filete de sangue sai do canto de sua boca.
“Prometo” Falei
Ele sorriu e puxou algo do pescoço com força. Um cordão. Colocou na palma de minha mãe e a fechou. Senti o frio do metal e o encarei novamente. Ele ainda sorria.
“Vou cumprir minha promessa. Cumpra a sua.” Falou com esforço. Coloquei as mãos em seu ferimento tentando estancar o sangue, mas não adiantava. Ele puxou minha mão e fez um sinal negativo. Os lábios formularam a palavra que não saiu “deixe”. O peito subiu uma ultima fez. Estava morto.
Um grito escapou de mim e acordei no susto com o alarme tocando.
É sempre no sono esta guerra.
Lorem Krsna

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Demian e o rompimento da casca


"Nada posso lhe oferecer que não exista em você mesmo.
Não posso abrir-lhe outro mundo além daquele que há em
sua própria alma. Nada posso lhe dar, a não ser a oportunidade,
o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível
o seu próprio mundo, e isso é tudo."
Hermann Hesse

Demian é um livro do escritor alemão Hermann Hesse, que possui um significado especial para minha vida. Para começar, para mim ele não é apenas um livro, mas uma obra de arte que retrata com maestria a alma humana em suas maiores buscas e frustrações.
E a alma que representa tudo isso se encontra no jovem Sinclair, o retrato do homem em busca do desconhecido e do próprio eu. Ele tem como mentor o jovem e sábio Demian, um ser humano que desde menino possui uma sabedoria incomum, um conhecimento a mais sobre os mistérios que habitam dentro de cada um de nós.
Em cada linha nos deparamos com Sinclair a desbravar os mistérios, e ao longo da história ele tem que se destruir e se reconstruir para tentar encontrar-se; Deixa cair por terra velhos conceitos, como a criança que ao sair de casa pela primeira vez enxerga o mundo.

"Um dia ou outro, todos
têm de dar o passo que os separa de seus pais,
de seus mestres. Cada um de nós precisa provar 
da aridez da solidão, embora a maioria
dos homens mal a possa suportar e, tão
logo a saboreiam, voltam a rastejar."


E este conceito de destruir/reconstruir representa o ponto central da história: para nascermos temos que destruir um mundo. Seriamos então como o pássaro que na ânsia de viver tem que romper a casca, o mundo onde até então habitava, para poder encontrar o mundo maior e então nascer.

 
"Quem quiser nascer tem que destruir 
um mundo; destruir no sentido de romper
desvincular-se do meio excessivamente  cômodo
e seguro da infância  para a consequente dolorosa
busca da própria razão do existir: ser é ousar ser." 

Para "nascer" por vezes temos que destruir todas as verdades que até então acreditávamos, os ideais que possuíamos e que representam o mundo ao nosso redor, a nossa casca, que ao mesmo tempo que nos protege nos isola e nos impede de ver além. Sinclair, com ajuda de Demian, consegue romper a sua casca e sentir pela primeira vez o prazer e também a dor do nascimento, deste rompimento com seu velho mundo. Em boa parte da história ele se perde e se mostra confuso diante do desconhecido, como um menino recém-nascido, jogado em um mundo estranho. Quando enfim ele descobre que há um sentido na sua vida ele passa a viver plenamente e verdadeiramente.

"Ao lidar com malucos, 
a melhor coisa que podemos
fazer é fingir que somos sãos."
Hermann Hesse

O que mais existem no mundo são pessoas presas em suas cascas, temendo o próprio nascimento e a destruição necessário de seu mundo até então conhecido para crescer e nascer. Temendo a dor deste nascimento e do assustador desconhecido. Hermann Hesse retratou este confronto humano de maneira brilhante!

"O acaso não existe. Quando alguém encontra algo de que verdadeiramente necessita, não é o acaso que tal proporciona, mas a própria pessoa; seu próprio desejo e sua própria necessidade o conduzem a isso."

Lorem Krsna  


30 de junho de 2021, e voltei aqui para acrescentar isso, depois de mais uma releitura.

Eu li Demian pela primeira vez quando tinha 11 anos. Depois com 16, novamente com 22 e recentemente com 27. Raramente eu releio um livro, por mais que ame. Acho a vida curta demais para isso e quero descobrir algo novo. Demian é minha exceção, porque a cada leitura parece algo novo: eu sempre ganho algo que deixei passar. 
Ou talvez esse seja um daqueles livros que você precisa alcançar certa idade  para se colocar no personagem e, assim como ele, se adentrar uma jornada para se descobrir. O fato é: a cada leitura de Demian ao longo dos anos, eu descobri algo sobre mim mesma que não sabia, e acho que por isso ele é meu livro favorito.
Talvez por ser meu livro favorito, eu tenha tanta dificuldade de escrever uma resenha sobre ele. Como falar de um livro que me moldou tanto? O qual eu retorno sempre quando minha vida da uma revirada completa e eu preciso lembrar o quanto é doloroso 'sair da casca' para nascer? Como um pássaro que destrói o próprio mundo para conseguir nascer, como Sinclair que agoniza até conseguir abrir suas asas, mesmo depois de tanto tempo eu tenho que me voltar as palavras de Hermann Hesse quando fico com medo de grandes mudanças. 
Então, com essa resenha extremamente pessoal e nada informativa, eu tento expressar a minha recomendação gritante de: leiam esse livro. 






sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Formiguinhas Z: ideologias e a luta de classes

Em sua canção ideologia Cazuza diz que é necessário ter uma para viver, ou seja, ideologia seria um  objetivo, um ideal. 
Porém, segundo Karl Marx sobre a luta das classes, ideologia seria uma ideia ilusória criada pela classe dominante para manipular a classe dominada. Estava pensando nisso quando lembrei de um filme infantil que adoro, e que já assisti vária vezes em família, Formiguinhas Z.
Quando você lê os conceitos de Karl Marx sobre as classes sociais você acaba percebendo que quem produziu esta animação sem dúvida deve ser um admirador da luta das classes, pois ele representa em tudo estas ideias.
Vamos ver.
A classe operária seriam as formigas como Asteka e Z, que seriam dominadas pela guarda dos soldados e realeza, obedecendo a classe dominante em prol de uma ideologia por eles estabelecidas : a união do formigueiro. 
A construção do túnel. e os cartazes espalhados por todo o local de trabalho também poder mostrar esta opinião com clareza através de frases como "nada dignifica mais que o trabalho".
Mas na realidade, durante todo o filme as operárias são exploradas, e acabam construindo um túnel por ordem superiores que na verdade serviria para matar todas. Ainda assim, a maioria das fomigas acredita veemente que este túnel irá ser melhor para todos. Elas não enxergam a própria realidade, cegas apenas em obedecer e fazer aquilo que dizem que elas nasceram para fazer: Trabalhar. Estes seriam o proletariado.
Porém Z percebeu esta situação e a exploração a que estavam sendo impostas. E decidiu que podia sim mudar de condição. Ele rompeu a ideologia ilusória e foi capaz de enxergar além daquilo que lhe era imposto. Motivado pela conscientização de classe ele se uniu aos de igual condição para tentar mudar esta situação, enfrentando a classe dominante.
Para Karl este confonto representa a luta das classes, que segundo ele até hoje é a história da sociedade.
No confronto entre as operárias (Proletariado) e os soldados (classe dominante) o formigueiro foi destruido e se iniciou uma nova ordem. 
Segundo Marx, quando o proletariado enfrentasse a burguesia, destruiria a burguesia e depois se destruiria criando uma sociedade sem classes, um dos principios do comunismo.
Mas tudo isso só aconteceria quando a classe dominada rompesse o véu da ideologia imposta pela classe dominante que os cegava e enxergassem assim sua condição com clareza. Exatamente o que aconteceu com Z, e depois com os demais operários, porém estes não conseguiam romper sozinhos com a dominação a eles infringida, e necessitaram ser guiados por uma formiga.
Z não possuia nenhum sangue real, nenhum direito de nome, mas conseguiu ascender sozinho para herói da história, apenas em base de suas ideias.
Eis a história da luta das classes. Eis a história das formiguinhas Z.
Ah, e quem não assitiu, assista o filme, esta é somente uma das ideias que ele representa. Além de ser super divertido.
 Lorem Krsna






"(...) Digam o que disserem, o mal do século é a solidão"

"Tenho fases, como a lua.
Fases de andar escondida,
Fases de vir para a rua.
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
Tenho outras de ser sozinha."

Cecília Meireles

Já dizia o grande mestre Renato Russo: o mal do século é a solidão. Talvez seja o individualismo que se tornou tão vigente nas pessoas, o fato que têm muitos por aí que se crêem tão auto-suficientes que acreditam não precisar de ninguém. Ou mesmo o hábito da desconfiança, pois hoje em dia dois olhos não parecem ser suficientes para ver quando alguém próximo irá se mostrar seu pior inimigo. Infelizmente começo a pensar que as pessoas realmente estão aprendendo a serem sozinhas, algumas mesmo quando estão acompanhadas.
Vejo-os andando por aí, tão imersos em seus próprios problemas “meu mundo”, “minha vida”, “meu... minha... meu”. Até o vocabulário se tornou egoísta e solitário, pois o pronome mais usado ainda é o possessivo, talvez só perdendo para o “eu”.
Eu mesmo, para não me deixar de fora, sou a amostra viva de um ser solitário. Talvez eu tenha vindo com uma falha para conviver por muito tempo com as pessoas sem sentir aquela vontade indomável de ficar só, comigo.
E por hora, incrivelmente, ainda me sinto feliz assim. Talvez seja mesmo um daqueles seres mutantes provindos de uma evolução de novos humanos solitários que desembarcam hoje em dia em escala estrondosa no mundo.

Lorem  Krsna

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Talvez eu devesse falar...



Eu queria te dizer alguma coisa. E eu sei que devia falar. Falar talvez desta saudade que eu sinto, de cada palavra mal colocado e que me fazia bem. Falar desta dor que hoje eu senti sem explicação, o do quanto me desfiz neste ultimo ano. Um fantasma do que eu era por dentro, mas por fora eu estive sempre bem. E então? O que é mais importante? 
Talvez eu falasse tudo o que guardei, e gritasse para o mundo que um dia eu chorei sim uma perda. E que a culpa foi minha.
Falaria do violão que deixei parado, da músicas que nunca mais ouvi. E daquelas frases de auto-ajuda que não ajudam em nada a não me mostrar aquilo que eu  sabia sem querer.
Ou então eu devesse falar somente da chuva que passa, do frio que eu sinto, da faculdade, dos amigos. E a gente se sentava no barzinho, ouvindo o som do violão e te pediria para falar um pouco da sua vida atual, ou então so absorver o silêncio.
No fim das contas eu só queria você por perto, nem que fosse só por mais um dia em minha vida e nada mais.

Lorem Krsna

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Caráter ou reputação?

“Não me preocupo com que as 
pessoas acham, pensam e falam sobre mim.
Pois o que importa mesmo é o 
que sou, o que faço e o que estou tentando ser.”
Herbert Alexandre Galdino Pereira

Longe de mim deixar  minha vida passar por nada.  Eu quero mesmo é correr atrás do que desenhei para mim, e tentar ao máximo ser feliz. E hoje, não mais importa o que vão falar de mim, pois vão falar de mim de uma maneira ou de outra. Estamos todos tentando emergir de um lago profundo, e só o que não falta é gente tentando usar o outros como bóia, nem que para isso os afunde. Isso é fato. Não faltarão os que tentarão me derrubar, pelo simples prazer de ver minha queda. E nesta horas é bom saber que posso me reerguer. Que posso puxar um pára-quedas. Que posso surpreender. Uma coisa que aprendi na vida é que subestimamos as pessoas por medo de ter que admitir que são tão bons ou melhores como nós, ainda temos a tola ideia de que o sucesso de alguém anulará o nosso. E isso, é pura bobagem. Se por um instante muitos tentassem parar de rebaixar as vitorias dos outros, poderiam enfim viver as próprias de verdade. Afinal o que está acontecendo com as pessoas? Parece que se tornou algo mais interessante cuidar da vida dos demais do que da vida deles, e assim vão deixando de viver, e de pensar em si. Pois bem, pague minhas contas e poderei pensar em deixar você falar da minha vida! De outro modo, olhe para si mesmo. Tente ser feliz de outro modo que não seja tentando derrubar a felicidade dos outros. Isso é idiotice, e pior, perda de um tempo que é um luxo para todo mundo.
Eu? Estou mesmo é tentando lutar pelo que quero ser, o que quero ter, e o que vou fazer. Se falam de mim? Pode apostar. Mas deixei de mim importar no instante em que descobri que a maioria do que diziam não era verdade, dizia respeito a opiniões, e não ao caráter. No instante em que falarem algo realmente péssimo, e pior, que seja verdade, aí sim posso fazer algo.
E tudo isso por que no fim das contas minha reputação eu deixo a cabo de outros, mas meu caráter depende apenas de mim. Já dizia Jonh Wooden "Preocupe-se mais com seu caráter do que com sua reputação. Caráter é aquilo que você é, reputação é apenas o que os outros pensam que você é."

Lorem Krsna




"Reputação é o que os homens dizem de você junto à sua sepultura. Caráter é o que os anjos dizem de você diante de Deus!!" 
Autor desconhecido

sábado, 5 de novembro de 2011

E então que venha 19 anos!


"Apenas as nossas dúvidas aumentam com a idade, e não as certezas."
Laszlo Szabo

E mais um ano se passou para mim, e aqui vai mais uma postagem de aniversário (tentando não ser tão deprimente como da ultima vez, lógico).
Bem, muita coisa mudou em minha vida, e deixa te dizer: no que eu mesmo pensava da vida.
Mas calma, sem exaltações. Não é como se eu tivesse sofrido uma metamorfose. Estou longe de ser uma borboleta ainda. No essencial mesmo não mudei. Continuo batalhando na vida. Sempre.
O que mudou tanto assim? Uma palavrinha: FACULDADE.
É isso mesmo, sabe o que dizem? Que tudo o que você não fez na vida vai fazer quando entrar na faculdade. Há uma ponta de verdade nisso. Não que eu tenha feito muitas loucuras (ao menos não ainda, nunca se sabe), falo mais em relação ao meu pensamento sobre o mundo. Novas ideias, nova visão e objetivos.
E novas pessoas, amigos e inimigos (que não poderiam faltar). É impossível você não acabar mudando, afinal, já dizia o filósofo Heráclito: um homem não toma banho duas vezes nas águas de um mesmo rio.
As águas não são as mesmas.
O homem não é o mesmo.
É, não é brincadeira. Abraham Lincoln estava certo quando disse que no final das contas não são os anos da vida que contam. É a vida nos seus anos.
Isto é valido, pois o mais importante foi o que aprendi neste único ano. Sabe aqueles momentos em que a vida te dá uma pôrrada para que ocorra a epifânia? Foi preciso muitas quedas para que eu aprendesse a caminhar direito. O mundo não é um lugar fácil, muito menos as pessoas nele, e houveram momentos em que tive que escolher entre a omissão e uma atitude. Houveram escolhas, que talvez nunca saiba realmente que foram as certas. Viver é caminhar no escuro, isto é fato. E bati muito com a cara no muro antes de encontrar minha porta.
Encontrei alguns amigos, daqueles que não pensei que existissem. Que não escutam somente o que você diz, mas aquilo que você não diz.
E houveram muitos momentos ruins, talvez um deles sendo um dos piores que me lembro nisso tudo, mas prometi não fazer um texto deprimente neste ano, então basta saber que ele foi superado.
Continuo solteira. Neste quesito ainda sou a mesma azarada de sempre. E as trapalhadas também persistem: ainda tropeço no mesmo degrau da escada quase todos os dias, e dou de cara com algumas portas de vidro, mas aprendi a não me importar tanto mais com isso.
Apaixonei-me pelo curso que escolhi a toa, e hoje já construo visões mais positivas sobre meu futuro. Não sou mais tão perdida em relação a isto, o que é muito bom.
E acho que isto define um ano: um novo blog, uma nova decepção amorosa, uma nova paixão não resolvida, novos livros, um curso na faculdade, uma família aumentada, amigos, alegrias, tristezas e uma trilha sonora nisto tudo.
Estou mais velha. Nem sempre cai a ficha, e não enxergo sempre as mudanças que começam a gritar no espelho. E também nem sempre consigo me enxergar por dentro, não sei se a pessoa que fui há um ano imaginaria que se tornaria assim, duvido muito. Nem sei se as marcas que imagino possuir são visíveis em mim, acho que somente eu mesma possa percebê-las.
Mas é sempre assim na vida. O tempo não perdoa e passa. E você cai e se levanta. E tenta, e procura o máximo ser feliz com as armas que a vida te dar, e mais as que você luta para conseguir. Você chora, ri, blasfema e aprende a pedir perdão e perdoar.
É o que as pessoas definem como experiência, os seus próprios erros. Isto torna a vida mais interessante, saber que você joga a sorte na roleta e não sabe o que vai dar, mas tenta fazer o seu melhor com o que der.
E foi isso que tentei fazer. Um ano bom então, em suma. Uma idade interessante também: 19
Não se espera nada nela. Nem um rito de passagem fantástico. Uma idade que vem e vai, e que mal se conta.
Uma idade que pode surpreender.

Lorem Krsna

E para quem não viu a de 18 anos...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Aquela música dentro de mim

As vezes eu fico perdida no nada, naquele breve instante em que tudo para, e então simplesmente passa. E me vem aquele som perdido, de toda parte, em todo ato, de dentro de mim. Um som triste que não sei quando, ouvi, nem por que esta sempre aquí dentro. Mas está. Quando estou triste, ou preocupada. Quando sei que estou fazendo uma coisa errada. Ele aparece mesmo do nada, e tudo se intensifica. É como se de repente toda minha vida se resumise  a este som. Eu sou uma música. eu sou o som. E então ele cessa... E eu me torno o silêncio e mais nada.

Lorem Krsna

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Provação


Em um momento confuso de tristeza...
Estou em queda livre, sem nada ou ninguém que me segure. Não ouço nada. Não vejo nada. Não sinto nada além deste vazio ao meu redor. Parece que tudo  é um filme mal acabado. Uma fita antiga, maltratada. Um retrato que não me trás nenhum sentimento.
Tento me agarrar a palavras, desculpas mal-feitas de um espírito corrompido. Um anjo sem asas, sem voz, sem nenhuma divindade. Uma sonhadora que se perde no vazio, sem conseguir pedir ajuda.
Tenho me agarrado a amenidades, tentado sorrir por qualquer coisa. Ocupar meus pensamentos. Me agarrar à alguma tábua. Na verdade, tenho buscado um barco no ar... E não é fácil.
Tenho que me segurar a algo sólido... mas não sei a quê.
A fé. A sorte. A companhias.
E só me vêem a solidão.
Sei que estou sendo provada. E então continuo sorrindo, mesmo que por dentro esteja tudo tão confuso.
Consegui tanto do que eu queria, e de repente temo que não faça mais sentido.
E ainda assim, continuo me agarrando a palavras, a ações.
Fazendo tudo certo... enquanto por dentro, continuo caindo e caindo, sem saber ainda a que me segurar antes do chão.

Lorem Krsna

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Sempre haverá um outro dia

 
E foi Clarice Lispector quem disse certa vez: Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outros amores. E outras pessoas. E outras coisas”.
Ela quis nos mostrar que por mais que exista a dor, a decepção e a noite escura que cai sobre nossas cabeças, sempre haverá outro dia e uma nova oportunidade.
Por mais que tenhamos sidos feridos pelas garras de ferro das circunstâncias, se nos mantivermos de cabeça erguida e sempre olhando em frente, não haverá nada a temer. Sempre haverá um novo amor além daquele que se foi. Sempre haverá outros risos depois do choro que nos abateu. Sempre haverá outra manhã, por mais que a noite tenha nos aterrorizado. E mais que tudo, sempre haverá uma nova chance para tentar ser feliz. 
Por mais que as pessoas tenham nos machucado, haverá muitas outras que nos farão sorrir. É a coisa boa disso tudo, é que por mais que a situação esteja difícil, sempre haverá uma nova oportunidade, uma nova página em branco para nos provar que nada está realmente acabado. Que pode até ter findando a canção, mas o show ainda tem muito que rolar...
Só nos resta parar de reclamar e tentar. Pois a única coisa a temer em outros dias é a nossa própria covardia em seguir em frente ao invés de ficar parado apenas lamentando o que foi e o que não foi. Ficar esperando pessoas que não irão voltar, sonhos que se partiram e amores que findaram e não nos permitir viver o novo dia que se abre diante de nós, com tantos novos sonhos por quais lutar, novas pessoas a conhecer, e novos amores a se viver.

Lorem Krsna

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O diabo é deixar de viver!

 "A pomba, que por medo do gavião, se
recusasse a sair do ninho, já se teria perdido 
no próprio ato de fugir do gavião. Porque o 
medo lhe teria roubado aquilo que de mais precioso  que
existe num pássaro: o vôo. Quem, por medo do
terrível, prefere o caminho prudente de fugir do risco, 
já nesse ato estará morto. Porque o medo lhe
terá roubado aquilo que de mais precioso existe na
vida humana: a capacidade de se arriscar para viver 
o que se ama ." 
Rubens Alves


Andei pensando no medo. Sempre tive medo, alguns se foram, outros mudaram e muitos são os mesmos de minha infância.
Talvez mudaram de forma, de máscara, mas por trás há aquela mesma face de angustia que carreguei. E que ainda hoje carrego.  O medo do abandono e da solidão.
Quando criança tinha medo do escuro, e por isso acendia a luz antes de dormir. Hoje tenho medo do escuro dentro de mim, pois não sei aonde encontraria o receptor que me protegeria do escuro que viesse a se consolidar aqui dentro.
Mas talvez o meu maior medo, o supremo seja o medo de perder. Perder aquilo, aqueles que me são importantes.
E isso, todo o meu medo se resume na perda.
E por que não falar da perda da vida? A morte ainda me faz tremer, mesmo que eu saiba que ela é inevitável. Mas como disse Mário Quintana "Um dia...pronto!...me acabo./ Pois seja o que tem de ser./ Morrer: que me importa? O diabo é deixar de viver!”  Então é isso, não é  bem o medo da morte, é o medo de deixar de viver. Mesmo que meu coração funcione, meu corpo resista, tenho medo da morte em vida. Rubens Alves definiu bem este pensamento em sua crônica sobre a morte e o morrer em que diz que "A vida humana não se define biologicamente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia."
Tenho medo de me tornar esta casca vazia, da dor.
É desta morte que tento fugir.
Já tive vergonha de meus medos, mas um dia aprendi que ter medo não é oposto de ter coragem. Todo mundo tem medo. O que faz de alguém corajoso é a capacidade de viver com seu medo, sem deixar que este medo viva por você, e te impeça de seguir em frente.
Assumo então minha covardia, pois tantas vezes deixei que meu medo me dominasse.
Hoje vejo que deixei de viver muito o que deveria ter vivido por medo de arriscar, de sofrer, e principalmente de perder, pois no alto de minha tola ilusão acreditava que se não me importasse com as pessoas, não as teria, e assim não teria a quem perder. Mas  cheguei a conclusão que aquele que não se importou, não lutou e andou ao lado de outros não terá seu coração partido, mas também não viveu. Então, hoje prefiro me importar com as pessoas e me arriscar a perdê-las, do quê viver a vida fugindo e ter minhas asas presas, sem nunca ter avistado o céu. Se meu medo de cair tivesse me dominado anos atrás, hoje não estaria caminhando.
Eu tenho medo. Nunca poderei dizer que não tenho. Mas não quero viver presa a meu medo, ou deixar que ele me impeça de lutar por aquilo que desejo. Me impeça de viver a vida que eu tenho de viver.


Lorem Krsna

Vasculhe

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