quarta-feira, 30 de março de 2011

Êta vida, êta vida de cão...

Vi um vídeo certa vez em que um cão é atropelado em meio há uma avenida violentamente movimentada. Até aí, nenhuma novidade, afinal, é o que infelizmente mais acontece nas ruas.
A surpresa de todos surgio, quando o companheiro animal do atropelado se mete em meio aos carros e tenta desesperadamente salvar o amigo, o arrastando e protegendo no meio da avenida, até leva-lo seguro a margem da estrada.
Um cachorro, dito um ser irracional, não pensante, arriscando-se por outro cachorro. Um instinto que muito consideram unicamente... humano.
Como o homem é prepotente e arrogante as vezes, penso eu.
Muitos deveriam mesmo aprender com os outros animais, pois não me arrependo em falar que muitos homens prefeririam deixar outro na estrada, ferido do quê arriscar sua vida. O instinto de sobrevivência que tanto pôs o homem no topo da cadeia alimentar falaria mais alto.
Eu mesma, não tenho certeza do quê faria. Só mesmo na situação mesmo é que teria certeza (espero nunca estar nesta situação), pois agora, em minha zona segura posso até afirmar convicta que me arriscaria em meio ao trânsito violento por um meu, e até um estranho, mas não faço a mínima ideia do que meu instinto de temor a morte faria comigo no momento.
Posso até, enfim, não ser perita no assunto, mas nunca duvidei que os animais tivessem a capacidade de não só pensar em conjunto, mas ouço afirmar que até de amar. Nunca ninguém caracterizou este sentimento como unicamente humano a meu ver.
Muitos animais são mesmo mais capazes de amar, de serem fiéis e companheiros do quê muitos homens, no topo de sua arrogância.
Não vou aqui dizer que todos são assim, pois sempre surge algum fato que me lembra de não perder a fé na humanidade.
E tantos outros que me fazem sentir (ouço dizer) vergonha de ser humana...
Enfim, são as controvérsias da vida.
Será então a hora de se apegar a um clichê que (ouso afirmar), se encaixa tão bem na situação?
"Quanto mais conheço os homens, mais gosto dos meus cachorros."
Lorem Krsna  

segunda-feira, 28 de março de 2011

Mentira: Verdade que não aconteceu.

Lais McMaster Bujald um dia questionou: "Se a Verdade não nos salva,o que ela diz sobre nós?"
Ora, a cada dia mais penso se a verdade não passa de uma mentira tão bem elaborada que quem a constrói realmente crê nela.Se dizem que a única certeza na vida é a morte, como é possível alguma verdade, se esta é definida como uma certeza?
E como, ainda assim podemos ter certeza de o que quer que seja (além de onde todos vão parar) se não sabemos nem do próximo passo que será comandado por nosse misterioso e perfeito cérebro animal?
Já se foi o tempo em que havia "ou é preto ou é branco".O que não é verdade é mentira certo? Mas e as teorias e teses? "Pode ser... pode não ser..."
MacMaster tem razão, a verdade não no salva, e tão pouco a mentira nos condena. São as atitudes que o fazem, e são estas mesmas que dão a visão do que somos aos demais. Atitudes são fatos, mas fatos são verdades? Mas se cada um interpreta um fato segundo a sua visão,como um fato poderá ser uma certeza?
Aconteceu e aconteceu? Ponto?
Mas o que aconteceu no fato, de fato? O que você viu ou o que o outro viu? O que é mentira e o que é verdade então?
E mais! O que mostramos através de nossas atitudes, como eu disse, dão a visão do que somos, mas pode não ser o que somos, mas o que os demais acham que somos através da interpretação dos fatos, então no fim, somos exteriormente o reflexo do que os demais vêem em nós.
E acreditar em algo não quer dizer que de fato(fato?) seja verdade... Ops! Verdade? O que é a verdade? Uma teoria formulada segundo o que acreditamos? Uma mentira em potencial? Um fato?
Espera! Se não há certezas, há verdades?
Se existem verdades... existem certezas então?
Se eu tenho certeza, que não tenho certeza, então eu tenho alguma certeza?
Que enrolação! Aff...
Mentir é mais fácil que falar a verdade?
Para mentir, você tem que inventar uma explicação. Para falar "verdades" você não inventa, ou então está explicando uma verdade com uma mentira. Mas então se você não cria uma explicação para uma verdade, de onde vem? Alguém criou? É uma teoria? E teoria é possibilidade, e possibilidade é mentira ou verdade? Nenhum?
Hum! Embaralhou tudo!
Bem, bem.
Uma "verdade", pode ser então "sua verdade".
Ela então salva-te? condena-te? Explica-te?
Minhas mentiras dizem mais sobre mim do quê minhas verdades? Meus pecados são o que sou então, ou o que mostro ser?
Verdade é mentira que aconteceu, ou mentira é verdade que esqueceu de acontecer?
Então se a mentira acontece, ela deixa de ser mentira?
Ah!
Chega!
McMaster, respondo logo seu questionamento segundo o que acredito (se acredito é minha verdade?), antes que minha mente crie um nó!
O que diz a verdade sobre nós? A minha, no momento, diz que o ser humano adora complicar, quando tenta tornar as coisas simples...
Isto é fato. Nem verdade, nem teoria. FATO!
Hum!!




Obs: Nunca utilizei tantos pontos de interrogação em um texto.Se não teve paciência de ler o texto até o fim, ou leu e está se perguntando onde anda meu juizo, na verdade não sei.
E o que é a verdade?
hehe
Zoando
Parei!^^


Lorem Krsna

sexta-feira, 25 de março de 2011

Scarcéus


Há pouco tempo tomei conhecimento de uma banda brasileira que muito me agradou, por seu som (rock mesclado com vários estilos) e principalmente pelas letras das canções. O nome é Scarcéus, e está em ativa desce 1999, mas só pude ter o prazer de ouvi-la quando uma de suas canções, SEU, foi incorporada na trilha sonora nacional da novela global araguaia (que por sinal, possui uma trilha ótima, a melhor em minha opinião das novelas em cartaz na tela no momento.). Seu pertence ao Volume I do album A mesma moeda lançado em 2008. Há ainda o volume II do mesmo, e mais três albuns: Tão humano (2006)Todos os céus (2003) e A verdade (1999). Todas as canções que tive a oportunidade de ouvir são excelentes, enfâse para Minha sina (A mesma moeda, volume II)  em que há uma mistura de instrumentos ótima (principalmente a gaita, dá um toque interessante, você não consegue ficar parado), e uma letra que "gruda" em sua mente.
Scarcéus tem raizes mineiras, berço de muitos grupos de rock excelentes, e tem como pioneiros  Henrique Papatella e Augusto Nogueira (vocal e guitarra, respectivamente), que também são responsáveis  pelas composições. Depois foi incorporado João Marcio no baixo e por último Alexandre Marques na bateria.

  É maravilhoso encontrar bandas assim no Brasil (e há muitas, é só saber procurar), o que derruba a tese de muita gente (se é que se pode chamar essa bobagem de tese) de que não há música boa no Brasil. Claro que há!
Então fica aí uma dica, para quem não conhecia Scarcéus, eu recomendo.
Deixo a baixo o site oficial da banda, para quem quiser mais informações sobre a história do grupo,  também a letra cifrada (Via cifraclub, hehe) para quem quiser toca-la e a própria canção para dar uma ideia sobre o estilo do grupo.
É isso aí. Curtam.

Lorem Krsna

Site  oficial da banda Scarcéus

                                     






Minha sina
Scarcéus
Compositor: (Henrique Papatella / Augusto Nogueira)

Tom: G     
 

Intro:  Em   D/F#   C  G

C           D                  G  D/F#  Em    Am  (b)  C    D     D4 D  D2
Quis me enquadrar no que dizem ser real era só um devaneio meu
C             D            G  D/F#  Em         Am  (b)     C            D  D4   D  D2
A vontade de buscar o que sempre imaginei, às vezes é mais forte do que eu

C             G         D                            Em
Fingir de herói, azar de quem não crê
      C          G           D      
Na verdade temos medo de sonhar
C             G            D         Em
E se uma espaçonave louca quiser me levar
     C       D       G     (g a b c)
Meu amor eu vou viajar

C           D       G   D/F#     Em      Am  (b)   C                D    D4  D  D2
Quero agradecer o mundo ao meu redor e a tudo que conspira ao meu favor
C             D         G  D/F#  Em    Am  (b)   C             D   D4  D  D2
Há de me guiar uma estrela magistral, brilho de um maluco pensador

C        G          D           Em
Tentar sorrir se o acaso me mostrar
             C          G          D
Que é bem pouco, quase nada o que sei
    C         G             D          Em
E se vencido pro meu canto tiver que voltar
      C       D          G   G7   
Meu amor vou feliz eu tentei

C      G   D         G
Muito chão, muitas horas
C          G          D
Poeira, chuva e gasolina ...
Em       D/F#   C G/B Am     G
Algumas bocas co  lo   ri   das!
C       G    D
Lhe confesso minha sina

Solo: Em  D/F# C (e f#) G

C        G          D           Em
Tentar sorrir se o acaso me mostrar
            C            G         D    D4   D   D2
Que é bem pouco, quase nada o que sei
    C           G            D          Em
E se vencido pro meu canto tiver que voltar
       C       D          G   G7   
Meu amor vou feliz eu tentei

C             G         D          Em
Fingir de herói, azar de quem não crê
     C             G        D         
Na verdade temos medo de sonhar
C            G              D         Em
E se uma espaçonave louca quiser me levar
     C      D       G
Meu amor eu vou viajar

C            D     G
Meu amor eu vou viajar

....
Observação: As notas de passagem entre os acordes foram colocadas entre parênteses.

terça-feira, 22 de março de 2011

O labirinto do Fauno



                                     



Há algum tempo, recomendaram-me o filme O labirinto do Fauno, pois acreditaram que me identificaria com o roteiro. A princípio acreditei que fosse um conto de fadas, e vi que estava totalmente enganada.
A história se passa após o término da guerra civil na Espanha, por volta de 1944. Ofélia (Ivana Baquero) é uma menina que vive entre a realidade e os livros de contos-de-fada. Sua mãe Mercedes (Maribel Verdú) após a morte do marido, um alfaiate, casa-se novamente, com Vidal (Sergi López) um oficial inescrupuloso e cruel. Mercedes espera um filho de Vidal, e quando aproxima-se a data do nascimento da criança mãe e filha partem para a colina onde os oficiais tentam sufocar os últimos grupos armados que combatem contra o novo regime fascista. Vidal acredita que um filho deve nascer perto do pai, e por isso trás a mulher a todo custo, mesmo com o perigo eminente da situação.
Logo de inicio, percebe-se que ele trata a enteada como lixo.
Entre o perigo da perda da mãe, o medo do padrasto, a solidão e o isolamento Ofélia encontra um labirinto místico, e ao adentrar nele vê um fauno que a reconhece como Muana, uma princesa que se perdera há muito do subterrâneo mundo onde reinava, e que após a morte teria de retornar com outro corpo, para onde era esperada por seu pai. O fauno (assustador por sinal, em minha opinião) então lhe diz que para voltar a seu verdadeiro mundo, Ofélia teria que passar por três provas para mostrar que sua alma não havia se tornado impura.
E as aventuras começam.
Enquanto Ofélia cumpre suas provas, os combatentes do regime são ajudados por Carmem (Ariadna Gil), irmã de um dos combatentes e criada de Vidal, que se torna amiga de Ofélia. Uma mulher forte e decidida, que ama a menina e a protege.
O perigo ronda Carmem e quem mais ajuda os rebeldes.
E ronda Mercedes, que tem uma gravidez difícil.
E em meio a torturas de combatentes lideradas por Vidal, Mercedes morre ao dar a luz e Ofélia se vê sozinha contra a fúria do padrasto que descobre a traição de Carmem e a fuga que as duas fariam juntas.
Carmem consegue fugir da tortura, e promete voltar com reforços para ajudá-la.
E é então que o fauno lhe mostra a ultima prova: levar seu irmão para o labirinto.
Ofélia o faz, e é perseguida por Vidal, ao mesmo tempo em que os rebeldes invadem o acampamento e matam oficiais.
No labirinto, Ofélia se vê diante de uma escolha: para retornar a seu reino, terá que derramar o sangue inocente do irmão. Ela então nega e renuncia a seu trono para não machucá-lo, e é então que chegamos há uma parte surpreendente do filme, quando Vidal chega ao labirinto e vê a menina conversando... Com o nada. Ele toma a criança de seus braços e atira em Ofélia, que cai agonizante.
Quando saí do túnel, Vidal se vê cercado pelos combatentes ao lado de Carmem. Ele entrega a criança e tem seu final merecido (mais que merecido! Hum! ), morre com um tiro na cabeça, não sem antes ouvir Carmem falar que o filho não saberia sequer o seu nome.
Os combatentes procuram Ofélia e a encontram morrendo...
No seu inconsciente, Ofélia se vê dentro de um grande salão real, vestida como uma princesa e em frente a o rei, a rainha representada por Mercedes e seu irmão.
Seu pai dá bem-vinda a filha, e diz que ela cumpriu sua última prova: derramar seu próprio sangue para proteger um inocente, e por isso é aceita de volta a seu mundo e reino, tomando o lugar que lhe foi devido.
O fauno e o povo aplaudem e Ofélia sorri...
... Enquanto morre no labirinto, nos braços de Carmem que canta para ela.

Ofélia e a fantasia

"Dizem que há muito, muito tempo no mundo subterrâneo, onde não existem nem a mentira, nem a dor, vivia uma princesa que sonhava com o mundo dos humanos. Ela sonhava com o céu azul, a brisa suave e o sol brilhante. Um dia, enganando toda a vigilância a princesa escapou. Uma vez no exterior a luz do sol a cegou e apagou de sua memória qualquer indicio do passado. A princesa esqueceu quem era e de onde vinha e seu corpo sofreu com o frio, a doença e a dor. E com o passar dos anos ela morreu. Entretanto o seu pai, o rei, sabia que a alma da princesa retornaria. Talvez em outro corpo... em outro tempo... em outro lugar. E ele a esperaria até seu último suspiro, até que o mundo parasse de girar..."

A morte de Ofélia foi uma das partes mais emocionantes e surpreendentes da história, e deixou no ar dúvidas propositais que fazem o telespectador pensar: Afinal, teria Ofélia de fato vivido tudo aquilo no labirinto, passado pelas provas? Ou ao contrário, teria tido ela um episódio psicótico (o que explicaria o fato de Vidal não ter visto o Fauno no labirinto conversando com ela) ? E caso tenha sido este o caso, como se explicaria o fato de ela ter conseguido sair do quarto em que estava trancada, usando apenas giz? E a mandrágora? A previsão da morte da mãe? Teriam sido estes fatos apenas criados por sua mente devido as circunstâncias?
São coisas a se pensar.
Desde o inicio percebe-se que Ofélia é uma sonhadora, personalidade criada talvez para fugir da situação complicada, e do medo frequente a que estava submetida. Como vivia em um mundo inseguro, ela então criou o seu próprio em que era uma escolhida, onde alguém a esperava. Onde teria, em como os contos em que lia um final feliz ao lado dos que lhe eram caros.
Mas qualquer que seja a verdade, ou o que ou não ocorrera, o fato é que Ofélia é uma personagem que reflete o sonho que emerge em meio a ruína. A fantasia e a magia em meio ao caos da realidade, e isto se demonstra em várias cenas em que parte-se da narrativa da menina em meio a cenas duras entre combatentes e torturas. Ela era, de certo modo, a rosa no meio do pântano.

"E dizem que a princesa desceu ao reino de seu pai, e que lá reinou com justiça e bondade por muitos séculos. Ela foi amada por seus súditos, e deixou para trás pequenos sinais de sua passagem pelo mundo, visíveis só a aqueles que sabem onde olhar.”

Vidal e a realidade

Vidal na história representa o mal, a falta de escrúpulo e a alma humana corrompida pelo poder. enquanto Ofélia seria a "pureza", ele seria toda a sujeira, e de certo modo, a realidade que faria contra-peso a fantasia que ele criava (ou/e vivia).

O Fauno e o bem e o mal

Por diversos momentos no filme, cheguei a duvidar se o Fauno representaria o bem ou o mal. Há uma passagem em que Carmem diz que não se pode confiar em Faunos, e quando ele pede que Ofélia machuque o irmão então chegamos a pensar que ele é o mal na menina.
Mas no fim, tudo não passou de um teste para saber até que ponto Ofélia chegaria.
A meu ver, o Fauno na verdade agiu como a consciência da própria Ofélia. Ele lhe deu as possibilidades, e ela faria as escolhas.

Carmem e o Doutor

São personagens secundários, mas que ao meu ver de Vital importância na história.
O que você faria para ajudar ao próximo? Até que ponto você chegaria por uma causa?
Há uma passagem que explica em suma a personalidade do médico ( interpretado por Alex Angulo), em que ele prática a eutanásia em um combatente torturado para livrá-lo da dor e de novas torturas que lhe seriam impostas. Vidal então lhe pergunta por que ele não o obedeceu, este lhe responde que "Obececer por obedecer, assim, sem pensar, só o faz gente como o senhor capitão". E o Vidal o mata com um tiro pelas costas.
Carmem, em toda a história ajuda os rebeldes. Ela é guerreira, e vai até as últimas consequências para proteger quem lhe importa, chegando até a tentar matar-se para impedir entregar os amigos sob tortura.
Ambos representam a realidade, no que há de integro nela. Mesmo que como Vidal eles tenham uma causa, eles não se corrompem, e como o próprio médico citou "não obedecem por obedecer".

O Filme

O labirinto do fauno foi um dos melhores filmes que já assisti. Escrito e dirigido por Guillermo Del Toro, é uma mistura de fantasia e realidade tão intricadamente interligadas que se confundem.
Pode-se pensar em diversas teorias (realidade V.S fantasia), que vai pela interpretação de cada um. Mas não há dúvida de que o filme é uma excelente obra, no sentido visual e no roteiro.
As cenas de tortura, da morte de Ofélia e do médico são emocionantes... revoltantes.
E a trilha musical é também cativante, proporcionada por Javier Navarrete.
Em suma, é um filme que recomendo, para todos e qualquer um que queiram assistir a algo tocante, e surpreendente.

Lorem Krsna

quinta-feira, 17 de março de 2011

"O chamado das asas"


Um homem seguia viagem com sua mulher e filhos no carro da família, quando um estranho os pede carona em meio a um lugar deserto do caminho.
Apesar de ciente do perigo que representa em acolher estranhos na situação descrita, ele o faz por algum motivo. Talvez a cara do desconhecido tivesse algo de... conhecido. Ou fosse a idade pouca que o jovem aparentava. A solidariedade falando mais alto do quê a prudência causada pelo medo no mundo violento em que nos encontramos. O fato é: ele concedeu a carona ao jovem.
Quilômetros adiante, ocorre um acidente violento, e o carro fica quase completamente destroçado. A família fica presa em meio as ferragens, onde fatalmente pereceriam. Mas eis que então, o jovem desconhecido a qual haviam acolhido no veiculo, saí das ferragens, e um por um, tira todos do carro e os coloca a salvo na margem da estrada. Ao repousar o último ferido, ele cai. Morto.
Toda a família sobrevivi, graças a intervenção do jovem, do qual não sabem praticamente nada.
Ouvi esta reportagem veridica em um jornal quando era criança, e fiquei... impressionada, para dizer o minímo. Nunca a esqueci, e recordo que na época, tudo em que acreditava era que esse jovem que morrera por desconhecidos era um anjo, que viera somente para isto. Ele estava no local certo, na hora certa. Minha mente infantil imaginou seu rosto por noites seguidas, e suas asas brancas se espatifando em plumas...
Algumas coisas mudaram, mas nunca consegui esquecer esta história. Fico pensando o que teria ocorrido se não houvessem oferecido carona ao rapaz/ anjo. Sim, para mim ele continua um anjo. Talvez não um anjo de asas emplumadas, mas uma pessoa boa o bastante para se arriscar por outros... para morrer por estranhos. Para mim, estes são os anjos.
E fico feliz por existirem pessoas assim, vagando por nossas vidas sem que as vezes nem ao menos percebamos. Vejo anjos em hospitais, em resgates e tantos outros que surgem em momentos de crise, que parecem estar lá no instante exato em que são esperados. Em que precisam deles.
E então todos ficam impressionados... e por que ficamos? Por que para nós, essa bondade é rara, quando não deveria ser.
E as vezes, acho que não há mais fé ou jeito para o mundo, e meu desejo mesmo é pedir para o mundo parar para que eu desça dele de uma vez. Mas então acontece algo que me faz pensar em como a humanidade me espanta... e sinto orgulho de minha condição.
Um rapaz salva uma família desconhecida. Um menino entra em uma casa em chamas para salvar um bêbê. Bombeiros arriscam-se por pessoas que nem ao menos conhecem. Um homem pula em um trilho de metrô para salvar um jovem, e os dois ficam encolhidos enquanto a máquina passa por cima de ambos sem nem ao menos tocá-los. E ao perguntarem a  este homem por que fez tal "loucura" ele é sucinto : "Não queria que minhas filhas vissem ninguém morrer" .
A mesma raça responsável por criar criaturas que dirigem massacres aos seus, criando pessoas que vivem para ajudar. Criando anjos humanos.
Será que todos estes  não são feitos da mesma matéria química? Não passaram então pelas mesma fases evolutivas? Será que possuem uma histologia diferente? Não são feitos dos mesmos instintos que comandam através de impulsos o nosso cerébro animal? Sua genética será tão diferente? Se sequenciarmos seu DNA veremos não as mesmas bases nitrogenadas que constituem seus nucléotidios existentes nos demais?
Dúvido.
Queria eu um dia saber os segredos por trás de atos tão controversos e espantosos. Saber os designios reservados para cada um, e se há realmente acasos... sorte e instinto envolvido na vida da humanidade, ou a mão de algo maior em cada um de nós.
Bom, por enquanto prefiro não pensar tão profundamente, ou encontrarei mesmo a fuga mais rápida para a loucura...
Continuo a acompanhar os "anjos" cruzando e mudando nossas vidas, em filas de hospitais, estradas e catástrofes.
E findo com a frase que a sarcástica e sincera narradora morte disse no livro "a menina que roubava livros" do autor Markus Zusak:
Os seres humanos me assombram.

Lorem Krsna

segunda-feira, 14 de março de 2011

O homem e o caos

Certa vez, em um aula de química li sobre a segunda lei da termodinâmica:
Em todos os processos naturais, a entropia aumenta.
Certo, primeiro alguém poderia perguntar: O que cargas d'água é entropia?
Calma, eu explico. Entropia é algo comum a vida de todo mundo, que poderia ser caracterizado como desordem.
Entropia é desordem.
Mas enfim, não estou aquí para dar uma aula de química na verdade, mas para falar sobre uma conclusão curiosa que acaba-se chegando sobre esta lei: O universo é movido pela desordem.
O homem é movido pela desordem.
Fato curioso, pois tudo no espaço abiótico e biótico parece estranhamente em ordem. Cada fato tem o porquê de existir. Cada protéina em nosso corpo, cada animal por menor que seja ao nosso redor tem uma razão de existir... é, engraçado pensarmos nisso, mas o caos gera toda a ordem.
As reações precisam da desordem para ocorrer... todo o tempo.
No caos surge a vida... de certo modo.
O "curioso" ainda, é que ao conversar sobre o assunto com um amigo, ele me olhou desconfiado:
- O universo é movido pela desordem?
-É, pode se dizer que sim...- respondi - Só não vá se aproveitar disto para deixar de arrumar o quarto!*
Ele pensou um pouco, olhou o livro e falou zombeteiro uma "filosofia" conclusiva:
- "Ora, isso eu já sabia. O homem gosta mesmo é de uma 'putaria!'"

Lorem Krsna




*Como eu o conhecia... ¬¬

sexta-feira, 11 de março de 2011

Palavras da sanidade insana


Não há nada demais...
A emoção é tão louca! A razão é tão chata...E então este jeito de não querer... querendo.
Não posso nem pensar ao certo no que faço? Ora! Acabo mesmo pensando e pensando... e me arrependendo das besteiras que não fiz... E quem vai julgar?
Eu sei que racionalizo a vida amor... e isso é tão irracional.
Tenho em mim lágrimas guardadas, e beijos roubados para te presentear.Tenho guardado na caixa em minha mente  as mais belas frases a oferecer-te.
Mas não oferto-te nada.
Sei que sou covarde amor, não encondi isto. Sei também, que por vezes não quero tua promessa, mas só um abraço. Quero o gosto, mas não me atormentar com teu rosto se partir... e se eu gostar.
Quero não me apaixonar... e perder.
Não diga que me ame... mas diga! Quem entende?
Minha alma é inconstante. Gênio difícil... coração quebrado a procura de conserto. Um abraço nos dias frios, um beijo que me incendei... uma voz que me arranque daqui... vamos fugir da rotina amor. Acabe com minha estúpida razão. Eu deixo... eu peço.
Então lá vem você com este sorriso... querendo me conquistar sem ao menos perceber. Será que estou perdendo o juízo? Não quero não... mas quero.
Vamos, meus pretextos são tão bobos... meus enigmas não enganam mais você, enganam?
Diga-me o que pensa, com sua falta de jeito que me traga para tua órbita. Estou mesmo querendo sair deste circulo tão igual e simplório... quero algo não tão perene... nada de para sempre... já disse, sem promessas que não possa cumprir...
Só não me magoe... não mais.
Não posso oferecer-lhe mais do que tentativas... um coração falho.
Sou um ser quebrado amor...queria eu que não fosse!
Mesmo assim... quem resisti?
Acho que estou mesmo me afogando nas razões chatas...
Então que me afogue em emoções loucas... e não morra aos poucos no veneno da mesmice...

Lorem Krsna

quinta-feira, 10 de março de 2011

--No trem--



Havia o barulho do trem, como um som contínuo em meus ouvidos. Estremeci no banco duro em que estava deitada, ainda nos últimos resquícios de um sono pesado. Abri os olhos com esforço e vi um forro, com prateleiras de madeira para bagagens. Pisquei algumas vezes tentando me situar e sentei 
atordoada. Um trem. Eu em um trem.
A questão era: O que eu estava fazendo naquele trem!!
A última coisa da qual recordava era que saia de casa pela manhã para a faculdade... E nada. Mais nada.
Procurei ao redor, e encontrei minha bolsa jogada no banco desleixadamente. Procurei o celular, em vão. Olhei ao redor, e estava em uma cabine com dois bancos. Meus olhos caíram no outro. Havia uma mochila preta, e do lado dela meus sapatos. Olhei para meus pés, estava só de meias, e enrolada em um casaco grande demais para ser meu. 
Fiquei sentada por alguns segundos tentando ligar algum fato contundente para aquela situação estranha, e então corri para a porta da cabine. Estava trancada. Chutei e esmurrei chamando por alguém, mas o barulho do lado de fora parecia abafar qualquer palavra minha. Bom, era a hora de ficar assustada.
Corri o olhar para a mochila do outro branco, obviamente havia alguém comigo, a questão era quem, e porque me deixara trancada.
Hesitei um instante e fui olhá-la mais de perto. Havia um caderno ao seu lado, o meu. Uma folha estava destacada em cima, riscada com uma letra desconhecida:
"Quieta"
Revirei minha mente tentando lembrar-me algo e nada. Abri a mochila e passei a revirar o seu conteúdo. Roupas masculinas.
Um "cara". Um estranho. O que eu fazia ali com um estranho? E ainda por cima, sem lembrar-me nada?
Despejei com raiva o conteúdo da mochila sobre o banco, e então algo caiu no chão com um baque estranho. Um envelope pardo, liso. O apanhei e após uma analise rápida abri-o e gelei.
Havia mais dinheiro ali do quê havia visto em toda a minha vida.
Arfei e soltei o envelope no banco como se ele fosse me morder.
"Meu Deus... O que...”
Não houve tempo para mais perguntas, quando avistei algo brilhar por entre o conteúdo despejado no banco. Toquei hesitante as roupas e a vi.
Uma arma prateada e reluzente.
"Uma arma. Muita grana... eu... encrenca!"
Meus nervos começaram a me trair e respirei ofegante. Corri para a janela, e o ar de minha boca embaçou o vidro por um instante, antes que pudesse avistar a cadeia desconhecida de montanhas, e o nada.
"Pensa Lorem... pensa!"
Corri para a porta e chamei por ajuda de novo. Avistei então uma senhora com um carrinho de doces e a chamei. Ela sorriu oferecendo as guloseimas.
- Estou trancada! Pode me ajudar? - Pedi
- A moça perdeu a chave?
- Sim. -
Menti
Ela assentiu
- Vou chamar um responsável...
- Eu agradeço... Ah, e mais uma coisa. A senhora viu a pessoa que estava aqui comigo?
- Ah sim - ela sorriu saindo- o loirinho alto, o seu irmão não é?
- Irmão... - sussurrei
Não tenho irmão loiro coisa nenhuma! O que estava acontecendo afinal?
Tentei chamar à senhora que se afastava, mas ela não me ouvia mais. Um cara loiro estava naquele trem, se passando por meu irmão. Ele tinha uma arma e muito dinheiro na mochila, e me conhecia.
Ele me mandara ficar quieta, e me trancara na cabine.
E eu não estava nenhum pouco com vontade de obedecer alguém que estava restringindo minha liberdade.
Hesitei um segundo antes de pegar a arma. Era hora de aprender atirar. Eu iria sair do raio daquela cabine nem que precisasse explodir a maçaneta!
Posicionei a arma e me preparei. Com sorte ninguém ouviria...
Quem eu estava tentando enganar? É claro que ouviriam!
E então a chave girou na porta e alguém entrou.
Uma mão tomou-me a arma com rapidez e me empurrou para o banco.
- O que raios ia fazer?!

O trem brecou e o barulho ensurdecedor me vez pular...
... Da cama.
Meu despertador estava tocando. Hora de ir para a faculdade.
Prometi a mim mesma de hoje em diante evitar assistir filmes de ação até a alta madrugada.


Lorem Krsna

domingo, 6 de março de 2011

Baile do tempo


Somos apenas crianças brincando no anfiteatro da existência! Ladrões de instantes, de pensamentos...
Somos crianças brincando de crescer...Somos luzes que se incendeiam e se dissipam, entre um crepúsculo e um alvorecer!
E o que dizem de nossas estradas? Por estarmos perdidos é que vamos nos encontrar!
Somos crianças grandes...Alguns, grandes crianças...
Pequenas luzes piscando no céu do tempo.
Somos pedaços deste próprio tempo...Brincando no meio do baile da eternidade!


Lorem Krsna

sábado, 5 de março de 2011

Não me deixes...


Não me deixes.
Não assim, não agora. Não quando não é hora...
Não quando não tem fim.
Não me deixes, vamos! Me abrace!
Não quero que este dia acabe.
com adeus, e vendo tuas costas a me deixarem.
Vendo da tua boca, não o mel que me alimenta.
Vendo as palavras entre nós... criando o abismo...
a despedida.
Vamos, espere ao menos algum tempo...
Queria eu que fosse todo o tempo.
que ele parasse, estático, congelando o momento do antes da partida.
A sua, e a de mim.
Eu, tola, fiquei perdida
Em metades incompletas, angustiantes sem te ter aqui.
Não me deixes, vamos, não me deixes!
Juro que alegrarei cada um dos teus dias...
Tentarei não ser tão distante... inconstante.
Tentarei não amar-te sem a medida.

Se vais, deixa ao menos te ver na rua, roubar um sorriso.
Fruto proibido de minha obsessão.
Deixe que me coração como passarinho,
desgarrado, voe de volta ao ninho,
dentro do teu coração.
Deixe que a canção da despedida,
não seja mero hino de partida,
mas uma promessa de redenção.
Não me deixes, nem em pensamento...
mas se for, e não voltar... espere ao menos,
que eu me despeça no portão.
E se meu coração não for mais tua calma,
Em mim, ainda serás a alma,
dono absoluto de minha razão.

lorem krsna

quinta-feira, 3 de março de 2011

Arte

Quero me perder
nos pensamentos.
E que nenhuma prisão do mundo,
possa gradear menhos sonhos,
e tirar minha arte da liberdade de IMAGINAR!
 
Lorem Krsna

Faça Valer a pena...

Nada como uma provinha prática de anatomia para alegrar os ânimos.
Melhor ainda você saber as respostas, e ainda assim deixar três itens em branco. É mole?
Pois é. Primeira prova de anatomia ninguém esquece.
Fui deixar para colocar o nome de três itens na última bancada e acabou o tempo. Resultado?
Acertei todas as outras.
E as três benditas ficaram no ar.
Mas enfim.
Tinha que escrever minha gente, mente ociosa oficina do diabo.
Eu sei que isto contradiz um pouco com meus escritos cotidianos,e normalmente não falo muito de minha vida, além do que sinto, e das opiniões que tenho (Sobra muita coisa gente, não se enganem) .
A verdade, é que venho notando muitas mudanças em meu cotidiano. Entrei recentemente na universidade, no curso de odontologia (explica-se então o desabafo sobre anatomia), o qual estou adorando (Apesar de ter voado na primeira prova, espero ao menos recuperar-me na teórica.).
Eu sou amante das palavras, mais escritas do quê faladas em sua maioria. Escrevendo, falo além do que diria de outro modo, além mesmo do que posso fazer em desenho e música, minhas outras paixões.
Então porque escolhi odontologia?
Quem entende a alma humana afinal?
Uma pessoa pode amar muitas coisas ao mesmo tempo. Sempre quis algo para minha vida que me ajudasse a ajudar as pessoas, além do quê eu tentava fazer com as palavras, queria algo que me fizesse ter a certeza de que estou fazendo a diferença de algum modo.
Quero sempre algo mais além do que venho fazendo, e é isso que me faz tentar melhorar.
Sempre quis ser périta criminal da polícia federal. Era a única certeza que possuia quando tive que decidir meu curso, e então decidi por odontologia para alcançar esta meta. Porém, agora que estou no curso, me apaixonei por outros aspectos, e fico feliz por ter tomado esta decisão.
Como eu disse, podemos nos apaixonar, e até amar muitas coisas ao mesmo tempo, e em níveis diferentes. Nunca nenhuma profissão irá tirar de mim a minha vontade de escrever, e esta vontade entranhada em mim também não vai me desviar do quê escolhi para minha vida.
O que quer que eu faça, aonde quer que eu vá, se eu der o melhor de mim e tiver consciência de meus limites sem no entanto me deixar dominar por eles, irei vencer no que for, e aonde for.
Sabendo também dos tropeções e do preço que a vida cobra para tudo que fazemos. Você deve sempre dar o seu melhor no que for fazer, o seu possível. Algo que aprendi, é que se apegar a algo que não lhe agrada por conceitos bobos e aparências é tolo e tão... adulto. Isso, adulto. As crianças são bem mais espertas para fazer isso.
Ame o que você faz, e não desista, seja por conta de uma prova de anatomia em que tenha vacilado, ou por qualquer outro motivo que se aplique a qualquer caso. Se estiver certo do que quer, você não vai desistir. Se não estiver... bom, cada caso, um caso. 

Vou acabando por aquí, desejando sorte a todos os que estão batalhando para realizar seus objetivos, independente das dificuldades, sabendo que tudo que é difícil de ser conseguido é mais valorizado. Sei que agora mesmo, devem haver milhões de estudantes, longe de casa. Peixes fora da água buscando se adaptar e tudo em nome de um objetivo que os impulsiona para frente. E a estes estudantes, findo desejando sorte e uma frase: FAÇA COM QUE VALHA A PENA.

OBS: Se estiverem se perguntando, eu passei apesar dos três itens minha gente. Mas a gente sempre acaba se frustrando por não ter sido melhor. Bom, se frustrar faz bem para a alma acredito... se não deixar que a frustação controle sua vida.
Se não se perguntaram, tudo bem (hehe)

terça-feira, 1 de março de 2011

Sem rumo na cidade

Meu temor absoluto...

Só possuo um único medo, e é o da perda. É algo entranhado em cada parte minha, sufocando-me em graus diferentes, mas todos igualmente perigosos.
E se analisarmos bem, esse viria a ser o temor supremo da humanidade, e seu freio social.
Tememos ficar sozinhos, ou seja, perder a companhia das pessoas que nos são caras seja em circunstâncias temporárias ou definitivas, e é este medo que nos freia na hora de as magoarmos ou pô-las em perigo.
Há o medo de perdermos a confiança e admiração dos que nos cercam, ou mesmo o status social, e então nos pomos a conservar e alimentar esta confiança por meio de atos que condizem com atitudes que nos preservem desta perda. Atos estes nem sempre os melhores, mas que conservem ao menos temporiaramente a sensação de poder.
Há o temor de nos machucarmos, em qualquer estância. Ou seja, perder a integridade física, a paz, e a visão que possuímos de nosso corpo. Este temor nos faz nos abstermos de atos perigosos demais.
Há o medo da depressão, e este é interessante, pois muitos acreditam que é perder a confiança em si mesmo, e assim na sociedade, porém outros dizem que perde-se a confiança na sociedade, e após em nós mesmos. Mas de um modo ou outro, envolve perdas.
E há os que temam a Deus, ou seja, perder o seu lugar de paz no paraíso, e este medo faz com que moderemos ou vetemos atos que possam vir a ser julgados contra nós.
Por fim, o temor da morte, perder a vida e a certeza que julgamos possuir a nos deparar com o desconhecido. E todos buscam em vão evitar a única certeza que possuímos.
E estes são somente alguns dos temores que envolvem perdas, pois se bem vermos, nos depararemos com este simples e impactante fato: A perda é o temor que liga a todos, seja de uma pessoa, um sentimento caro, a identidade ou bem físico.
Vemos então, como em tudo que nos rege como homens, o singular toque de egoísmo: Evitamos a perda, para unicamente nos auto-preservar.
Evitar nos machucarmos.
Eu, por exemplo, tenho um temor desde criança e que me persegue: Ficar só no mundo. Às vezes este medo é tão sutil, que está escondido em cada ato meu, por menor que este seja. Invisível, mas presente.
E por que este medo?
Pensei nisso, e ao fazer uma auto-analise cheguei à conclusão de que perder os que realmente me importam, seria na verdade como perder parte de mim, minha identidade, pois em parte são minhas relações que a compõem. Qualquer elo rompido então seria como uma perturbação desta identidade, e logo em meu eu, acabaria por perder a mim mesma como sou agora.
E após um tempo, acabei por perceber que este temor da perda vem me prejudicando mais do quê o necessário. Para evitar perder, e assim evitar a desfragmentação de meu eu, acabo por lograr inconscientemente relacionamentos antes que se estabeleça, pois novamente consciente ou inconscientemente ante venho à futura perda ao romper este possível elo, e assim a contenho, contornando-a acabando com algo antes mesmo que se inicie.  É algo perigosamente sutil, ou abertamente obvio em algumas situações, mas é como aquele velho ditado: "Gato escaldado tem medo de água fria"
O gato teme machucar-se novamente.
Eu temo o relacionamento, a futura perda.
Pessimista? Bom, não tenho um histórico muito feliz para comparações e riscos...
Fico então eu com o temor absoluto, lutando contra minhas grades invisíveis e não palpáveis. Fico eu, a tentar não lograr relacionamentos ao invés de estabelecer relações meramente superficiais.
Fico eu, por enquanto a só, frente a frente com o temor que a seu modo acaba por mover a humanidade.

Lorem Krsna

Vasculhe

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