quarta-feira, 23 de julho de 2014

Nova Temporada



A  poeira vai se acumulando pelos cantos, as roupas nas gavetas e os sapatos vão rasgando o solado. E o tempo vai passando, as pessoas indo embora, outras vem chegando. Amigos vem e vão, a gente vai vivendo o "era uma vez" e o "felizes para sempre" diversas vezes na vida. Nessa vida de contos, todos com fim e começo, que duram dias, meses, anos ou apenas uma noite. Nota-se a passagem do tempo não pelas roupas que não cabem mais, mas sim os pensamentos que não tem mais espaço, o gostar que não é gostar, a mudança do que antes nos causava riso ou nos levava as lágrimas. Conceitos se perdem. Pessoas se afastam. A memória do computador se enche de fotografias, e a do celular de contatos. O seu mapa se enche de pontos vermelhos, e suas lembranças de rostos, de momentos. Sua lista de momentos vergonhosos vai aumentando, assim como a de amigos.
O tempo deixa suas marcas, não em dias, meses e anos. Mas em quedas, balanços e corridas. No que mudou, no que se foi, no que chegou. De repente você da um salto e muda, vai deixando muito para trás, carregando um tanto na bagagem. Mas bem que nossa mala mais preciosa ninguém pode nos tirar, não tem preço para ser cobrado no embarque, e nem depende da memória da camera ou celular: São as lembranças, bem reunidinhas, guardadas na nossa cabeça.
Que venha uma nova fase. Que venha a nova temporada. 

Lorem Krsna

segunda-feira, 26 de maio de 2014

fragmentos



Ninguém sai inteiro da vida. 
Se a gente pensar bem, no meio do caminho, no bolso das pessoas que passam por nossa vida, sempre se vão os nossos pedaços. 
Somos todos fragmentados, desde o primeiro momento que aprendemos a sentir e nos doar, e a perceber que nem sempre as pessoas  ficam.
 Em uma esquina ou outra os caminhos se partem, e  com eles  vão ficando nossos pedaços.
 E nem adianta tentar se remontar: mesmo que eles voltem, os pedaços não cabem mais na gente, as bordas não se encaixam mais. 

Por vezes, isso nós faz sentir vazios. Daquele tipo meio estranho de sensação, como se estivéssemos cheios de buracos onde o vento sopra quando passa.
Em outras vezes, nos sentimos mais leves, de uma forma estranha.

E sobre essas pessoas que tem  os nossos pedaços, elas tem uma parte da gente com elas. Um pedaço de quem fomos um dia.
Para alguém, em algum momento, somos uma história para contar. 


Lorem Krsna

segunda-feira, 21 de abril de 2014

...




Você vai chorar, vai sorrir, vai chorar de sorrir, sorrir para não chorar... e o mundo vai continuar girando...
Então apenas entre na roda amor, ficar de fora não é opção. 
Ficar de longe é triste demais. 
Chore, sorria, mas não pare, continue andando, continue evoluindo, continue girando, porque quando parar de vez, tem que ter valido a pena cada coisa. 
Levante com ajuda ou se erga sozinha, sorria para alguém, ou então por si mesmo. 
Chore por sua alma, ou pela tristeza do mundo. 
Faça valer, faça sentir, cada dor, cada alegria. 
Faça sentido em cada um que passa na sua vida, os que vão, os que ficam, e os que se vão mas ficam... Só não pare amor, isso nunca! 
Pense andando, chore andando, sorria andando. 
Só não fique para trás. 
Existir sem ter vivido, é triste demais. 

Lorem Krsna

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Pais e seus esboços

By Lorem Krsna



É difícil ser pai e se tornar responsável por outra pessoa além de si mesmo. Os seres humanos são por natureza egoístas, ser pai é uma quebra desse ciclo e estabelecer um principio que parece simples, mas não é de nenhuma forma: pensar em alguém antes de pensar em si. 
Eu acredito que seja como entregarem para você uma tela em branco e pinceis e tinta. O que você pintar de início, pode sim definir o caminho que o desenho irá tomar, sua forma final, mesmo que a continuação do mesmo seja tirado de suas mãos. Isso explica por que o esboço errado, mesmo com tantas tentativas de conserto ao longo da vida, por vezes acabam deixando marcas permanentes em um quadro. É muita responsabilidade, não é algo que se tente fazer levianamente.
Há pessoas, eu noto as vezes, que nasceram para ser pais. Simples assim. Mesmo sem perceber, eles fazem tudo certo, mesmo com os pequenos desvios. Digo isso pois, mesmo com exceções a regra (que tem muitas), por vezes podemos ver o reflexo dos pais no que os filhos se tornaram - a obra completa que iniciou no esboço suave. Assim como existem pais que se põem no principio que filhos são brinquedos, robôs, ou então um "mini-eu", em que podem extrapolar todas as frustrações vividas, de coisas que não conseguiram ser, tentando compor toda uma obra de acordo com a sua corrigindo imperfeições. Um recado: a obra-completa não fica a seu cabo. O pintor de tudo isso, no fim de tudo, é a vida. Cada pessoa, é um quadro diferente, que encontram artistas diferentes. Filhos não são bonecos que são  dados para atingir uma perfeição, ou mesmo um produto de uma vida frustrada. Se você pensa dessa forma, espero de verdade que seus filhos encontrem bons artistas na vida. Você, lamento dizer, não sabe pintar. De outra forma, pais maravilhosos, fazem bons esboços, e a obra termina uma falha: isso não se pode prever. E por isso, ser pai é o "trabalho" mais incerto que existe. Você simplesmente entrega sua vida, mas do que cuida de uma. Você  tem que expor suas falhas, e você tem que tentar ser o melhor, pois querendo ou não, você se torna uma referência, por vezes daquilo que seu filho deveria ser, e em muitos casos, daquilo que ele nunca vai se tornar. Como eu disse, você não é e nunca será o artista absoluto dessa obra chamada "filho".
Eu fui um esboço de meus pais, mesmo que esteja me tornando uma obra tão diferente, assim como meus irmãos são de mim e deles, todos nós temos traços deles, detalhes que no fim compõem um todo. Eu tive sorte: meus pais foram bons artistas. Eles guiaram a família como pintores natos, ou mesmo como maestros regendo uma orquestra. Suavemente, por vezes, sutilmente. Não criaram robôs ou pequenas sombras. Eu não tive sempre tudo o que eu queria, e assim aprendi um principio importante de inicio: meios de correr atrás. A vida me deu limões, meus pais me deram o principio de como cuidar de limoeiros. Hoje eu tenho limonada a vontade. Parece bobo, mas é verdade. Isso que eu tenho de mais importante que nossos pais deram a meus irmãos e a mim: opções e visão. Nós fomos amados, instruídos. Nós ouvimos o "não" e o "você consegue". Eu não fui empurrada, eu não fui puxada. Eu fui muito habilmente conduzida até conseguir andar sozinha. Bem, tem funcionado. Meus irmãos hoje são obras muito lindas, e já fazem seus esboços, e espero que sejam tão bom artistas quanto nossos pais foram. A vida vai tratar de completar com tinta cada espaço, como vem completando a mim.
Por último, o tão fabuloso no trabalho de ser pai, é que no final, você entrega aquilo que você cuidou para a vida. Acredito que seja semelhante ao sentimento de pegar seu esboço, fazer uma aviãozinho e jogar pela janela...Deve ser isso. Mas na verdade, a realidade é que você entrega o principio da sua obra para ser preenchida, escolher suas próprias cores e tons. É admitir e confiar, mesmo sabendo que o mundo pode ser um devorador de filhos cruel, eis uma simples realidade: seu bebê vai ter que ir embora, apenas deixe a porta aberta para ele buscar abrigo e conselhos quando precisar. Pais não pintam para si mesmos, eles fazem obras para a vida, para serem apreciados pelos outros. E mais do que isso, eles constroem artistas, que farão suas próprias obras.   
Eu não sei que tipo de artista me tornarei, ou mesmo os tons exatos de quem sou, mas eu fui presenteada por meus pai com cores maravilhosas: o amor, a bondade, a firmeza e a confiança. Eu cresci vendo o amor supremo de minha mãe pela família. Como uma pequena raposa arisca e amorosa, que seria capaz de ariscar tudo pelos filhotes, para protegê-los, atraindo qualquer tiro de caça para si. Eu cresci sobre os olhos bondosos do meu pai, e com ele tento aprender coisas como tolerância e clareza. Eu tive sorte, nunca deixo de repetir. Mesmo minhas falhas, meus tons obscuros, nada veio deles. Eu fui construída com amor sem amarras e sem ser sufocada. Agora, eu estou fluindo. Eu sou o aviãozinho jogado pela janela com muito trabalho, e estou em saindo muito bem, obrigada.
Espero de verdade, que quando for preciso, eu seja tão boa artista quanto meus pais foram.  

Lorem Krsna.
P.S: Para meu pai, o melhor artista que conheço, meus irmãos, que estão aprendendo esse ofício, e minha mãe, que nasceu para pintar, que ela esteja bem onde quer que esteja agora.
E para todos os pais e mães por aí: boa sorte, vão precisar.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Sete meses, pensar, mudar.



"Cogito Ergo Sum."  Uma vez meu irmão me perguntou como um ser que não pensa, poderia acreditar na própria existência. Era uma discussão  sobre legados, sobre influenciar o outro a pensar de maneira que uma mente, uma vez aberta para o mundo na sua visão mais verdadeira e critica, ela nunca retornaria a reclusão e a cegueira. E claro que Descartes foi metido no meio. Mas isso é apenas a introdução de tudo o que vem acontecendo ultimamente. 
Eu ando tendo muito tempo para pensar, coisa que estava evitando, ao menos eu agora vejo o quanto estava evitando. Por que pensar me levaria não a cogitar sobre minha existência - isso eu já fiz e refiz e não cheguei a nenhuma conclusão. - mas a notar minhas mudanças. E só então realizei o quanto mudanças são assustadoras. E ainda assim, aqui estou eu, longe de casa - do outro lado do mundo, literalmente- , mudando o todo momento. Eu ando mesmo em contato com mudanças, internas e externas a todo instante, e isso por vezes me fascina, por vezes me assusta. O processo de se recriar é assustador, e Deus sabe como por vezes é complicado demais. Assim como Deus sabe que eu esperava já isso, mas não assim. Foi como procurar uma brisa, talvez uma tempestade, e me veio um furacão. Eu voei para longe, mal sabendo uma lingua local, e muito menos sobre o que me esperava. E ganhei muito mais do que cogitei. Era para ser um intercâmbio, um ano e meio, ampliar conhecimentos, conhecer novos lugares. E  aqui estou eu, conhecendo muito mais sobre mim mesma. Sobre mudanças, sobre perdas e ganhos. E no fim, quando se vê, isso resume a vida: mudar, perder, ganhar. E claro, se adaptar. Eu ando aprendendo sobre solidão, como apreciá-la. Como por vezes tem coisas que você grita, tem coisas que você cala e supera. Eu ando aprendendo, em contraponto, o quanto você precisa das pessoas. 
E principalmente, eu venho aprendendo, que não sou fraca. Há vários significados para isso "não sou fraca". Eu aguento o tranco, eu suporto muito mais peso do que eu pensei. Eu passei algumas etapas, eu já deixei algumas coisas para trás.  
Transformação. Não falo sobre questionamentos, ou sobre os grandes "Ses" na minha vida. E nem de meus arrependimentos , um ou outro ainda doem o bastante para que em certos dias eu duvide de mim mesma, que a vida  se mostre não como mãe, mas como madrasta. Por vezes, eu me sinto ferida por muitas coisas, e eu sei que tantas outras levam tempo. Talvez uma vida inteira. Nem toda mudança trás, as vezes ela leva. Leva tempo, leva sonhos, planos, e leva pessoas que a gente ama, seja para longe em continentes, seja para longe em sentimentos, ou seja para a morte - eis a grande ferida, o golpe pior. E ela trás. Novas chances, um novo dia, um objetivo para se superar, para conhecer, para SE conhecer. Muitas vezes para se entender, mesmo percebendo que isso te faz solitário. E apreciar a solidão, te faz entender mais ainda sobre muitos aspectos que você ignorava: como a importância do silêncio e da voz, de um abraço e de manter distância. De uma ligação, de um "eu te amo", e do real sentido de perguntar um "você está bem?" e receber a verdade para isso. 
Todas essas pequenas coisas, que são grandes. Apenas leves pinceladas, e quando se nota, toda a obra mudou quase sem ser percebida pelos demais. 
Pensar, leva a existir. E muitas vezes a mudar. 
Foram mesmo apenas sete meses? 
Lorem Krsna

domingo, 13 de abril de 2014

Among People

By Lorem Krsna


"Where are the people?" resumed the little prince at last. "It's a little lonely in the desert..."
"It is lonely when you're among people, too," said the snake.

The Little Prince, Chapter XVII

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Já perdi minha graça faz tempo.

As pessoas superestimam demais a "primeira vez" de todas as coisas.
São as últimas vezes que me tiram o sono.
Aquelas que você nunca sabe que foi a última vez, até que uma próxima não vem. Como ver uma silhueta sumindo na esquina, e ela não voltar mais. Ou aquela ultima ligação que você nem sabia que era a última.
O que você faria se soubesse que seria a última palavra a ser dita?
Não é a introdução que me incomoda, mas a conclusão, o ponto final abrupto, sem volta e sem remédio. Você nunca  sabe quando o fim vai ser fim mesmo. De repente a cortina fecha, o espetáculo acaba, e você nem vê o público indo embora. Você não disse sua frase de efeito, você não falou o que pensou que fosse óbvio. Você não sabia que a "saideira" era a saideira mesmo, ou que não teria um último cafezinho na esquina discutindo bobagens.
O xeque-mate vem sem você perceber. Quando vê, o jogo acabou, e ele para você nem havia começado.
Eu lembro bem da nossa última ligação, e a gente se despediu sem saber que era a última ligação, que não teria uma próxima vez. Eu vejo bem agora que isso acontece o tempo todo na vida.
Você pode ver bem quando algo começa, onde se inicia o primeiro parágrafo das coisas, mas o último, ah o último pode ser 200 páginas depois, 20, ou até do outro lado da folha. Ele vem com o fim de ciclo, de uma temporada, ou um acidente, um sujeito que bebeu demais,um assalto na esquina, ou simplesmente um coração que para de uma hora para outra.
Assim, você se vê obrigado a aprender a conjugar verbos no passado todo o tempo, a usar as expressões como "último", "final", "em conclusão". E nem sempre a gente consegue falar o "adeus", o "eu te amo" ou coisas assim, dessa forma. Eles ficam nas entrelinhas detestáveis do fim que você não sabia que era fim, da conclusão sem coerência que você pensou que apenas corpo do texto. Eles ficam no "vou te ligar próxima semana", que não vem, ou "fica bem." 
Chegou um tempo , que eu até achei graça nessas conclusões desconjuntadas. Mas sinceramente, eu já perdi minha graça faz tempo.

Lorem Krsna (Trecho de Da tua retina.)


P.S : Estou terminando de fazer os últimos capítulos. Já dá para se ter uma ideia pelos trechos que não é a estória mais feliz do mundo (apesar da pitada de humor negro), mas com certeza foi a que mais tive orgulho de escrever.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Colisões - Reação em Cadeia.


The secret of Happiness





Fiz esse texto como um trabalho há alguns dias, e recebi como recompensa um recado no canto da página do meu professor que me deixou super feliz. Eu realmente senti vontade de compartilha-lo, não apenas por ter sido meu melhor "essay", mas por que ao escrevê-lo pude notar que eu sei um monte de coisas sobre como alcançar a felicidade, mas poucas ponho em prática.
É hora de mudar.


Topic: Happiness is sought by most people in their lives. What factors lead to happiness? 



Since the first days people have been trying to find the secret of happiness.  Many have made theories and written books, created many steps and stereotypes. However, in my view, happiness is a state of mind we can achieve with apparently three simple actions: being optimistic, motivated and enjoying life in company with other people.
One person who sees just the difficult side of  life cannot be happy. The reason is because this person will always be unsatisfied. On the other hand, if you can look at a bad experience, it can sometimes give you an opportunity to “open your eyes” to the best things in your life. One example is when people who always complain but do not undertake to do anything positive to rectify the situation. It is impossible to be happy being a pessimist or inactive. 
The second step is motivation. When you want to do something, you need to choose the best way. Always finish things you start and don’t abandoned your goals because they have become more difficult  than you imagined.  It reflects  everything in your life: your career, health, studies and relationships.  Some people have dreams but they don’t have motivation  to realize them. You can’t reach  happiness  with a list of dreams and “ifs”: if I had done, if I had  said that... It isn’t the way. You need to know what you want, and then start to work toward that. And this includes simple things,such as walking half an hour per day, finishing a book and achieving  your best in your job.
Finally, nobody can live alone. Everybody needs company. The sooner you learn this, the better for you.  Probably the real disease of the century is loneliness. People become more and more independent and think it is possible to be happy alone, without someone to share their moments. Can be a friend, a relative or a romantic love. Maybe a pet! The fact is -  happiness is a collective feeling.  It is more achievable if you have someone who can share part your life and experiences. In the same way, when you have a bad moment, if you have someone to talk to, dealing with a situation may become easier than dealing with it alone.

In short, happiness is not a simple present, but a consequence. You need to work at your feelings and actions day by day. It is essential to believe in your goals and to realise that sometimes bad things happen to good people.  At all times you need to be an optimist. Then, you need motivation to achieve your goals. And you need each other, because loneliness and happiness are enemies. These are simple  steps everyone knows, but not all practice them.

  Lorem Krsna
Brisbane, Australia, 2014

terça-feira, 25 de março de 2014

Scarf

"E de repente, de uma noite para o dia, seus interesses mudam...
Mudam as músicas do celular...
O livro da cabeceira...
Você deixe de acompanhar aquela série, e algumas coisas perdem a importância...
Certas coisas que se preocupavam, você não sabe mais o porquê...
E então, repara a mudança dos anos que antes não viu... Que o tempo passa, que as horas voam, que nada espera...
Hoje eu acordei assim. Até gostando mais do que via no espelho. Até sem entender por que não estava dormindo se tinha sono...
A vida é curta demais para não se fazer o que gosta, para colocar as pessoas sempre a frente de você, sem nunca se dar uma chance..
O tempo é breve para se sofrer por antecedência... Eu sei disso, sempre soube, e ainda assim vou cometendo os erros comuns: sofrer por passado, presente e futuro, sendo que só por um posso tomar providências...
Colocar o cachecol, passar o batom e se preparar para a vida. Falar as palavras complicadas e grandes como se fosse música. Não sofrer pela saudade, mas aceitar que tudo na vida é saudade...
Acho que acordei meio assim. Meio como se ouvisse aquele "click"e tudo se iluminasse. Até aproveitei a chuva na volta pra casa, andando pelas ruas e cantando, coisa que há muito não fazia. 
Eu estou no grande feriado da minha vida. Um momento ou outro, vou ter que voltar a realidade, ao que me espera. As responsabilidades, e a me preparar para algumas quedas. Porém, sofrer só por pensar nisso, é tolice demais...Fingir que está 100% com a cara deprimida... Tanta coisa boba que a gente faz nessa vida!
Vou mesmo rir de mim, de mim de ontem. Gosto mais da "eu" de hoje."
Lorem Krsna

sábado, 22 de março de 2014

Rompendo a casca



"Eu vivo me criando e recriando. Me destruindo no processo de crescer a cada instante. Meses em dias, anos em meses. Um dia - e eu sei que esse dia logo chega - finalmente rompo a casca de meu mundo e irei nascer, destruindo minha zona de conforto. Talvez esteja fazendo isso agora, sem ao menos perceber. Um dia então acordo e vejo que estou por minha conta e risco, que há muito ultrapassei certas linhas que me impediam. Sei que minha mente ainda está cheia de barreiras por ruir. Ainda tenho mesmo que destruir minha casca em pedaços. Mas de longe percebo, que pouco a pouco, as vezes mais rápido ou mais devagar, elas vão caindo, ruindo. Cada vez eu percebo que ando lidando com coisas, que há poucos meses nunca acreditei que lidaria. Tendo que aguentar o tranco, que soltar a mão e achar o caminho de volta sem desvios, ou além dos desvios.
Cada vez mais eu sei quem eu sou, ou quem eu não sou. Eu cresci anos em pouco tempo. Eu perdi e ganhei o inimaginável no processo, e muito ainda está por vir. Tudo agora é um ponto de interrogação gigante, e pela primeira vez, isso não me incomoda de fato. Nem mesmo o medo que tenho de como vou lidar com certas coisas me trás mais tanto desespero. Eu sei que vou dar um jeito. Eu aprendi que eu sempre consigo dar um jeito. Eu colo, conserto ou jogo fora, mas eu sempre consigo encontrar uma maneira de chegar a meu equilíbrio depois de cada tempestade, fases ruins, dias ruins e semanas ruins, de uma vida que não é ruim de fato. Hoje eu sei, que tudo irá dar certo, só amo um bom drama. Eu vou sempre me estressar, mas isso passa. Hoje eu sei que eu sempre acho o caminho de volta. 
Talvez, por isso, estou cada dia quebrando, pouco a pouco, até romper de vez a minha casca. Já dizia Hermann Hesse, que para renascer, como um pássaro, você tem que destruir sua casca, você tem que destruir seu mundo, o que você foi, para o que você irá se tornar.
Eu perdi, há muito, meu medo disso."

Lorem Krsna

Anjo Sonhador

quarta-feira, 12 de março de 2014

Fale comigo


Algumas pessoas calam a voz e gritam pelos olhos. São os olhos sempre que as entregam. Os sorrisos idiotas que só tocam a boca mas não escondem o vazio.
Eu sou capaz de ver sua tristeza. Nossos métodos não são diferentes. 
Eu sou capaz de entender o que você pensa. De ver o que pode se tornar. Eu vejo muitas coisas boas. Um dia, a casca rompe e você explode para um novo mundo.
A minha não rompeu ainda. Nem a sua.
Espera a água se acalmar. Essa turbulência passa. As coisas sempre parecem estar erradas antes de darem certo. As pessoas sempre surgem e se vão, até chegar as que ficam. Uma hora é brisa, uma hora é furacão. E assim vamos seguindo a vida.
A dor que não é sentida ainda é dor. E isso é humano demais para não ser nada. Para fingir que não somos bichos, somos bobos e somos gente. Para fingir que está tudo bem, que somos de ferro quando somos de plástico. Quando o impacto constante te faz resistente ou te faz frágil. Que uma hora as coisas entram na linha. Que não adianta jogar nada para cima se temos que recolher depois. Já passou essa fase. E que as coisas invariavelmente vão chegar a algum equilíbrio. Que vão chegar a algum lugar para fazer sentido. 
E você sabe bem, que a minha insônia não é culpa do café. 
E eu sei bem que você sente tudo de uma vez e explode. E eu sinto tudo de uma vez e engulo. 
Xingue, fale, ria ou chore. Apaixone, desapaixone quantas vezes quiser, quantas vezes for. Triste da pessoa que não sabe o que é isso. Grite, esperneie, gargalhe. Seja dramático. Sinta! Uma hora você se encontra. Uma hora vai fazer sentido, ou deixar de ter importância. Apenas não balance os ombros ou guarde esse silêncio. 
É o silêncio. O silêncio sempre me preocupa.

Lorem Krsna



domingo, 9 de março de 2014

Cicatriz



Cicatrizes são um preço que se paga por viver. Todo mundo que VIVEU, se arriscou, amou alguém... Todo mundo que já deu seu grito de liberdade. Todos, todos tem uma ou outra cicatriz. Algumas, não se pode ver na pele, é dentro, intrínseca, por vezes visível através dos olhos em alguns momentos.
Cicatrizes nem sempre são ruins. Elas muitas vezes simbolizam a dor que passou, do que um dia foi uma ferida aberta, sangrante. Elas mostram nossa capacidade mais importante: seguir em frente.
Chuck Palahniuk disse uma vez "Não quero morrer sem nenhuma cicatriz". 
Ter uma cicatriz, é um certificado que já doeu, e que a dor não é para sempre. Que um dia ela ameniza, que um dia ela se torna lembrança. E que essa lembrança da dor, nos faz forte, nos ensina. Pode nos tornar melhores. Assim como a pele em uma cicatriz se torna mais resistente após o processo, nos tornamos também. Mais duros, mas também mais cientes.
Mais cientes que não somos de ferro. Não somos intocáveis. Que podemos chorar uma noite inteira. Que as pessoas são frágeis. Que tudo tem um preço. E que a dor, é dor não importa quem atinja. Nos tornamos cientes que não existem armaduras que nos protejam de certos danos, ou inércia que nos prenda em uma bolha. Pois até não fazer alguma coisa, deixa uma cicatriz: a da omissão. Do arrependimento.
Sim, viver é um processo de se ferir, se curar, seguir em frente. Assim mesmo. Cheio de cicatrizes no caminho.

Lorem Krsna

Anjo Sonhador

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014


indiferente



“Me diga que está triste, eu consolo. Me diga que nunca foi tão feliz, eu concordo. Me ame ou me odeie. Me mande pra puta-que-o-pariu ou me convide pra ir com você. Exploda na minha cara ou se derreta na minha mão. Deixa eu te ver morrendo de tanto rir ou com vergonha das olheiras de tanto chorar. Só não me esconda o rosto. Me abrace, me esmurre, me lamba ou me empurre. Só não me balance os ombros. Não me perturba assistir tua dor nem acompanhar teu gás. Te ver mais ou menos realmente me incomoda. Mais ou menos não rende papo, não faz inverno nem verão, não exige uma longa explicação. É melhor estar alegre ou estar triste, mais ou menos é a pior coisa que existe.”

— Gabito Nunes

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

demodé

Não é exagero. Se eu descubro alguém que enxerga essas mesmas nuances que ora me encantam, ora me assombram, o tempo que passo em conversas nunca pode ser um tempo perdido... 
 Do mesmo modo, eu irei mesmo me encantar pelos pequenos detalhes. Vou atender telefonemas (quem me conhece, sabe que está entre meus defeitos maiores tem as ligações perdidas por falta de atenção) e passar um longo tempo em conversas. E isso, já é uma prova de que me sinto bem conversando com você, não costumo fazer coisas que não me sinto a vontade. Se fico voando em conversas que me interessam, imagine nas que não quero ouvir... 
 Se você realmente me enxerga, e eu enxergo você, mesmo sendo diferente, meio torto, meio estranho. Mesmo que para o resto do mundo, tenha um parafuso fora do lugar, se eu realmente te ver, você não vai sair da frente dos meus olhos, do meu circulo e das minhas conversas malucas que nem todos irão enxergar conexões. Mas você as enxerga. Me enxerga.
Podemos parecer um tanto diferentes, mas vamos ver, realmente ver que temos aquela mesma linha de cor diferente que nos liga a algo, aquele livro meio desconhecido, ou a música demodé. Ou mesmo a sensação de estar fora de hora, fora do próprio tempo.
 Quem sabe o azar e as trapalhadas pelo caminho?
 Sei lá. 
 Vai ser apenas uma conversa em que não vou ter que fingir que estou sorrindo. Que não vou querer sair correndo, ou beber para que ela me pareça interessante. Conversas de horas inteiras, sem parar, ouvindo, falando ou escrevendo... Queria mesmo eu encontrar mais pessoas assim, porque as que tenho por perto me fazem bem. Aqui, ou outro lado do mundo.
 São elas que me fazem bem.
Lorem Krsna

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Espécime



E chega aquele momento louco que você tem um medo danada quando as coisas começam a dar certo. E dai, eu fico olhando para os lados esperando alguém dizer que é uma piada ou sei lá...
Tudo bem, isso soa um tanto quanto pessimista demais. Mas sabe aquele tipo de pessoa que já experimentou a mudança brusca de um momento feliz demais e uma rasteira bem federal? Pois é, sou umas dessas espécimes, que acabam ficando meio desconfiadas. Me sinto por vezes até com essas reservas, mesmo que queira de fato aproveitar essas coisas boas que acontecem, mas sempre vem a vozinha do "E quanto isso vai durar...".
Pois é, nada dura para sempre. Nada dura muito, e eu sei que tenho que aproveitar, mas sabe aquele tipinho racional demais, que fica antevendo as jogadas...Sou um espécime também. Bem chato. E então, as vezes saber que a queda vem, acaba me anulando, me paralisando... Eu tenho um medo danado na felicidade, e a quero, mesmo sabendo que ela não passa de momentos. E os momentos vem e tenho o medo do que vem depois e depois. Eu tenho medo demais da tristeza também. Só quem já chorou uma noite inteira sabe o quanto você fica com reservas. 
Eu não posso dizer que chorei por um coração quebrado, nem sei se um dia quebraram o meu. Mas eu já chorei de saudade. Eu já chorei por outras pessoas, por elas sofrerem caladas. Eu já me senti imensamente triste apenas por um dia de chuva, por me lembrar de tanta coisa... Já me senti triste por ouvir a voz triste de alguém que amo. Eu já vi tudo. Assim como já chorei de rir, já vivi coisas plenas, já me senti parte de um todo. Eu já vivi coisas memoráveis.
Talvez, não seja medo da felicidade então. Seja medo de saber que ela não fica. Que é vadia na vida, fica com uns, vai embora, fica com outros, sem deixar bilhete, por vezes só saudade. A tristeza sim, essa não pode receber um abraço que pensa que pode ficar, assumir relacionamento. Enxerida, metida demais. Ela sempre fica, por que ela sempre tem poder nas pequenas coisas. Um cheiro pode te lembrar de algo para te fazer sorrir, mas uma simples lembrança pode te fazer chorar. E isso é tão louco e sem sentido...
Então, hoje eu estou feliz. Amanhã, ou mesmo mais tarde, vou estar me remoendo de um jeito estúpido em auto-piedade. Sou dramática. 
Sou essa espécime também.

Lorem Krsna

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Transborda


Engraçado, que de repente bate aquela saudade tão grande, uma palavrinha a toa e você já está lembrando, pois é quando a saudade bate, que a pessoa fica mais presente. Acho que é isso de presença ausente, ou ausência presente. Ou é só a falta de alguém (ou alguéns...) que é tão forte, que você fica vendo em todas as coisas. Daí árvore não é apenas árvore, aquele colar velho, é o maior tesouro do mundo. Aquele livro, aquela música... Tudo é tão intenso, que te puxa, que te conecta a momentos. E é tudo tão de repente, que sua alma transborda, e sem querer, mesmo que não fisicamente, você chora.
Lorem Krsna
By Lorem Krsna
Byron Bay, Austrália, 2014

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Ver


“Do que eu tenho medo? Deixa eu ver. Sei lá, de repente de chegar um dia e ver que foi tudo em vão, que não valeu a pena, cada gesto ou cada ação, cada investimento e concessão. Eu tenho medo de um dia acordar e sentir que acabou.”

 Gabito Nunes

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Distance



Esse negócio que as coisas não mudam com a distância não existe. As coisas mudam sempre, toda hora, todo segundo. Você nunca vai ver a mesma coisa, ser a mesma coisa. A distância, o tempo, e as ações entre eles, tudo muda as pessoas, os lugares, os sentimentos.
Como muda, já é uma questão diferente. 
Mas isso de 'nada vai mudar' não chega nem a ser uma piada, na verdade é uma ilusão. 
As pessoas mudam, e as pessoas fazem as coisas acontecerem, logo essas coisas mudam. É para ser simples.
E não falo apenas da distância física. Uma pessoa pode estar a seu lado, e estar longe demais. Você a via todo dia, passa a vê-la esporadicamente, e um dia ela some da sua vida, mesmo estando lá. Por isso existem amizades e amores de temporadas. E o engraçado, é que  nunca temos garantias de quantas temporadas tudo irá durar. Não temos noção exata do quanto as pessoas realmente se gravam em nossos corações. Aquela pessoa que hoje você vê todo dia, conta tantas coisas, ri por tudo, em anos, pode se tornar um estranho, mais alguém que mudou e se foi com uma temporada. E então, quem você menos esperava, vai estar lá. 
Eu vou estar tanto tempo longe, e não sei o que vai me esperar quando voltar. Apenas sei, que nada vai estar igual. Algumas pessoas, já sei que não estarão lá. Outras, pressinto que estarão lá, mesmo estando longe. Outras, tenho certeza que por mais que tudo mude, que elas mudem, irão  estar presentes em cada temporada, como sempre estiveram. Diferentes, novos cortes, novas cores, mas serão elas. Algumas, não fisicamente. Outras, logo sei que não passarão de estranhos. As temporadas foram, e eles se foram com as suas em novas vidas.
E isso é tão peculiar. Triste até. Você não saber o que, ou quem estará sempre esperando por você. Tendo apenas vagas ideias. Apenas tendo a certeza da constante mudança. Apenas sabendo que que o amor, amizade, sentimentos, laços são maleáveis e se esticam e se transformam, mas dependendo da distância (nem sempre física), eles podem mesmo arrebentar sem volta alguma,sem chance alguma de reconstituição de como um dia foram.

Lorem Krsna    
(Da tua retina)


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Lado A, Lado B


Os sentimentos mudam todo tempo, os meus por vezes em segundos. Felicidades são momentos, e fico feliz por tão pouco, triste por tão pouco... E tudo ao mesmo tempo.
As vezes é complicado né? Sentir saudades. Isso pode curar com abraço, mas e se não for mais possível dar esse abraço?
Tristeza pode curar com sorriso, mas não é meu sorriso, disso eu sei. Tem que vir de fora para dentro, queimando tudo, fechando o que ficou em aberto. Mas nem sempre existe cola pra tudo, sorriso pra tudo, desculpa para tudo.
Ficar feliz 24 horas. Isso não existe.
É. Tem algumas saudades que nem brigadeiro, álcool, música ou conversa fora pode amenizar.
A gente ganha peso, ressaca, talvez alguns artistas novos, e um bom papo para pensar.
Se isso fosse a cura de tudo...

Lorem Krsna

domingo, 26 de janeiro de 2014

Clichês


As coisas acontecem de repente. E a vida é mesmo meio cheia de clichês. Você pode sim encontrar alguém que vai ser importante para você em um ponto de ônibus, por exemplo. Você vai se desesperar por coisas banais. E você vai sofrer sim, e muito, meio como novela mexicana. 
Vão acontecer coisas ruins em sua vida. Nem pense que não. Só muda a intensidade.
Vão acontecer coisas boas. O peso delas, aí é com a pessoas mesmo.
Você vai sentir medo, pode ser do escuro,pode ser de altura. Pode ser de aranhas. Pode ser de se apaixonar. Pode ser de ficar sozinha.
Você vai passar noites em claro. Seja em uma festa, seja por uma prova, ou um problema. Bom mesmo vai ser o dia que passar a noite em claro, só para esperar o sol nascer.
Você vai ter dias tristes, em que vai pensar em coisas tristes. Esse meu dia foi hoje, o seu pode ser amanhã. Mas nunca vai ser apenas um dia.
Você vai ter dias alegres, com pessoas legais, fazendo coisas idiotas, mas vai amar cada instante.
Você vai ter tédio, vai ter resfriado. E vai acabar assistindo Lagoa azul mais de uma vez. 
Você vai ter saudades, vai ter raiva, vai ter euforia. Você vai querer sempre mais do que tem, e nunca vai estar totalmente completo com o que conseguiu da vida.
Você vai sentir ciúmes. Seja de um amor, seja de uma amizade, seja de um familiar. 
Você vai sentir raiva de alguém, e vai se imaginar jogando ela em frente a um carro ou algo assim. Tente apenas imaginar.
Você vai se arrepender de alguma coisa, ou de muitas. Vai querer ter falado algo para alguém que não falou,ou vai se arrepender de ter falado demais. Vai querer ter beijado alguém, ter dito coisas importantes. Ou simplesmente vai pensar em uma resposta perfeita depois que a briga passou.
Você vai se sentir idiota, incrível, triste, feliz. Vai se sentir o máximo ou vez ou outra, ou o maior idiota do universo. 
Você vai sentir muita falta de alguém.
Talvez encontre um alguém especial. Talvez case, tenha filhos. Talvez se divorcie. Talvez nunca case e crie um gato, ou cachorro. Quem sabe mais.
Talvez more em uma casa, apartamento. Na serra, no litoral. Talvez mude de profissão, ou passe a vida fazendo a mesma coisa.
Talvez seus sonhos mudem tanto, que nem se lembre mais se é o que sonhou um dia. Talvez seja melhor, ou pior.
O fato, é que todos esses clichês vão acontecer uma hora ou outra. E tantos outros...
Muitos acontecem agora, e você nem percebe. Nem percebe que as vezes parece aquela mocinha ou mocinho das novelas, fazendo aquelas burradas, ou tendo aqueles momentos que nunca imaginou. Passando por ruas que parecem aqueles filmes da sessão da tarde, ou mesmo passando por temporadas, como os seriados de televisão. 
O fato é que nada é certo, sério e para sempre.
E isso é o melhor, ou o pior de tudo.

Lorem Krsna

sábado, 25 de janeiro de 2014

Sensação


"Eu sempre vivo com a sensação que me falta algo. 
Eu acordo todas as manhãs pensando em encontrar isso. 
Vou dormir todas as noites sentindo que aquele não foi o dia." 

Lorem Krsna

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014


Carente



E daí? Sou carente mesmo! Posso muito bem ligar só para encher sua paciência, falando de coisas sem foco certo. E posso ligar para casa de madrugada, só para dizer que estou morrendo de saudades e que aconteceu alguma coisa muito engraçada ou muito chata no meu dia...
Adoro quando meu pai diz que me ama, quando minha irmã me chama de chata, quando meus irmãos implicam para não dizer que sentem minha falta. Adoro quando eles dizem que vai dar tudo certo. Mesmo que eu esteja em estado de descabelamento grave por alguma coisa.
E sou abusada. Se sou! Surpreendo quando menos se espera. Digo coisas que podem deixar as pessoas sem graça, mas fico sem graça por muito menos...
Adoro sair da sala e encontrar alguém me esperando para conversar (não sendo ninguém da imigração, ta valendo), ou quando percebem que estou tentando mudar de assunto...
Sou atrevida também. Sou do tipo que rouba seu lanche quando estou perto de você, na cara dura. E quando bebe vinho, troca as perna fácil. Acho que fico mais engraçada mesmo. Fico rindo fácil, coisa que não faço. 
Sou melancólica. Acho que é crônico. Escrevo coisas tristes sem perceber. Mas não quer dizer que sou infeliz todo o tempo. Eu tento mesmo ver o lado positivo das coisas, mesmo sabendo que coisas ruins acontecem com pessoas legais... Mas ninguém é feliz todo o tempo.
Posso ser legal. E posso ser rancorosa. Posso rir por coisas que ninguém mais ri, e não ver graça nas piadas elaboradas. Tenho um sério problema para trocar letras quando falo, e me complicar com palavras grandes. Falo melhor no impulso, faço provas melhor no impulso, e faço a dancinha da vitória quando encontro AQUELE LIVRO, ou escuto AQUELA MÚSICA. Sou meio exagerada nessa horas.
Sou relaxada. Queria ser mais vaidosa. Nem sempre percebo que minha unhas estão um lixo, ou que meu cabelo não está legal. Ou que minha roupas estão largadas.
Organizo livros por data de publicação, e sapatos em pilhas. Mas vestidos por cor. E minha vida por eventos, felizes, tristes e WTF. As vezes, acabo sendo só mais um resultado da entropia mesmo...
Hum, sou carente mesmo. Acabei escrevendo um texto enorme, só por que não achei meu celular para ligar para alguém. Mas tanto faz.
Lorem Krsna

sábado, 11 de janeiro de 2014

ESFINGE

Descubra-me através de meus pretextos,
e veja em mim o que sou.
Quebre meu escudo de aparências,
e compreenda em lapsos de intuição.
entenda-me
procure a verdade por trás de minhas palavras.
Veja-me
atravesse a ponte do tudo que parece nada.
Leia esse enigma que foge de mim,
busque aquilo que foge do começo, meio e fim
Decifra-me
ou devoro-te.

Lorem Krsna

Momentos


sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Cages


Se importar...fingir




As vezes eu acho, que mesmo que se "não me importar" fosse a solução para todos esses problemas, eu ainda me importaria...
Ainda ciente que as coisas não somem durante o sono ou uma bebedeira. Que tudo não se justifica apenas em estar sozinha ou não, distante ou não, reagindo de outras formas estranhas. Fingindo não me importar, fingir do tanto faz. Bem, eu me importo o bastante para fingir que não...
Eu queria que tudo fosse tão simples na vida, que pudesse ser resolvido com coisas aparentemente pequenas, para expulsar pensamentos que que tentam dar tanto conforto como uma bebida quente em uma noite fria. Ou mesmo pessoas que ligam para perguntar como foi meu dia, contar novidades e distrações, que longe de serem mundanas, em meio a tudo tão complexo que hoje odeio, me parecem fascinantes.
Por que, querendo ou não, eu sempre penso no que minhas decisões acrescentam e tiram em mim, e pensar em tudo isso não me deixa dormir, não me deixa fingir, e apenas me faz pensar que não existe felicidade real, apenas momentos felizes e aleatórios, enquanto tudo é apenas na perspectiva fugaz de conseguir tais momentos... Eu sei, pensar nisso é complicado e angustiante. Se importar é angustiante em si, pois televa a pensar, te leva a sentir tudo com mais força, te leva a buscar por coisas que pode não ter mais. E te leva a fingir que não se importa para camuflar tudo isso.

Lorem Krsna  

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

New year

OTH



2013 me trouxe muitas coisas, boas e ruins para trabalhar. Talvez eu tenha demorado tanto para pensar sobre o quanto esse ano significou, e o quanto tudo aconteceu de uma maneira que eu nunca se quer planejei. E sempre o velho ditado, que o homem planeja e Deus ri, mesmo que as vezes seja mágico, e outros doloroso.
Eu me perdi em uma nova língua, em um novo país. Me perdi em uma nova vida, e nas ruas de uma cidade que em tão pouco tempo me cativou. Me perdi no carinho de pessoas que nunca pensei em conhecer, e me perdi de velhos conceitos que hoje nem tenho mais. 
Eu perdi um tanto de meu velho medo de tantas coisas, principalmente da responsabilidade de ter tanta liberdade. Eu perdi o medo das autoridades, e perdi um pouco da vergonha na cara em certas situações. Eu perdi a ilusão de ter que aprender meus limites observando apenas. E eu perdi o receio de entrar na pista de dança. Eu perdi o controle trabalhado, quando esse controle de nada me servia. E perdi o medo de dizer eu te amo, sinto saudades, de derramar algumas lágrimas...Eu perdi um pouco da velha dureza.
E eu perdi minha mãe. Perdi a única pessoa que sabia o que se passava em mim com uma simples ligação, que não se engana com nenhum pretexto meu, com quem eu passei por certas coisas que nunca vou esquecer, e que me disse coisas que sempre vou lembrar a todo instante. Essa foi a perda dolorosa. E eu nunca vou perder a saudade. Ou nunca vou esquecer tudo o que esse ano que passou me levou, e me trouxe também.
2013 pode ser chamado de o ano da virada na minha vida, onde tudo mudou, meio que a força, as vezes suave, as vezes machucando. 
E agora vem 2014. E eu não espero nada dele, como não esperei de 2013. 
Só irei ver o que a maré irá trazer para mim toda manhã.

Lorem Krsna

Ligações perdidas



De boa, sou carente mesmo, e ainda assim não sei onde colocar a cara quando alguém me abraça. Sempre fui meio assim mesmo. Sempre fui muito na minha, sempre fui mal em saber o que fazer. Até hoje, me perco no meio da ação de muitas coisas.
Eu queria que a vida fosse como papel, caneta e tempo. Você tivesse realmente um tempo para raciocinar com clareza, mas de verdade, a maioria das coisas importantes vem de um salto, e ou você pega ou passa, não tem tempo de pensar, de pesar. Como os milésimos de segundo para abraçar de volta, ou beijar de volta, ou falar de volta a coisa certa. 
Meu problema geral, é que sou ruim demais nisso. Não tenho traumas nem nada, é só um traço estranho,mais um meu. Eu adoro receber abraços, eu adoro saber que as pessoas que me importo, se importam comigo. Eu adoro receber ligações de boa noite, para falar bobagens. Mas não sei o que fazer em nenhuma dessas situações, e quase nunca atendo ligações. Eu não me entendo. 
Eu fico magoada por tão pouco e estrago tudo tão rápido... Eu simplesmente não sei direito falar o que quero, o que tem de errado. Eu não consigo responder um "Você está bem" com a verdade, e quando fico nervosa, fico rindo como uma retardada. Eu queria também chorar aos montes, tirar toda a angustia que se acumula, dizer o fato de que não estou mesmo bem boa parte do tempo, estou triste, estou entojada, sem paciência. Queria sentar com alguém e falar a tarde inteira sobre o que se passa na minha cabeça agora. Mas não consigo.
Agora, até para falar como estou me sentindo, estou me sentindo meio idiota. Pois bem, estou triste sim. Uma hora vou aprender a administrar essas coisas. 
No momento, continuo sem saber como retribuir abraços  direito, responder direito quando me perguntam, ficar fazendo piadas bobas para disfarçar, sendo um tanto anti-social com os estranhos.
E claro, esquecendo de retornar as ligações.

Lorem Krsna 

Vasculhe

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