quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Romântica incurável

Fonte


"É, meus caros. Sou adepta ao romantismo idealizado das cartas, flores e palavras belas que muitos temerosos de rótulos de antiquados não admitem. Gosto de ouvir as palavras certas, das surpresas mais simples, e das canções erroneamente tachadas de demodé. Talvez eu seja mesmo uma velhinha de vinte anos, que ainda se encanta com folhas amareladas e palavras simples, ao invês de grandes exibições que envolvem mais o ter do que o sentir... Talvez tudo isso seja verdade, e a metade da minha laranja tenha apodrecido por aí e eu nem sei que meu destino, essa romântica chata,seja ficar mesmo só. Mas é assim que me sinto, e o resto eu deixo para lá. Dane-se. "

Lorem Krsna

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Mudar



" Detesto mudanças, mas necessito delas como necessito de oxigênio. Na verdade, nasci com alta capacidade para dar adeus as coisas, mas ao mesmo tempo ando com o passado, como se minha vida fosse um depósito de velharias, nos gostos, nos gestos, na maneira de falar. Mas chega um momento que é a hora de jogar o lixo das gavetas, rasgar as fotos, as cartas e saber o momento de se despedir, e quando o faço, não olho para trás, é Shift+ del e já era.
E para ser sincera, ando pensando se isso é algo bom. Se não seria saudável chorar nas depedidas, atender a velhos telefonemas, dar um sinal de fumaça para o que já foi, sei lá. Mas atualmente, quando penso em passado, parece uma vida inteira que passou e que não tem mais sentido remexer...
É hora de mudar. Detesto mudanças. Mas é hora de mudar. "
Lorem Krsna

Frases tardias de efeito


Tem algumas coisas que nunca vou compreender, ou entender, ou aprender. E vivo bem assim, sabendo que posso ser terrivelmente limitada, não me fazendo entender. Não compreendo por que as pessoas quando gostam de alguém fazem tanta besteira, agem tão contrárias, querem tanto provar que são algo que não são, esquecendo quem são de fato. Nem quero aprender o jeito certo de fazer a coisa errada... Será que é tão dificil assim deixar tudo isso claro? Pode ser chato o meio jeito apático, distraido, por que quase sempre finjo que não ligo, quando na verdade me importo... Mas não sei de fato como contornar certas coisas, quando a oportunidade passou. E assim são as pessoas, só enxergando quando as coisas passaram, imginando conversas inteiras, melhores frases de efeito quando já é tarde. Como bater palmas para o espetáculo depois que o artista não pode mais ouvir. E por isso, meus caros, estamos tão cheio de arrependimentos... E eu não escapo disso.
Mas tem algo de que não me arrependo. E é de ser o que sou, tentando melhorar, tantas vezes falhando, mas dando o melhor que eu sei. 

Lorem Krsna

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Somos todos animais

Fonte: The White Deer
 "O homem é o lobo do homem" Thomás Hobbes

"Aos homens? Nada. Ei de viver com os lobos para aprender o que nós tolos sufocamos na falsa civilidade... Ei de viver com os lobos! Sim! Não estes que mancham seu nome e me cercam, mas os que ainda sabem o que é lealdade... "  Lorem Krsna

Fonte: The White Deer
"Em meus olhos pode ver compaixão, medo e o nada...
Posso ser sábia como a coruja, ou tola como o homem quando pensa que tudo sabe e que tudo vê. Pode ignorar o que vejo, mas quando ignorar o que teus olhos veem estará perdido." Lorem Krsna




Jeito certo de sofrer?


Fonte: The White Deer

Me disseram que eu sei sofrer pelas coisas erradas, mas nem sei se existe algo certo para sofrer ou não sofrer. Se existe uma dor menor que a outra, ou uma lágrima que cai de forma diferente. Não sei se é errado esse meu jeito de sofrer, ou se sofrer me parece tão errado... Assim, de maneira silenciosa, meio pretenciosa, meio sem porquê, eu vou carregando meus fardos, que para tantos parecem penas, mas para mim tem o peso dos céus na coluna vergada. E você vê estes meus olhos cansados, sem saber se é tristeza ou pensamento... E nem sabe se minhas crises são mero fruto do surto de adrenalina que explodem das sinapses para fora...
Me disseram mesmo que não é asssim que se sofre, nem por pessoas assim, situações assim, ou momentos como estes... Então, por favor, quem carrega esta sabedoria, pode me ensinar se há no mundo um jeito certo da fazer algo tão errado como sofrer?

Lorem Krsna

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Pega o violão

Ilustração: Jorge Mascarenhas

        "Pega seu violão baby, e vamos tocar! Vamos tocar que as coisas não estão fáceis para ninguém...
Cansei de dar de cara com o muro, por que quem a gente gosta tem que ser quem não gosta de nós? 
Eh baby, estamos no olho do furacão e ninguém enxerga. Somos os invisíveis, e eles ouvem nosso som. Nós ouvimos o silêncio e as entrelinhas do não dito. 
Então pegue o violão e vamos tocar. Vamos cantar e celebrar o que não se celebra.
Vamos cantar, por que  cansei de sofrer por sorrisos bonitos que não são para mim..."

    Lorem Krsna

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Te construindo em palavras na madrugada.

Ilustração: Jorge Roa's


Segue a madrugada insone, nas paredes do apartamento que tudo engolem, e eu vou seguindo noite adentro no turbilhão de pensamentos que pintam as paredes da minha cela. Lá fora, nunca dorme o gigante de pedra, em mim, nunca dormem as saudades, as vontades e as ausências... Nunca dormem os nomes, os rostos, e as fotos guardadas na gavetas. Seria bom jogar fora as cartas antigas, tirar a poeira dos móveis e tentar seguir em frente. Seria bom ler novos livros, ver novos filmes e estar em outro lugar, onde pudesse cantar, voar e não rever sempre as velhas cenas, reabrindo as velhas feridas, ouvindo o vento que atravessa sempre a mesma janela e passa levando tudo dentro de mim. Seria bom jogar tudo para o alto, pegar o violão e a mala e tentar mudar de nome, de endereço... Mas vivo sempre na mesma trincheira, a espera de um novo tiro, se não há mais nenhum lugar inteiro?
Mas não. Só sigo a madrugada, pensando sempre as mesmas coisas, criando os mesmo diálogos que não irão acontecer, revendo as mesmas fotos que não consigo queimar, lustrando as grades de minha cela particular, e fingindo que tudo vai ficar bem pela manhã, quando trancar o baú das lembranças, esconder os fantasmas debaixo da cama e sorrir poderosa para um novo dia.
Eu queria mesmo era te construir em palavras esta noite. A partir de versos, montar teu nome, a partir de rima, refazer tuas nuances. E da mais bela canção, lembrar como era te ver sorrir. E das palavras mais tortas e importantes, refazer teu mais fiel defeito, e a mais inútil ironia para que fosse completo e inteiro. Mas só construo fantasmas de velhas cartas, de palavras mortas, de canções demodé que me fazem pensar, mergulhar e afundar no que não existe mais. Então, só segue a madrugada. Com as velhas cartas, velhas notas e velhas grades. Nada de novo por aquí.

Lorem Krsna


Ilustração: Jorge Roa's



Exêntrica e não - convencional

Se um homem marcha com um passo diferente do dos seus companheiros, é porque ouve outro tambor.
Sou atrapalhada, com situações, coisas, pessoas e sentimentos. Parece que viro sempre para o lado oposto ao da multidão, e na hora do discurso programado, falo o que vem na cabeça. Excêntrica ou não-convencional, vejo o mundo muitas vezes de fora do centro da dança, na platéia e não no palco, e, se lá, improviso no correr de meu papel, ora como mocinha ou vilã, no certo e no errado, fora do compasso da dança e pisando no calo de muita gente...
Talvez meus gostos, meus gestos, meus medos e desejos pareçam desconexos e fora de cena, de época ou de noção, pois vou rir da piada mais tola e dormir na mais elaborada comédia se assim quiser. Posso organizar meus discursos que nunca acontecerão, cantar desafinada a música que achar bela, tocar a mesma sequência de acordes, se assim meu mundo se equilibrar. Meus defeitos são manjados, e minha estranheza já não publica dialogos, e assim, sumo no cenário a observar...
De fora do palco, longe do centro inflamado dos pseudo-robôs polidos, eu aplaudo o que todo mundo é, mas que muitos escondem na tentativa de aceitação forçada: Seres diferentes, excêntricos, e por isso, nenhum pouco convencionais.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Sou capaz

    
Ilustração: Jorge Roa's



"Esse meu jeito torto, sem tato e cheio de vontades vive longe de tua estante de perfeições. Não fui feita para convenções e calmarias. Não fui feita para esquecer e me curvar. Meu comportamento segue o ritmo e o humor de meus mais belos ou doloridos dias. Se ainda assim você me amar, saiba que sou capaz tanto de curar quanto de ferir. Tenho garras, tenho asas, tenho sonhos e teimosias. Sou tempestade, sou chuva e sou sol. Sou o mesmo vento que te acaricia e o que destroe tua morada. Sou a palavra que te acalenta e a que te joga na realidade. Sou capaz de mentir. Sou capaz de gestos duros ou os mais gentis. Eu sou o que sou. Sou a que foge e a que fica para enfrentar. E isso que sou. É pegar ou largar.   "

Lorem Krsna

Romper o casulo


Fonte

"Ás vezes a gente sofre por imaginar querer sempre o inalcançavel. Mas, sei lá, quem sabe não é o seu desejo que seja suplantado por fracassos... As vezes, simplesmente o casulo não rompeu, e quando de romper, você terá asas para alcançar o que antes parecia impossível."

Lorem Krsna



terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O que você tanto sabe...



Ilustração: Peony Yip

" Tantas vezes o que eu falo não é nada além do que você sempre soube, mas precisava ouvir de alguém." Lorem Krsna

Ruptura!

Ilustração de Jorge Mascarenhas

"- Nunca quebrarão o seu espírito, a não ser que você permita."

Lorem Krsna

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Se eu esquecer quem sou...


Ilustração: Jorge Mascarenhas

Se um dia eu deixasse de ser quem sou, você lembraria?
E talvez diria aos demais que eu já sonhei, senti e me apeguei as coisas. Que eu já tive asas e pensei em voar alto, e isso foi bem antes de eu cair...
E se eu esquecesse daquilo que fiz e que idealizei, você me diria? Apontaria meus anjos e demônios, sem mascarar a verdade sobre as inverdades que eu teimaria em me apegar?
E seu caísse do alto de minhas angustias e medos, afogadas nas coisas triviais na fuga eminente do que deveria ser visto, você tiraria a venda de meus olhos, mesmo que lhe jogasse pedras e proferisse barbáries em teu nome?
E se eu mudasse, mudasse ao ponto de deixar de lado o que fui e o que acredito, afundando meus sonhos, trancada no quarto escuro sem querer sair? Você me falaria sobre a importância de arrancar o mal do porão e o expor a luz?
E se... Por um dia, em meio as palavras tolas, eu jogasse em seus olhos a areia da raiva, você poderia ver a verdade por trás de tudo e ainda assim seria capaz de perdoar?
O que eu peço, é aquilo que não sei pedir em palavras, e ainda assim, talvez você visse, e fosse o único a ver em meu olhar, o quanto eu tenho medo, o quanto posso decair, e o quanto posso retornar do fundo e me recuperar sem em mim alguém acreditar.
Se um dia, eu esquecesse quem eu sou, você me lembraria, e apontaria na rua as coisas que quis fazer e que fiz, as pessoas que amei, os sonhos que almejei, e as verdades que em minha demência esqueci.
Se eu esquecesse que tenho asas, você me ensinaria a voar novamente. E seu eu perdesse minha voz, você me mostraria o prazer de escutar as mais belas canções vindas de tudo, até do que muitos julgam ser silêncio.
Se eu me perdesse, você seria a ultima pessoa a me desacreditar, e seria a lanterna que me guiaria para o caminho de volta para casa.


Lorem Krsna

Um lugar qualquer...

Andei meio perdida no mundo, solta ao vento, passarinho fugida do ninho, procurando abrigo sem encontrar. Andei meio sem rumo, procurando canto no mundo, lugar com cheiro de lar, com som de silêncio, onde minha música ecoe, minha risada retumbe, meus queridos repousem, longe do ferro e do fogo dos gigantes adormecidos.
Só queria um lugar onde o som do meu violão pudesse fluir, e pudesse descançar das coisas que não entendo nem nunca vou entender, do querer descompensado de erros, enganos e a vontade de engolir tudo me um gole só, engasgando-se com a própria presa da sede de querer sempre mais.
Queria apenas fluir como esse som...
Quero encontrar esse lugar, onde ser sonhadora seja uma benção não um espinho, onde as coisas antigas sejam um museu de modernidades, e onde ser eu mesma possa ser visto pelos demais, assim como hoje aprendir a ver, algo tão natural como o sopro de vento em um fim de tarde qualquer.
Quero esse lugar, que seja um lugar qualquer... Mas que seja onde eu finalmente encontre o abrigo que deixei para trás.

Lorem Krsna




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