quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Fênix

Fênix


Como uma fênix de fogo
renasço dessas cicatrizes
do medo de viver, resta pouco
das loucuras, sobra muito;
E dessas vontades minhas.
Fugi de meus pesadelos
perdi os ventos que enfunam
as velas de meu veleiro.
Que agora navega, sem meio
E me esconder do medo
nas faz com que ele suma.
E dessas cinzas,nasci de novo
O que não me mata me fortalece.
Não se cava no fim do poço
Dos erros sempre se tira um pouco.
E se sobe assim como desce.
Não há impossível, mas sim improvável
Não há eterno, mas se faz infinito.
todo ato de coragem é louvável
toda tentativa é viável
Há muito mais entre o céu e inferno.
confiar demais é um passo para a decepção
desconfiar é um pulo ás cegas
A cabeça ou o coração?
A razão ou a emoção?
Um meio termo é o que resta.
De nada se sabe, tudo se busca.
E o melhor da vida é viver.
Da morte, a certeza, custa
o medo, é o que me leva a vencer.


Poesia que fiz em 31 de Dezembro de 2009.

Agora vejo que muita coisa mudou, mas que outras ainda serão as mesmas. Principalmente os sentimentos. Eles podem se camuflar, mas em essência continuam os mesmos, escondidos, mas ainda intensos demais para que os esqueça.
Os medos mudaram em sua maioria, mas as dúvidas ainda surgem, e sempre surgirão. Perdi pessoas, e ganhei outras. feri e me feri. Tive tudo e nada em minhas mãos tentando encontrar minhas respostas. Não cheguei ao fim do poço, e nem no topo do mundo. Ainda salto às cegas... mas com um objetivo maior em mente. Minha razão ainda continua em conflito intenso com minha emoções, e meu humor oscilante.
Em essência, cresci em um ano, o que não cresci em toda a minha vida, e com certeza não foi em altura (Está bem, talvez só uns poucos centímetros, mas me conformei com minha altura já há algum tempo...), foi em algo muito mais importante. Houveram amizades, enganos, alegrias, confusões (como sempre) e lições. em suma cometi novos erros e não os antigos. e isso já foi algo grande. Houve uma perda grande, e em contra-partida ganhei algo muito maior do quê imaginei.
Cresci, engordei, blefei, me decepcionei, perdi, ganhei, me perdi, fui estabanada e sábia, mimada e irritante, fui amiga mais fiel e inimiga terrível. Fui tia, irmã, filha, sobrinha, neta e amiga. Fui eu mesma, tentando não ser... e fui tantas outras, tentando me achar. Ouvi te amo e te detesto em um único dia, e sobrevivi a ambos sem danos incuráveis.
Sem dúvida, mais do quê nunca sei que sou uma fênix, todos somos; renascemos das cinzas que nos consumiram, para então nos renovarmos a cada dia (não só a cada ano). É isso que faz de nós o que somos.
A capacidade de renovação nos faz especiais, e nos mantém seguindo.
E seguir é tudo que mas espero para 2011.
Que seja um bom ano para todos então. 

  

sábado, 25 de dezembro de 2010

A marca da tristeza

 

 Não sei se pode então enxergar a marca de minha tristeza, tão bem escondida em meu breve sorriso. As verdades pulsantes por trás de tantas ironias, que parecem me partir em tantos fragmentos na busca de encontrar o que sinto.
   Quando grito, falo mal ou blasfemo contra o mundo, não é a atenção que busco. Quero me esconder, esconder a que sou de verdade, por trás daquilo que disfarço de força, mas que torna-se uma grande fraqueza. Agarro-me a todas as possibilidades, todas as máscaras tentando ser o que mais detesto em mim e por puro medo da verdade por trás de minha real face. Minha fragilidade estúpida e tão humana. E de repente fiquei boa demais nisso. Mas o maior risco de esconder-se, e acabar por perder-se.
   Se às vezes eu canto meu canto desafinado é buscando sem fim o meu ritmo, por vezes tão tolo e infantil, mas só meu. E cuspo palavras que refletem no papel a minha verdade, batendo em muito de frente com meu "perfeito" mundo, me fragmentando e tornando-me da razão incontestável a um simples coração indomável, repleto dos cacos de minhas verdades partidas e de minhas notas repetidas.
   Se digo que te odeio, é por que não entendo o que sinto. Aquilo que realmente não gosto me é indiferente.
   Se não digo que te amo, é por que sou um ser falho, quebrado, preso em razões, que faz tantas perguntas e foge estupidamente das respostas. E não sei se isso tudo é a fuga da loucura, ou o caminho mais rápido para ela.
   Se digo então que choro sem chorar, é que na verdade ninguém enxerga a real lágrima que flui em mim. Que é querer tanto ser racional, mas só ser real no descontrole, por que meus momentos mais felizes foram quando derrubei minha máscara e me deixei no ritmo da corrente para só viver.
   Se agora não me enxerga, é por que nunca fui tão sólida, a invisível mais visível. Repleta de enganos e faltas, mas real e simplesmente humana. Guardem então suas forcas e archotes, pois aqui nada mais encontrará do quê o reflexo de si mesmos.
    E assim, em minha busca não tão insana de fugir da prisão que eu mesma ergui, a verdade parece-me por vezes onírica, por que sou tantas em busca de finalmente ter o direito de ser simplesmente EU.       

sábado, 18 de dezembro de 2010

Tentativas e enganos

"A moldura de um sonho antigo,
tua voz, teu sorriso, promessas.
O tempo nos castiga.
A distância nos consome aos poucos.
Fui perdendo aos poucos meu sorriso,
e tudo foi ficando sem a antiga graça.
Seus olhos desafiam a total escuridão de minha tristeza.
E então me engolem, perco a mim mesma.
na tentativa vã de enfim te ancançar."

Coletânea as absurdas de 2010

Das engraçadas, inúteis e totalmente despropositadas às mais espirituosas que ouvi (ou mesmo disse) em 2010.
"Se você está encrencado e continua sorrindo, e por que já sabe em quem por a culpa" Carinha no Orkut

"Não sou totalmente inútil, ao menos sirvo de mau exemplo" Nara

"PROFESSOR DE MATEMÁTICA- O que é preciso para se fazer de menos mais?
EU (distraidamente)- Um milagre?"
No vetor

"PROFESSOR A*- Quando cair, vai sair cortando a cabeça de todo mundo.
ALUNO C*- Primeiro do professor que está de pé"
Discussão em sala no vetor referente a um ventilador de segurança duvidosa lá em funcionamento.

"Meu diabinho diz 'Vai', meu anjinho diz 'vai, mais volta logo! '" Lind

"PROFESSOR CB* (apontado a barriga)- Este é o ponto de equilíbrio do corpo!
EU- Professor, o seu ponto de equilíbrio está com a massa elevada"
Vetor

"Seja quem for, Deve estar no vibrador"
Eu, referente há uma flatulência silenciosa e fatal soltada na pizzaria na  companhia de amigos. Suspeito confirmado: M*

"Eu? Morar em um país assim? Prefiro o Brasil! Estamos sempre me expectativa! Deixo meu carro na esquina todo dia, mas estou 
sempre na expectativa se vou ou não encontrá-lo. São estas surpresas que dão gosto a vida!"
Professor Vladimir**, sendo obviamente sarcástico ao comparar Brasil e Canadá

"-Ana Luisa, o que acha do cumprimento justiça brasileira atualmente?
- Dá, dá dá dádá! (Tradução: uma P*@%X!) “Eu pedindo opinião a minha sobrinha de sete meses
"Ele acredita que elas dominarão o mundo!" Fred, teoria sobre a mania de nosso cãozinho Tirolêz em observar formigas

"Deve ser de mil novecentos e bolinhas" Lind, fazendo referência há algo muito, muito velho

"É um copo de cachaça, e uma cuspida no balcão" Tia Edvanda**, fazendo alusão a uma canção brega.

"Eu não falo palavrão P@%*&X!" Thomás

"Lesada..." Minha prima J*, referente à minha maneira distraída ao receber cantadas de garotos
"Hum... o que você disse mesmo?" Eu, em resposta a frase anterior

"Está bem, agora que disse a sigla, pode falar o nome completo?" Atendente, quando lhe disse meu nome KRSNA

"Já me chamaram de Lori, Loli, Lolha, Florem e lôia, mas Glorem com certeza é a primeira vez!" Eu, expressando minha 
surpresa com a criatividade de meu primo de cinco anos.


"O coordenador do curso é um tremendo de um safado!"
Thomás falando do coordenador do curso, ao coordenador do curso sem saber.


"M*- Você é teimosa e competitiva
EU- Não sou não sou e não sou! Quer apostar quanto?”

"É assim que funciona um carro: Você coloca a chave, pisa devagar na embreagem. Gira. ZIP ZIP! Gira outra vez ZIP ZIP! BRUM 
BRUM!”Eu, explicando o funcionamento de um carro (ou bancando a retardada, como desejar)
" Lorem, a escada. A escada Lorem. LOREM A ESCADA! 0o " L*

"Saí da frente seu Zé!" Lind dirigindo

"Biiiiiiiiiiiiiiii" Nara dirigindo

"Cuidado! Tirem as crianças da estrada, é a Nara!" A*, em referência a Nara dirigindo.

"THOMÁS- Pisa no freio!
EU- To pisando!
THOMÁS- Esse é o acelerador!"
Eu, dirigindo

"Se estancar o carro, leva um pedâla!" Thomás, me ensinando a dirigir
"Enquanto lá os fetos já são consumistas, aqui quando as meninas se descobrem grávidas choram durante duas semanas. E 
quando não podem comprar fraldas, enrolam os filhos em panos de prato. Você vira a criança de bunda e há lá escrito: 
“QUINTA-FEIRA” Regiopídio (!) *** comparando Brasil aos países europeus.

"Acho que é uma porta" Thomás, em resposta a um sujeito que apontou para a porta e perguntou o que era.

"Ele sintetiza o próprio alimento!" MJ* Referente ao técnico na copa do mundo flagrado ingerindo meleca (!) do próprio 
nariz.


"EU- Você é pérfido!
A*- Eu sei que sou perfeito.
EU- ¬¬"
Eu, conversando com idiota

"Estou bem. Verdade! Só amaciei o chão que estava duro!" Eu, ao atendente quando cai no corredor (!) do supermercado.

"Hum... que mentira vou inventar agora?" Thomás tentando se safar.

"Quero ser uma bola de naftalina e sofrer sublimação neste instante!" Eu, após um incidente em sala (quatro cadeiras ao 
chão, mas sem feridos)







* Identidade preservada
** Boa demais para preservar identidade
*** O nome diz tudo.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Fuga de mim...


O sentimento resvala antes do fim,
e tudo o que sou finda em  perigo,
pois então não sei viver comigo,
e também não posso fugir de mim!


Lorem Krsna

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sala de espelhos

 Eu estava em uma sala de espelhos, que se assemelhava com as presentes em parques de diversão. Havia uma penumbra, e só o que impedia a escuridão  em sua totalidade era a chama de uma vela que bruxuleava em minha mão. Estava confusamente perdida. Não sabia como ou porquê de estar ali. Havia somente uma certeza: a espera de algo ou alguém.
Levantei meu olhar, e a luz refletia em todos os espelhos a minha imagem, pálida como nunca antes lembro de ter estado. Meus olhos opacos não revelavam em nada a minha confusão de sentimentos. Não havia emoção visível.
Aquela não era realmente eu, não poderia ser. Parecia terrivelmente comigo, apesar do estranho vestido escuro e dos pés descalços. Mas havia algo de errado com aquela que me fitava com olhos apagados e a boca em uma linha reta. Era como uma prisão da qual eu tentava escapar. Um corpo estranho em uma mente agitada. Emoção profunda presa em pura apatia. E espera, somente espera... enquanto o tempo passava indefinível através de mim.
A vela queimava minha mão e soltei-a, e quando apagou-se no chão me vi em total escuridão. Tateei no negror, sentindo minhas mãos deslizando na superfície fria dos espelhos.
- O que faz aqui?
A voz retumbou nas paredes, profunda, estranhamente conhecida.
- Esperando - respondi em um sussurro. A voz também não se assemelhava em nada com a minha.
- Quem?
- Eu não sei... - espalmei a mão no espelho e recostei minha cabeça na superfície gelada - eu não sei...
- Se não sabe, por que não vai embora?
- Não posso...
As perguntas começaram a me irritar. Senti que não estava mais sozinha na sala, não era somente a voz, mas uma presença as minhas costas. Algo perigoso, mas irresistível.
- Eu prometi - falei tomando coragem para me virar, mas era tudo escuridão.
- Promessas... - a voz sussurrou agora vinda do outro lado, do espelho.
Acordei e olhei o teto, onde o sol do amanhecer já lhe incutia seu brilho.
Puxei a colcha que caíra no chão e sentei encarando a meia penumbra.
E fiquei assim.
Esperando sem saber pelo o quê.
Encarando-me apenas no espelho do guarda- roupa.
Lorem Krsna

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Violino cigano


Me inebrio na melodia que me enlaça.
Na magia involuntária desta dança.
Como o junco que se curva com o vento,
dobra-se, curva-se e balança.

Não há nenhuma noite como esta,
E a lua espreita e ri da terra.
As estrelas alugam o brilho aos olhos,
e a névoa esconde o palco sobre a serra.

Nessa noite esquecida pelo tempo,
o violino exerce sua magia.
Sob os dedos hábeis e o hipnótico vento,
Sob a face do estranho sabor que havia.

Uma jura concretiza-se, outrora perdida.
Sou só eu, a música, o violino cigano.
Não havia então meu pérfido engano.
E era a única verdade em que acreditava na vida.

Lorem Krsna

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A promessa de um anjo

Podia sentir o vento em meu rosto, soprando em meus cabelos, esvoaçando ao redor através da janela aberta do carro. O sol brilhava ainda timidamente por entre as árvores que margeavam um dos lados da estrada, enquanto a brisa marítima da oposta me inebriava com o cheiro bom de casa, de infância. E misturava-se com o aroma de eucalipto da floresta, me inundando nas cores ainda rosadas do amanhecer.
O som do carro soltava uma melodia instrumental, melancólica.
E havia ele. Ao meu lado. Uma mão na direção e a outra docemente entrelaçada a minha caída no banco. Olhava a estrada a frente enquanto eu admirava seu belo perfil, que eu sabia estar perdido em pensamentos. A pele era pálida, em contraste com a massa de cachos escura que eram seus cabelos curtos. Os olhos rivalizavam com uma meia-noite escura, sem lua. A boca estava repuxada em um canto, em um leve sorriso que fazia minhas faces corarem. A camisa preta de botões estava dobrada até seus cotovelos revelando mais da pele pálida e de uma cicatriz branca que se estendia, escondendo-se através do tecido. Uma corrente de prata em seu pescoço revelava um pingente com um par de asas.
De repente ele me olha de relance, notando minha observação e seu sorriso se alarga deixando meu rosto quente e meu coração disparado. Seus dentes eram brancos e seu riso era travesso, sinos ao nosso redor. Os olhos brilhavam onde antes se via apenas pensamentos que eu não podia alcançar.
- Vermelha é a sua cor - Ele fala diante de minha face interrogativa e enrubescida. A voz era algo inconcebível de explicar, havia um leve sotaque que não podia definir a origem.
- Não devia rir assim de mim - replico desviando meu olhar, mas sem conseguir impedir meu leve sorriso.
Ele riu novamente e levantou minha mão na sua, depositando nela um beijo e me puxando para mais perto dele. Seus olhos me aprisionavam. Era fascinante e tão estranho para mim.
 - Perdoe-me- Ele não parecia arrependido - Você cora fácil. É bonito.
Sinto o rosto ainda mais quente, mas fico satisfeita. Sua mão ainda na minha retira uma mecha que o vento solta de meu cabelo em meu rosto e a puxa para trás de minha orelha. Recosto minha cabeça em seu ombro a um gesto seu, e o sol passa brilhando por nós.
- Aonde vamos? - Pergunto após um tempo.
- Longe - Sua voz estava repentinamente triste - Leste. É preciso.
Não havia mais perguntas. sua presença parecia o bastante, uma droga que entorpecia meus sentidos racionais, tornando tudo naquele momento irrelevante.
O cheiro que emanava de sua pele era doce, inebriante. Sumiam todos os meus anseios. Alguma parte de mim sabia que estava encrencada, mas não lembrava o porquê.
Havia algo em sua presença que me lembrava um passado distante... sombrio. Perigoso.
- Tudo ficará bem - Ele falou como se fosse mais para si mesmo do que para mim.
- Eu sei... Eu só...
- Eu prometo. - Ele me interrompeu, me encarando de relance - Vou estar sempre do seu lado. Mesmo que inicialmente eu precise...
- Não me deixe. - Eu o interrompi apertando forte sua mão, o pânico subindo algumas oitavas de minha voz.
- Nunca - Ele respondeu com energia. Seus olhos me encararam com suavidade, mas sérios - Está ouvindo bem? Nunca!
- Promete?
- Estarei sempre perto. É uma promessa.
E então antes que eu pudesse lhe responder as palavras presas em minha garganta, o outro carro surgiu do nada a nossa frente, na curva. Foi tudo rápido, confuso. O carro guinou e então o vidro explodiu a nossa frente. Luz...
E escuro.
Mais nada.
Acordei em um salto. Os braços protegendo meu rosto. e uma presença tão real e forte na porta que saltei da cama e corri até lá. Minhas mãos não tocaram nada além da parede fria na escuridão.
Nunca havia sentido algo tão perturbador diante de um sonho.
Nunca havia experimentado aquela sensação de perda de um modo tão extremo e doloroso. Meu peito parecia que iria arrebentar.
Queria que fosse real...
 Mas também não queria que fosse real...
"Estarei sempre perto... Eu prometo."
Era tudo que ecoava em mim
  

Lorem Krsna

Vasculhe

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...