quarta-feira, 16 de abril de 2014

Sete meses, pensar, mudar.



"Cogito Ergo Sum."  Uma vez meu irmão me perguntou como um ser que não pensa, poderia acreditar na própria existência. Era uma discussão  sobre legados, sobre influenciar o outro a pensar de maneira que uma mente, uma vez aberta para o mundo na sua visão mais verdadeira e critica, ela nunca retornaria a reclusão e a cegueira. E claro que Descartes foi metido no meio. Mas isso é apenas a introdução de tudo o que vem acontecendo ultimamente. 
Eu ando tendo muito tempo para pensar, coisa que estava evitando, ao menos eu agora vejo o quanto estava evitando. Por que pensar me levaria não a cogitar sobre minha existência - isso eu já fiz e refiz e não cheguei a nenhuma conclusão. - mas a notar minhas mudanças. E só então realizei o quanto mudanças são assustadoras. E ainda assim, aqui estou eu, longe de casa - do outro lado do mundo, literalmente- , mudando o todo momento. Eu ando mesmo em contato com mudanças, internas e externas a todo instante, e isso por vezes me fascina, por vezes me assusta. O processo de se recriar é assustador, e Deus sabe como por vezes é complicado demais. Assim como Deus sabe que eu esperava já isso, mas não assim. Foi como procurar uma brisa, talvez uma tempestade, e me veio um furacão. Eu voei para longe, mal sabendo uma lingua local, e muito menos sobre o que me esperava. E ganhei muito mais do que cogitei. Era para ser um intercâmbio, um ano e meio, ampliar conhecimentos, conhecer novos lugares. E  aqui estou eu, conhecendo muito mais sobre mim mesma. Sobre mudanças, sobre perdas e ganhos. E no fim, quando se vê, isso resume a vida: mudar, perder, ganhar. E claro, se adaptar. Eu ando aprendendo sobre solidão, como apreciá-la. Como por vezes tem coisas que você grita, tem coisas que você cala e supera. Eu ando aprendendo, em contraponto, o quanto você precisa das pessoas. 
E principalmente, eu venho aprendendo, que não sou fraca. Há vários significados para isso "não sou fraca". Eu aguento o tranco, eu suporto muito mais peso do que eu pensei. Eu passei algumas etapas, eu já deixei algumas coisas para trás.  
Transformação. Não falo sobre questionamentos, ou sobre os grandes "Ses" na minha vida. E nem de meus arrependimentos , um ou outro ainda doem o bastante para que em certos dias eu duvide de mim mesma, que a vida  se mostre não como mãe, mas como madrasta. Por vezes, eu me sinto ferida por muitas coisas, e eu sei que tantas outras levam tempo. Talvez uma vida inteira. Nem toda mudança trás, as vezes ela leva. Leva tempo, leva sonhos, planos, e leva pessoas que a gente ama, seja para longe em continentes, seja para longe em sentimentos, ou seja para a morte - eis a grande ferida, o golpe pior. E ela trás. Novas chances, um novo dia, um objetivo para se superar, para conhecer, para SE conhecer. Muitas vezes para se entender, mesmo percebendo que isso te faz solitário. E apreciar a solidão, te faz entender mais ainda sobre muitos aspectos que você ignorava: como a importância do silêncio e da voz, de um abraço e de manter distância. De uma ligação, de um "eu te amo", e do real sentido de perguntar um "você está bem?" e receber a verdade para isso. 
Todas essas pequenas coisas, que são grandes. Apenas leves pinceladas, e quando se nota, toda a obra mudou quase sem ser percebida pelos demais. 
Pensar, leva a existir. E muitas vezes a mudar. 
Foram mesmo apenas sete meses? 
Lorem Krsna

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