segunda-feira, 2 de maio de 2011

O motoqueiro mistérioso

 
Quando um olhar muda tudo



Eu devia ter por volta dos quatorze anos quando o vi. Foi estranho... E depois, parece que ficou faltando algo crucial... uma palavra talvez.
Eu me lembro, eu nunca me esqueci de nada do que aconteceu, principalmente da sensação absurda que não sei se consigo definir realmente.
Eu passeava com minha irmã em uma praça perto de minha casa. Estava distraída com algo trivial, quando veio uma sensação peculiar. Virei-me em direção a ele e o vi.
Recostado em uma moto, um desconhecido com jaqueta de motocross azul, mochila de viagem... e não vi mais nada, por que olhei nos olhos dele.
Nunca, em toda a minha vida vi algo parecido, e talvez por isso tenha ficado tão impressionada.
Era um misto estranho. Mistério, ingenuidade,  tristeza e controverso a tudo algo perigoso... Algo que me fez ficar fascinada.
Algo que nunca consegui encontrar em mais nenhum olhar,e que acredito que ainda busco tanto.
E então veio a sensação de deja vu. Não era isso de alma gêmea e tal, nada disso.
Apesar do fascinio, da necessitade absurda que senti de falar, que quase doia, não era uma sensação de alegria e euforia.
Ele me deixava... triste. O olhar dele, o modo como parecia enxergar dentro de mim ...
Eu tinha a certeza de repente que precisava falar com ele por algum motivo, e eu sabia que se não falasse, não teria outra chance.
Ele continuou me encarando, e então minha irmã que também o havia notado me puxou.
Eu não falei com ele. E foi como se naquele momento eu houvesse não cometido um erro, mas o repetido.
Ele nos seguio por um tempo...
E então nos desencontramos em um cruzamento, e nunca mais o vi... pessoalmente, por que o vejo em minha mente parece que sempre que imagino aquela noite.
Tentei desenha-lo, mas falho no olhar sempre, e ainda assim ele está aqui dentro e não sai!
E tenho também uma certeza de que aquela seria mesmo a única vez que nos encontrariamos. E não sei exatamente o que pensar em relação a isso.
É confuso, eu sei. E estranho demais.
Eu me apaixonei pelo cara? Dúvido. Comigo não funciona rápido assim. O que me apaixona é a convivência na maioria das vezes, então não é muito possível.
Então o que? Ele era bonito? Certamente. E misterioso. E perigoso.   
E não sei o que pensar mais, só sei que deveria ter falado algo de importante e falhei. Não sei o quê.
Mas por mais que tente não fazê-lo, ainda o procuro... mas sei que só posso encontrá-lo novamente dentro de mim.


Lorem Krsna

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