terça-feira, 3 de maio de 2011

O massacre do Bairro Chinês e a transformação do caráter através da influência do poder.


Na noite de Sábado passado, enquanto passeava pelos canais da televisão acabei por acaso caindo em um filme do super cine, que ainda iniciava.
O massacre do Bairro Chinês.
Como não tinha nada para fazer, o assiti.
A principio pareceu-me apenas mais um filme de ação de um de meus atores favoritos, Jackie Chan, mas logo provou ser bem mais do quê isso.
Provou ser a história da essência humana.
Pois bem, para desenvolver melhor a ideia, vamos ao filme:

Ele se passa no Japão, início dos anos 1990, quando este país passa a receber um grande número de imigrantes Chineses foragidos de seu país. Fato que é mostrado já na primeira cena, em que aparecem dezenas de chineses fugindo de um navio que afunda na costa japonesa.
E dentre estes imigrantes se encontra Steelhead (bom, para mim a pronuncia parecia Niki, mas deixa para lá. Ele é interpretado por Jackie Chan). Ele entra no Japão ilegalmente para tentar encontrar a noiva Xiu Xiu (Xu Jinglei), e recebe ajuda de seu irmão Jie (Daniel Wu).
De cara Steelhead começa a passar por inúmeras dificuldades, sendo imigrante ilegal e tendo assim que tentar sobreviver no perigoso bairro de Shinjuku, dominado por gangues e pela Yakuza.
Trabalhando ilegalmente, ele então acaba tendo que fugir da polícia para não ser deportado, e descobre que xiu xiu se casara com um poderoso lider da Yakuza, Eguchi (Ken Watanabe).
Em meio a decepção, o medo e os problemas de ser ilegal,   Steelhead passa se envolver com golpes e roubos para ganhar dinheiro e sobreviver, e ajudar Jie que quer levar uma vida digna, longe de problemas.
É quando Jie é então cruelmente espancado por um mafioso, chegando a beira da morte que Steelhead decidi se vingar. E na sua tentativa de vingaça acaba coincidentemente salvando Eguchi da morte, e então, em troca da cidadania no país ele passa a trabalhar para ele como assasino profissional.
Aos poucos Steelhead passa a ganhar um poder antes nunca experimentado. E é então que as coisas passam a mudar.
Quando expostos ao poder e ao gosto que ele trás, seus companheiros passam a se corromper, e o que antes era apenas uma luta para sobreviver, passa a ser uma disputa de status e dinheiro, onde não há princípios nem amizade.
Vendo a que tudo estava os levando Steelhead tenta salvá-los a qualquer custo, mas se vê mais fundo em perigo e traição.
Ele  decidi então em um plano ousado denunciar a máfia, e vê todos os seus antigos companheiros contra ele, uns matando os outros. Praticando com os demais aquilo que mais sofreram.
Há então uma luta sangrenta, e ao fim...
Não vou estragar. Assistam!
O final é surpreendente. hehe

Desenvolvendo a ideia.

Jie e A transformação do caratér pela dor.

Mas como eu disse, vou desenvolver minha ideia sobre a essência humana.
Primeiramente, o que é mais capaz de revelar a real face humana?
Duas coisas, eu diria: Poder e sofrimento.
E foi o que o filme mostrou em primeira mão.
Vamos Ver Jie.
Jie era um rapaz ingênuo e honesto, que só deseja viver uma vida com dignidade.
E então vem o primeiro baque. Um espancamento injusto e covarde.
E logo depois, um segundo, onde é mais cruelmente ainda massacrado, e tem sua mão arrancada.
Jie começa a mudar...
Amargura... desejo de vingança. Violência.
E então vem o poder que recebe pelas mãos de Steelhead.
E Jie se mostra.
"um fantasma do que era", como foi dito pelo próprio Steelhead.
Ele faz com os demais justamente aquilo que faziam com ele. Planta a violência e o terror. O sofrimento o mudou, e o poder.
Ou será que mostraram apenas o que ele já trazia dentro de sí? Afinal, até que ponto a dor pode mudar alguém? até que ponto as decepções transformam o caratér?
Vejam bem, o que eu acredito (o que não quer dizer que seja a verdade), é que um caratér totalmente formado em bases fortes não é facilmente modificado. Jie possivelmente era uma pessoas frágil, o que possibilitou que sofresse fortes influências, tanto em vasão das emoções quanto do poder. Ele possivelmente não era uma pessoa má (e creio que realmente não era), mas uma pessoa inconstante, e frágil.
Alguém dominado pelo medo.

O poder e a revelação da face humana.

E então analisemos os amigos de Steelhead. Podemos dizer que a sensação do poder fez com que se mostrassem de verdade. Mesquinhos e ambiciosos.
Dê o poder a alguém e verá quem o é de verdade. Foi o que aconteceu.
Já dizia minha mãe: Quer conhecer alguém, a observe no sofrimento, ou lhe dê poder nas mãos.
A ganância nos muda totalmente. Caem todas as máscaras e escrúpulos, pois é um sabor doce que acaba mesmo corroendo os princípos dos que possuem uma mente fraca.
E é no sofrimento, na luta pela sobrevivência que são despertados nossos mais profundos e enjaulados instintos animais. Nada corrói mais uma alma do quê uma ideia de vingança, um rancor... um medo.
E esta é uma verdade humana.


Curiosidades sobre o filme

Do cineasta Derek Yee, "O massacre do bairro chinês" foi lançado no Brasil diretamente em DVD pela distribuidora California Filmes. Ele foi proibido na China por seu conteúdo violento. Já que os filmes lançados no país têm de passar pelo crivo da censura.
Yee decidiu não lançar o filme em seu país de origem, alegando que tentou editá-lo, para que passasse pela rigorosa análise dos censores, mas que sem as polêmicas cenas de violência a história acabaria prejudicada.
Jackie Chan dirigiu o filme e participou da produção. Ele concordou com a  decisão de não lançar o longa na China.
A produção do filme contou com um orçamento de US$ 25 milhões, valor considerado bastante alto para os padrões asiáticos.
Bom pessoal, o filme possui mesmo umas cenas bastante vioentas, e na Televisão aberta recebeu censura de até 16 anos. Mas se me perguntarem, vale bem  a pena assiti-lo. Não sou lá muito fã de filmes de violência, mas este possui mensagens e lições que me fizeram mesmo pensar... e pensar muito.
Então, a quem interessar eu recomendo mesmo.


Lorem Krsna

2 comentários:

  1. Ei, Lorem, eu assisti a trechos do filme.
    Espero assisti depois o restante.
    Mas gostei de sua análise, embora não tenha tanta convicção sobre "um caráter totalmente formado sobre bases sólidas", ou seja, no pega pra capar, acho que todos nós somos capazes de capar, mesmo.
    E se faltar água no mundo, eu defendo a minha pocinha de água com toda minha força, não encosta. rssss.
    .
    Por outro lado, em situações menos dramáticas, mas também importantes, vejo que ao se ter poder, verifica-se uma parte importante da essência das pessoas. Assim, algumas pessoas passam a analisar não o mérito, mas a quem lhe interessa prestigiar e coisas do tipo.
    .
    Bem, o caminho (para mim) é anular o desejo, que é toda fonte de sofrimento. E seguir as orientações de Osho em Vá com Calma.
    .
    Também gosto do Jackie! qualquer dia destes marco uma chopada com ele pra turma ficar conversando. Mas tem que ser em mandarin.

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  2. É Flávio, o poder muda o homem...
    Sim, e eu também defendo minha pocinha! rsrs
    Ah, amigo do Jackie?
    Eu aceito a reunião!
    rsrs
    E se pudermos trazer o Jet Lee então...
    Fechava não é?
    kkk

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