"Havia um lago, límpido, tão profundo e escuro que ninguém poderia mencionar até onde ele chegava. Certa feita então. pedras foram jogadas em sua superfície, e as águas outrora paradas se tulmutuaram e se tornaram barrentas. Então, com o passar do tempo, acalmaram-se e a superfície retornou a antiga calmaria.
Porém as pedras continuaram nas profundezas, embora ninguém as pudesse ver.
A alma humana é como um lago de águas profundas.
De vez em quando a vida nos prega peças, nos pôe em situações em que somos testados, onde somente o tempo se torna capaz de curar as intempéries e feridas.
E enquanto desce a areia da ampulheta, as mudanças podem ser superadas, mas não seu rastro. As mágoas podem ser perdoadas, mas não esquecidas.Sempre haverá uma cicatriz, uma "pedra" no fundo do "lago" para lembrar de que alguém, alguma vez as arremessou lá. Para lembrar que aquelas águas se tornaram turvas por trás da limpidez e calmaria que agora se mostram.
O "lago" estará aparentemente o mesmo, mas as pedras estarão em seu interior, marcando e ferindo. Elas não fazem parte do lago, e tão pouco podem ser retiradas das suas profundezas. Assim, apesar da superfície parada, nada voltará a ser como antes.
Um coração partido pode ser consertado, mas jamais baterá no mesmo ritmo.
Uma perda pode deixar de levar ao pranto com o tempo, mas as lembranças sempre pulsarão na cicatriz das velhas feridas.
Pode haver a aparente calma no lago, mas quem saberá o que se enconde por trás da superficie ? Quem desvenda o que há em suas profundezas? Quantas pedras haverão em seu interior?"
Lorem Krsna
(Fragmento de uma história que eu escrevi há alguns anos)
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